A cada paciente, independente da idade, classe social ou cultural, têm me ensinado que somos reféns de um mal que as gerações ainda não se libertaram.
Refirmo-me à má interpretação da filosofia cristã ocidental, aquela que chamo de barroquismo, ou seja, a prisão da culpa, advinda do pecado, o velho certo e ou errado.
Essa dicotomia tem contribuído para a desigualdade de oportunidades, no que se refere à qualidade de vida. Pois, assim, as pessoas se rivalizam se acusando mutualmente, dificultando e até impossibilitando responsabilidades, tanto dos adultos como dos filhos, independente da idade. Em suma impede sobretudo, que em sociedade tenhamos pessoas mais dignas de atuar em prol de direitos correlacionados com os deveres. Mas esse é outro tema. Especialmente porque isso é o resultado último dessa sociedade sobremaneira egoísta.
No que nos interessa, quando os adultos treinam, geralmente de modo indireto e até inconsciente, os seus filhos para não se responsabilizarem, temos na maioria dos casos famílias nas quais as mulheres mais adoecem e são vítimas de suas próprias distorções perceptivas, como nos exemplos daquelas que são levadas a atuarem como perfeccionistas, contentando-se apenas com a sua forma de atuar e orientar o próprio filho.
O perfeccionismo tem diversas faces, a mãe heroína é a mais evidente. O pai impotente também. E destes, creio,que nascem as diversas formas comportamentais, por assim dizer viciadas, por parte dos filhos. Entretanto, também, essa abordagem daria outro tema.
Focando, na crítica presente, creio que se faz indispensável caminhar para uma postura, sobremodo atuada pelos adultos, de corresponsabilidade onde tanto pedagógica e emocionalmente seja especulado as intervenções junto a todos os filhos, não apenas aos que são tidos dentro dos traços do autismo. Afinal, há pouquíssima diferença no trato de formação entre os atípicos e os não, guardando as devidas proporções e peculiaridades de cada pessoa e comprometimento.
Entretanto, a cada dia mais, as pessoas no traço do autismo me ensinam que há pouquíssima diferença mesmo, naturalmente, quando olhamos a partir da inteligência emocional. Não é em vão que todos que eu conheço, adequam as situações e as pessoas as seus desejos. E quando não as ignoram.
E é nessa mesma perspectivas, hipotetizo, que se os adultos distribuírem e partilharem de uma postura mais nivelada quanto as responsabilidades, mais poderemos também caminhar nesse sentido com todos os filhos. Assim, bem como eles aprenderemos dentro de seus limites suas potencialidades e, melhor, não mais os infantilizaremos, subestimaremos ou limitaremos.
O melhor ainda é que, sem o peso da culpa, com a distribuição das responsabilidades, inclusive as dos filhos, adoece-se-á menos e, mais facilmente, teremos visibilidade de cada pessoa em questão, a partir das potencialidade e não dos supostos limites.
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