Como
sou tendencioso a marxismo, uso da dialética, onde uma tese dinamicamente se
relaciona com a antítese para surgir uma síntese perenemente.
Então
essa dinâmica faz de diversas Gestalt nossas relações com tudo e todos.
Todavia, basilar para meu neologismo, biopsicossocioespiritual: na qual a
psicanálise é indispensável. Sei que os céticos dirão que loucura juntar teses
provavelmente incompatíveis, porém não esqueçamos da dialética, pela qual uno
a Gestalt à psicanálise.
Enfim,
depois dessa introdução poderemos aprofundar sobre essas quatro dimensões do
biopsicossocioespiritual. Mas nunca esquecendo que ela é uma e que tudo
conspira para o que estamos, pois
nada somos. Estas verdades são
basilares.
Os
nossos pais desenham vida, mas para nós, ela só começa quando nos rebelamos com
nossos desejos. Então, se formos sábios, perceberemos que nada somos e sim
estamos em desenvolvimento.
Isto
é salutar na minha percepção da dimensão biopsicossocioespiritual. Pois para a
entender e dela aprender a evoluir em nossa condição humana, as quatro
variáveis dialetizam entre si para surgir novas Gestalt.
Se
não favorecermos esta dialética, jogaremos seus resíduos no inconsciente onde
restam as frustrações que teimam em nos assaltar nas mais distintas situações
no social. Sentiremos mal na alma e entristeceremos o espírito que vive e interage
em nos.
Todavia,
quando tomamos consciência de que não somos o que geralmente nossos pais
gostaria que fossemos - na forma deles se eternizarem - descobrirmos que
estamos em desenvolvimento perene, assim começa a jornada evolutiva, de uma
minoria e a morte da maioria, lamentavelmente, pois muitos morrem e não se libertaram.
Entretanto,
no caso do autista, ele já nasce em liberdade, eles não são os filhos que
queremos. Mas se aprendemos que eles não são nossa propriedade porque nascem
com seus mundos desenhados e não por nossos projetos. Na realidade, o nosso
mundo é biopsicossocioespiritualmente e é por eles vivido integral e
intensamente e como nós vivemos dispersos atados a eles não os entendemos.
Então
é tempo de nós deixarmos de chamá-los de nossos e, apenas denominá-los filhos.
Pois o atípico denuncia a virtude nossa, não só nos lembra que o diferente é
nossa maior virtude - sobretudo porque essa é a nossa porta de liberdade que
não enxergamos desde nossa puberdade - e sim precisamos evoluir a viver como
eles, biopsicossocioespiritualmente.
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