Na mitologia
grega, Édipo ao cruzar com o pai o mata e desposa a própria mãe, e ao saber arranca-se os olhos; na ética judaica, Abraão é levado a ofertar o filho. Nisso lhe é negando seu desejo três vezes, de ter filho com idade avançada, de ter que
sacrificar e de não o fazer.
Não é em vão
que a Religião do pai, na época de Freud, hoje a psicanálise estuda o filho. (...) “As famílias de hoje se definem mais com base
na criança do que no pater famílias”(1).
O filho não
castrado em seus desejos tem sido constante na sociedade atual. A pós
modernidade tem ofertado suposto gozo desmedido. “Freud propõe a
imagem da satisfação do lactante saciado que adormece no seio para ilustrar o
que se repetirá mais após a experiência do orgasmo”. (2)Como se reproduzindo esta satisfação.
Este gozo psíquico
funciona como carrasco, a pulsão de morte, ao seio da mãe estendendo o acesso ao todo corpo, o objeto de desejo da mãe, como Édipo que após o incesto vai ao deserto após extirpar
os glóbulos oculares. No caso atual,
temos a atual geração livre ao gozo estremado, adormecido entre tantas formas de entorpecentes, crente que sempre
terá a mãe para saciá-lo, autistica (mente).
Ante a isto, fica nítido que nunca se foi tão gritante a necessidade do Édipo pai não temer o oráculo que
anuncia a tragédia e, enfrentar sua necessidade do amor e humildemente entender
que todo este sistema o faz de apenas peça de desejos alheios. É preciso
reconquistar o sonho de ser pai, para não ser apenas genitor e chegar a
paternidade libertadora onde nossos pais falharam.
Lacan,
anuncia em Freud que (inconscientemente), “ A
lei freudiana, a do Édipo, era correlata ao amor pelo pai (...) lei do amor,
isto pai versão” (1). Entendo esse conceito de pai versão, a do macho (apenas
gera) vencendo seus instintos de filho (
como neste século de gozos ilimitados), não se contento de ser aquele que apenas mantém, provém (pai), evolui a paternagem aquele que cuida em favorecer o filho através
de reflexão dos caminhos do desejos dele, guiando-o quanto as consequências do
destino traçado por ambos
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1. Sophie,Gayard.: Pais Versões, in Scilecet, O corpo Falante – Sobre o inconsciente no sécuo XXI, Escola Brasileira de Psicanálise, Rio de Janeiro, 2016;
1. Sophie,Gayard.: Pais Versões, in Scilecet, O corpo Falante – Sobre o inconsciente no sécuo XXI, Escola Brasileira de Psicanálise, Rio de Janeiro, 2016;
2.
Béraud,Anne.: Orgasmo, in Scilecet, O corpo Falante – Sobre o
inconsciente no sécuo XXI, Escola Brasileira de Psicanálise, Rio de Janeiro,
2016
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