
A
sociedade que mais enxerga e nada ver, pouco observa, então nunca verá o que
estar para além do que se precisa ser
refletido. Se enxerga então como se diz
da pessoa enquadrada no Transtorno do Espectro do Autismo -TEA.
Se
essas pessoas, apenas olham de relance, usam os objetos de maneira incomum,
usam-nas em parte, não no todo, é porque a parte que não é um todo completo,
não o interessa e o deixa em sua forma de usar o mundo, diferente como nós usamos
o celular, pouco ou não falamos por ele. Será que também estamos pouco ou não
nos relacionamos com as pessoas?
Existe
uma tese, a da Gestalt, da soma das partes, que não é o todo. O todo não é sem estas somadas, para fechar a Gestalt, a
imagem a ideia a relação, precisamos conhecer as partes para viver o todo.
Penso
que como, para psicologia social, somos o que nos diz que somos. E sei da a
psicologia do desenvolvimento e da psicanálise, que o mundo onde cada um nasce,
já vem pronto e querem que nos adaptemos a ele. Uma dura violência ocorre ai. Então
se nos relacionamos em parte e não totalmente, dizem-nos que somos parte e não
um todo? E nos relacionamos em parte e cada dia ficamos mais sós?
De
alguma forma, sim somos em parte vazios e não nos buscamos nas relações mais
profundas, ficamos sós e vazios. Onde, a pessoa íntima nos mostre que estamos
sendo e aprendemos ser melhor para nós e para o mundo que nos circunda.
Assim,
para ser relacionar a três ( pais e filhos), com a pessoa em o TEA – digo assim
em o, no, porque estou me indagando se o
termo “com o TEA” não comunga com uma ação
passiva da pessoa em questão. Ou seria uma parceira, não sei, apenas
indago que “em o ou no TEA” tenha algo mais dinâmico e essencialmente, ativo(...)
-, enfim, isso me ajuda a refletir que se somos ativos, vivos e não levados a
torto e a direito manipulados como marionetes dos desejos alheios, podemos ser o que nossos
desejos nos direcionar. Como também a pessoa no TEA não é passivo, por mais
solilóquio, monólogo, só seja o agir dela.

Entretanto,
tudo isso ajuda a entendermos que o nosso desejo é contaminado devido a
realidade de sermos os desejos de nossos pais, antes mesmos de nascer. Até que
começamos a enxergar de fato e nos constituírmos desejantes para além do que a
nossa visão alcança. Mas mesmo ainda assim, dependeremos da cultura contextual
que nos toma como presa fácil. Nesse, sentido, só quando fazemos dois processos
de assassinatos e mortificação é que
nasceremos, para desejar por nós mesmos.
A primeira ação violenta nossa é o parricídio temos que psicologicamente mortificar os desejos que ouvimos de
nossos pais em nós. E depois matar o que
as culturas deles em nós, seguirá um último,
mas muito necessário, assassinato psíquico, mortificar o nosso corpo
como foi concebido até então, um auto infanticídio. Ambos, parricídio e infanticídio que contextuei, são
psicológicos e, portanto, atos de autoconsciência tratadas apenas em trabalho facilitado
por um a pessoa treinada a apoiar o desenvolvimento a partir da dor ao amor.
Socializarei
tal perspectiva a partir da superficialidade da interação social via as redes
sociais. Onde a vida parece menos compromissada, ou ao menos, não há o olhar
discriminador do outro. E sim o gozo violento do olhar do outro, onde não se
pagar para ver.
Em, “Imagem Virtual” Ennia Favret, citando
Lacan, no Seminário “A Angústia”, diz “O que o homem tem diante de si nunca é
senão a imagem virtual”, parece uma enunciação do desastre
do vínculo, das relações intimas o fim do amor. Ela diz,“as inovações tecnológicas proporcionaram novas realidades
virtuais, novas encruzilhadas entre o real e o imaginário”.
São,
novas fontes de vida no “Império do
olhar, do gozo e satisfação imediata”. E como um excelente catalizador do
prazer, um filho em o TEA, vai tomar ou
tentar ser o alvo de tamanha fonte do prazer, ser alvo dos olhos do outro, o
mais importante olhar, geralmente da mãe, pois o filho no TEA,
aprendo com o pai, que a mulher é alvo de ser conquistada, de ter a atenção
dela.

Suponho
até que muitos deles são tão perfeccionistas para serem alvo desse gozo escópico,
do olhar do outro, que se tornam os melhores em determinado atividade. E assim
se excluem, ou são socializados a partir suas habilidades e não por si
próprios. Cortejando quase sempre o desejo avassalador, imediato e indesejável de
seus pais. Vivem suas habilidades e não a pessoa, que luta desesperadamente
negar o TEA que nele estar.
Não
faço essas provocações a fim de me odiarem, mas afim que amem-se como estão sendo capazes serem, pois gênios não se fazem de desejos alheios de seus pais
(pois todos querem filhos gênios) e, sim de desejos íntimos de cada filho um apoiados em cada
contexto familiar Ou outra comunidade íntima. Mas ser ou não,
apenas esconde quem realmente quem estamos sendo e, como apenas queremos
ser acolhidos como de direitos a vida, mesmo sendo, todos de modos
diferentes de viver, e a diferença é nossa maior riqueza. Como se diz, “ter direito a ter direitos” de viver como nós é possível.
E
não escravos do nosso olhar alienado. País que vivem as vidas alheias na
distância fria das redes sociais, seja por medo de não ser aceitos, ou e
também, incapacidade de aceitar o que lhe fazem ri ou repudiar, mas misteriosamente
desejam, ao menos ver. Enquanto, filhos tem que se tornarem tão hiper(tensos)
para ser centro de atenção e não vivem suas prazer.
Hiper
tensos porque atos que os ajudavam a equilibrar as angustiantes reações intraorgânicas ( expressos em estereotipias), que eram alvo
de cuidados e atenção, viram únicos meios
de ter o olhar daqueles que agora é viciado na fuga das redes sociais. Levando-os a manter maior tempo em
comportamento estereotipados para conquistar a atenção do olhar amado.
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Créditos das imanges, Instragram sentimentosdasociedade;
Citações:“Imagem Virtual” Ennia Favret, in: O Corpo Falante: Sobre o conhecimento do inconsciente no século XXI, Associação Mundial de Psicanálise, Rio de Janeiro, 2016