
Mas, não tem como silenciar
quando se refere ao Outro e seus dilemas. Se nós que, mesmo, trabalhamos a
partir de uma base fortalecida no tripé da psicanálise: estudo teórico, supervisão com alguém
substancialmente mais experiente e, ainda, especialmente, com um trabalho pessoal, psicanaliticamente falando, cedo ou tarde saberemos da importância de escoar um
pouco do imenso aprendizado acolhido em interação com cada paciente.
Então, assim volta-se a tentar contribuir, ou assim, espera-se estar a ajudar as pessoas em seus processo de
dignificação.
Egoistamente, pensou-se que isso
daria-se apenas em uma obra mais robusta, ancorada e perpetuada em teóricos e sínteses
bem amaradas na clínica.
Mas, lembrou-se quanto ao debate clínico em setitng terapêutico, em suas provocações despidas de maiores mergulhos teóricos, os quais, fazem-nos chegar a maior
ancoragem, não só teórica e, se não podemos chegar ao suposto poder de cura,
sabe-se quem o alcança é apenas o paciente em seu processo maturacional de
autoconhecimento, enquanto nós ficamos no calabouço de nossas bibliotecas.
Assim, pois, eles, todos os pacientes, que quando se autodeterminando à aproximação com suas almas, quase que esquecidas nos recôncavos dos seus corpos; ou
estas fugidias, parecem que nessas pessoas não mais vivem e vagam como penadas; ou pior, como alguns
mais severos condenam ceticamente, que existem nestes seres uso prejudicial do quase escasso
oxigênio desmerecendo o valor deles, como se eles não merecem viver por estarem como zumbis (...) em suma, na clínica, todas as
possibilidades de viver ou morrer se desmascaram.
Na labuta com os que convivem com
os acometidos no traço autistico não poderia ser diferente, ao contrário, isso
fica mais latente evidente.
Isso posto, sobretudo, porque são
os acometidos que lastimavelmente, tem o grande labor de ensinar aos, supostamente, mais maduros – sejam os pais, profissionais da saúde, educação e
demais agentes das precárias políticas publicas - como estes podem os
acessar em os aceitar e, não só meramente os respeitar. Isso porque respeitar tem
vínculo com direitos e deveres, mas em país que as leis são evoluídas melhor funcionaram, mas por
nascerem verticalmente, de cima para baixo, como ocorrem em países em precário desenvolvimento humano, o direito é um raio que quase
nunca cai duas vezes em mesmo lugar.
Então, as pessoas no traço,
ensinam-nos, a todo estante, como os amar. Essa lei, universal – imponderável,
universal e eterna – é a única capaz de
garantir, para além da liberdade, a independência não só do filho com o
traço autístico e, sim, aos seus responsáveis por elas, que na maioria das vezes, utilizam-se de formas de usar essas pessoas no traço autístico para
não enfrentarem seus próprios dilemas.
Quer-se dizer que a maioria das
pessoas que consciente ou inconscientemente, alegam não viver por ter que cuidar
dos filhos autistas o fazem, quase sem perceber ou aceitar, para não enfrentar seus
próprios limites que retroalimentam suas próprias dores.