sábado, 4 de agosto de 2018

RASCUNHO DO PORQUE OS REMÉDIOS DESPERSONIFICA

Pensando no processo de alienação do eu na lógica do bio poder, no qual, através da medicalização da vida cotidiana, tem-se transformado a pessoa em objeto ou inanimado. Essa objetação, da-se no corpo falante, mas amordaçado e condenado ao ostracismo.
O bio poder é o processo da medicina usada  à moda arcaica e descompromissada com a dignidade humana, nega-se basicamente o direito do indivíduo ao seu próprio corpo. 
Isso vê-se em corpos da da criança, do adolescente, da mulher  e especialmente no da pessoa no traço autístico, como exemplo de vitimização na alienação promovida pela ética adultocentrica e a normativa das diferenças advindas pela ótica machista. 
Estas duas formas de subjugação se expressam como deterministas, de um lado com a despersonificamento da criança e, de outro, do direcionamento da mulher  reduzida ao mundo interno do lar, família e dos cuidados.
Nesta dinâmica, a criança e a pessoa no traço autístico são medidas pelas respostas  hierárquicas,  subjugando-as desde a forma de comportasse, são podadas a regras que elas não foram chamadas, ouvidas e nunca compreendidas, são sim negadas em seus desejos, violentamente levadas a se comprometer com os alheios desejos adultos e dos homens.
Já à genitora, nem sempre entendendo essa dinâmica, cumpre piamente reproduz e reforça seu subjugo, ou quando muito não entende ou concorda, mas com o determinismo machista segue sem forças à crítica e muito menos a revolução.
Até mesmo certos homens, pois nem todos sabem que  agem adultocentricamente e machistas, cegos por certa comodidade e lei do menor esforço, agem sem crítica maior em meios a conflitos, como se em zona de conforto padecem a míngua solitários, depressivos ou viciados.
Nisso, todas e todos são às cegas levados a se comportarem como objetos, como peças de uma grande engrenagem, mas martirizando e pisoteando sonhos, projetos e potencialidades, por negarem-se, matando a criança entre outras virtudes da infância e aquelas apontadas como femininas. Negando a porção de vida em si.
Todavia, isso para uma criança e, mais ainda para uma pessoa no traço, parece muito mais bizarro e surreal. Em seus corpos, quando são amordaçados através dos remédios, os seus comportamentos são cerceados tão brutalmente que elas tendem a murcharem e apagarem seus brilhos.
O que deveriam ser usadas em último caso e de modo terapêutico, se tornam a regra. Em seus corpos são presos, amordaçados e, cedo ou tarde, como catônicos vegetam.
Sabe-se,  quanto as drogas medicadas, do crescente grau de tolerância,  no qual um dia terá que se aumentar a dosagem, como se o estado de desiquilíbrio nunca  extinguisse; sabe-se do efeito placebo, onde as pessoas resistem a paralisia e se agitam em seus corpos para não os perderem; sabe-se que com a idade biológica um dia declinará da antiga tolerância de cada vez maior o uso da droga e tornará dia a dia, a pessoa apática, dos profissionais sabe-se de tantas mazelas da medicalização da vida, mas nada fazem, visam o lucro com a miséria humana (...) e dos pais, em suma querem apenas apagar, negar, matar o diferente que cada pessoa carrega em si. Um tragédia do caos e do lucro.
Querem, inconscientemente, matar a porção diferente da pessoa, aquela que nega a realização do desejo de realização adulta e machista. A certo modo, porque o diferente apenas não aprendeu  ou aceita  se negar, pelo contrário, assumindo sua diferença ama a si e não entende porque não ser assim.
Nisso  os remédios são usados para despersonificar  o diferente da pessoa no traço e as demais formas de ser diferente. Mata-se as potencialidades para enfrentar a adversidade, que faz surgir virtudes. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A MORTE PEDE CARONA: ADULTOCENTRISMO E INFANTICÍDIO, NÃO SÓ SOFRIDOS PELAS PESSOAS NO TRAÇO AUTÍSTICO

Repensando sobre tudo que contribuem para a despersonificação de cada ser, penso que a partir da impossibilidade de alguns entre os ad...