segunda-feira, 7 de março de 2016

As relações na rede social, o olhar que não ver a pessoa no TEA

A sociedade que mais enxerga e nada ver, pouco observa, então nunca verá o que estar  para além do que se precisa ser refletido.  Se enxerga então como se diz da pessoa enquadrada no Transtorno do Espectro do Autismo -TEA.
Se essas pessoas, apenas olham de relance, usam os objetos de maneira incomum, usam-nas em parte, não no todo, é porque a parte que não é um todo completo, não o interessa e o deixa em sua forma de usar o mundo, diferente como nós usamos o celular, pouco ou não falamos por ele. Será que também estamos pouco ou não nos relacionamos com as pessoas?
Existe uma tese, a da Gestalt, da soma das partes, que não é o todo. O todo não  é sem estas somadas, para fechar a Gestalt, a imagem a ideia a relação, precisamos  conhecer  as partes para viver o todo.
Penso que como, para psicologia social, somos o que nos diz que somos. E sei da a psicologia do desenvolvimento e da psicanálise, que o mundo onde cada um nasce, já vem pronto e querem que nos adaptemos a ele. Uma dura violência ocorre ai. Então se nos relacionamos em parte e não totalmente, dizem-nos que somos parte e não um todo? E nos relacionamos em parte e cada dia ficamos mais sós?
De alguma forma, sim somos em parte vazios e não nos buscamos nas relações mais profundas, ficamos sós e vazios. Onde, a pessoa íntima nos mostre que estamos sendo e aprendemos ser melhor para nós e para o mundo que nos circunda.
Assim, para ser relacionar a três ( pais e filhos), com a pessoa em o TEA – digo assim em o, no, porque estou me indagando se  o termo “com o TEA” não comunga com uma ação  passiva da pessoa em questão. Ou seria uma parceira, não sei, apenas indago que “em o ou no TEA” tenha algo mais dinâmico e essencialmente, ativo(...) -, enfim, isso me ajuda a refletir que se somos ativos, vivos e não levados a torto e a direito  manipulados como marionetes  dos desejos alheios, podemos ser o que nossos desejos nos direcionar. Como também a pessoa no TEA não é passivo, por mais solilóquio, monólogo, só seja o agir dela.
Entretanto, tudo isso ajuda a entendermos que o nosso desejo é contaminado devido a realidade de sermos os desejos de nossos pais, antes mesmos de nascer. Até que começamos a enxergar de fato e nos constituírmos desejantes para além do que a nossa visão alcança. Mas mesmo ainda assim, dependeremos da cultura contextual que nos toma como presa fácil. Nesse, sentido, só quando fazemos dois processos de assassinatos e mortificação é  que nasceremos, para desejar por nós mesmos.
A  primeira ação violenta nossa é  o parricídio temos  que psicologicamente  mortificar os desejos que ouvimos de nossos  pais em nós. E depois matar o que as culturas deles em nós, seguirá um último,  mas muito necessário, assassinato psíquico, mortificar o nosso corpo como foi concebido até então, um auto infanticídio. Ambos, parricídio  e infanticídio que contextuei, são psicológicos e, portanto, atos de autoconsciência tratadas apenas em trabalho facilitado por um a pessoa treinada a apoiar o desenvolvimento a partir da dor ao amor.
Socializarei tal perspectiva a partir da superficialidade da interação social via as redes sociais. Onde a vida parece menos compromissada, ou ao menos, não há o olhar discriminador do outro. E sim o gozo violento do olhar do outro, onde não se pagar para ver.
Em, “Imagem Virtual” Ennia Favret, citando Lacan, no Seminário “A Angústia”, diz “O que o homem tem diante de si nunca é senão  a imagem  virtual”, parece uma enunciação do desastre do vínculo, das relações intimas o fim do amor. Ela diz,“as inovações  tecnológicas proporcionaram novas realidades virtuais, novas encruzilhadas entre o real e o imaginário”.
São, novas fontes de vida no “Império  do olhar, do gozo e satisfação imediata”. E como um excelente catalizador do prazer, um filho em o TEA, vai tomar  ou tentar ser o alvo de tamanha fonte do prazer, ser alvo dos olhos do outro, o mais importante  olhar,  geralmente da mãe, pois o filho no TEA, aprendo com o pai, que a mulher é alvo de ser conquistada, de ter a atenção dela.
Suponho até que muitos deles são tão perfeccionistas para serem alvo desse gozo escópico, do olhar do outro, que se tornam os melhores em determinado atividade. E assim se excluem, ou são socializados a partir suas habilidades e não por si próprios. Cortejando quase sempre o desejo avassalador, imediato e indesejável de seus pais. Vivem suas habilidades e não a pessoa, que luta desesperadamente negar o TEA que nele estar.
Não faço essas provocações a fim de me odiarem, mas  afim que amem-se como estão  sendo capazes serem, pois gênios  não se fazem de desejos alheios de seus pais (pois todos querem filhos gênios) e, sim de desejos íntimos  de cada filho um apoiados em cada contexto  familiar  Ou outra comunidade íntima. Mas ser ou não, apenas esconde quem realmente quem estamos sendo e, como apenas  queremos  ser acolhidos como de direitos a vida, mesmo sendo, todos de modos diferentes de viver, e a diferença é nossa maior riqueza. Como se diz, “ter direito  a ter direitos” de viver como nós  é  possível.
E não escravos do nosso olhar alienado. País que vivem as vidas alheias na distância fria das redes sociais, seja por medo de não ser aceitos, ou e também, incapacidade de aceitar o que lhe fazem ri ou repudiar, mas misteriosamente desejam, ao menos ver. Enquanto, filhos tem que se tornarem tão hiper(tensos) para ser centro de atenção e não vivem suas prazer.

Hiper tensos porque atos que os ajudavam a equilibrar as angustiantes reações  intraorgânicas  ( expressos em estereotipias), que eram alvo de cuidados e atenção, viram únicos meios  de ter o olhar daqueles que agora é viciado na fuga das redes sociais.  Levando-os a manter maior tempo em comportamento estereotipados para conquistar a atenção do olhar amado.
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Créditos das imanges, Instragram sentimentosdasociedade;

Citações:“Imagem Virtual” Ennia Favret, in: O Corpo Falante: Sobre o conhecimento do inconsciente no século XXI, Associação Mundial de Psicanálise, Rio de Janeiro, 2016


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