terça-feira, 4 de abril de 2017

A COMPLEXA REALIDADE DE SER PATERNO: AMAR.


Tenho percebido como tem sido difícil aos pais melhor (co)responsabilizar-se junto as demandas dos filhos no traço autista.Muitos ainda padecem em pensar que devem apenas ajudar, porém, estes esquecem que ajuda-se quando e como pode. Entretanto, todos são responsáveis, inclusive a própria pessoa no traço autista. Pois se assim não trabalharmos como poderemos pensar essa pessoa para além da autonomia e da liberdade? 

Alguns, pensam que apenas as mães são mais habilidosas no cuidar e preparar para a vida. Estes também pecam duplamente, ao menos. Porque por um lado, esquecem que aprendemos por imitação e, pior, ensinamos a cada filho a lei do caos que se encontra impregnado na sociedade, ou seja, a desigualdade em todas as relações e, então, uma desarmonia no tocante ao amor. 
Quero enfatizar que todo filho, não só a pessoa no traço autista, imita o que lhe dar mais prazer. Por exemplo, se ela assiste uma desigualdade na distribuição de poder na relação entre os genitores, onde um pode tudo e ao outro cabe só as demandas de cuidados e serviços, a quem esta pessoa imitaria?
É claro que temos as variáveis do amor que os filhos nutrirão a aquele que o cuida e o protege, todavia, cada uma realidade tem seu contexto e suas variáveis. O que tenho assistido é que temos exemplificado a nossos filhos, muito pouco amor, lamentavelmente. Especialmente porque poucos se dão conta disso e, entre estes, ainda a aqueles que pouco se mobilizam para mudar isso revolucionando sua própria realidade.
Este é o segundo equívoco, nestes que exemplificam egoísmo aos filhos, pois vivem na desarmonia do amor. Nos casos que contribuo para minimizar isso, temos tantas variáveis que tem horas que sofro por perceber tamanha frieza e apatia no tocante ao amor, talvez por não entenderem o sentido da vida.
Refiro-me a pessoas que sobrecarregam suas companheiras por tanto trabalho especialmente com as demandas com os filhos e, aguardam em suas posturas de relação desigual de poder que elas sirvam seus desejos de homem, de esposo, de chefe de família e, não poucos, muitos se deixam como "ainda filhos".
Falarei especialmente deste último, quais ora rivalizam com o filho, ora o infantilizam, ora esperam deste soluções as suas mais profundas perdas e, portanto, esperam que seu descendente realize os antigos sonhos frustrados.
Em fim, esquecem que para além de genitor (aquele que gera), não adianta ser apenas pai ( que sustenta) é necessário ser paterno. Este que além de gerir e sustentar também precisa exercitar a ternura (paTERNO) e, ser terno (deriva da palavra três), portanto, é dedicar a três a si, a esposa e a cada filho. Como agir assim? Vivendo intensamente!!!!
Isso é, uma dedicação para preservar a beleza interna e externa sua e da esposa, amar as suas limitações e apoiar nas dificuldades mutualmente, mas especialmente, responsabilizar pela complexa formação e desenvolvimento do filho. Favorecer humildemente, portanto, o bem estar e qualidade de vida através do diálogo franco e independente. Estas conquista nunca são conquistadas apenas pelo poder econômico e sim pelo amor, este que a tudo congrega, aceita e entende, por saber que só existe uma revolução, a íntima que resulta para bençãos para todos.

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