quinta-feira, 21 de junho de 2018

O ESCUDO DE MUITOS: AUTISMO


Após um período sabático, no qual aproveitou-se da irresponsabilidade de nada dizer, parafraseando Freud, quando dizia que somos escravos do que falamos (...) inconscientemente concordei com o pai da psicanálise, que sou livre do que calo.
Mas, não tem como silenciar quando se refere ao Outro e seus dilemas. Se nós que, mesmo, trabalhamos a partir de uma base fortalecida no tripé da psicanálise: estudo teórico, supervisão com alguém substancialmente mais experiente  e, ainda, especialmente, com um trabalho pessoal, psicanaliticamente falando, cedo ou tarde saberemos da importância de escoar um pouco do imenso aprendizado acolhido em interação com cada paciente.
Então, assim volta-se a tentar contribuir, ou assim, espera-se estar a ajudar as pessoas em seus processo de dignificação.
Egoistamente, pensou-se que isso daria-se apenas em uma obra mais robusta, ancorada e perpetuada em teóricos e sínteses bem amaradas na clínica. 
Mas, lembrou-se quanto ao debate clínico em setitng terapêutico, em suas provocações despidas de maiores mergulhos teóricos, os quais, fazem-nos chegar a maior ancoragem, não só teórica e, se não podemos chegar ao suposto poder de cura, sabe-se quem o alcança é apenas o paciente em seu processo maturacional de autoconhecimento, enquanto nós ficamos no calabouço de nossas bibliotecas.
Assim, pois, eles, todos os pacientes, que quando se autodeterminando à aproximação com suas almas, quase que esquecidas nos recôncavos dos seus corpos; ou estas fugidias, parecem que nessas pessoas não mais vivem e vagam como penadas; ou pior, como alguns mais severos condenam ceticamente, que existem nestes seres uso prejudicial do quase escasso oxigênio desmerecendo o valor deles, como se eles não merecem viver por estarem como zumbis (...) em suma, na clínica, todas as possibilidades de viver ou morrer se desmascaram.
Na labuta com os que convivem com os acometidos no traço autistico não poderia ser diferente, ao contrário, isso fica mais latente evidente.
Isso posto, sobretudo, porque são os acometidos que lastimavelmente, tem o grande labor de ensinar aos, supostamente, mais maduros – sejam os pais, profissionais da saúde, educação e demais agentes das precárias políticas publicas -  como estes podem  os acessar em os aceitar e, não só meramente os respeitar. Isso porque respeitar tem vínculo com direitos e deveres, mas em país que as leis são evoluídas melhor funcionaram, mas por nascerem  verticalmente, de cima para baixo, como ocorrem em países em precário desenvolvimento humano, o direito é um raio que quase nunca cai duas vezes em mesmo lugar.
Então, as pessoas no traço, ensinam-nos, a todo estante, como os amar. Essa lei, universal – imponderável, universal e eterna – é a única capaz de  garantir, para além da liberdade, a independência não só do filho com o traço autístico e, sim, aos seus responsáveis por elas, que na maioria  das vezes, utilizam-se  de formas de  usar essas pessoas no traço autístico para não enfrentarem seus próprios dilemas.
Quer-se dizer que a maioria das pessoas que consciente ou inconscientemente, alegam não viver por ter que cuidar dos filhos autistas o fazem, quase sem perceber ou aceitar, para não enfrentar seus próprios limites que retroalimentam suas próprias dores.

A MORTE PEDE CARONA: ADULTOCENTRISMO E INFANTICÍDIO, NÃO SÓ SOFRIDOS PELAS PESSOAS NO TRAÇO AUTÍSTICO

Repensando sobre tudo que contribuem para a despersonificação de cada ser, penso que a partir da impossibilidade de alguns entre os ad...