Entretanto, neste século, o da pós modernidade, isso se tem descaracterizado. A solidão declinou-se, (d)evolutivamente, a ser consequência do "mal do século"(1), aquele famigerado e vicioso comportamento superficial das relações virtuais.
São inúmeras as formas viciantes, especialmente nas teias das redes sociais, que vão de evitação de ser como se é ao extremos de se demostrar apenas um suposto belo artificializado. O gritante disso é as relações descompromissadas, como meio de aliviar uma dor por outra. Pois, a falta de responsabilidade consigo afetará, diretamente, a quem convive com quem tem medo de olho no olho ( digo, alma a alma).
No fundo, teme-se o sofrimento que supõe está nas esquinas de cada troca de contato simplesmente profundo, mera e geralmente porque também sentimos que fomos todos traídos por quem mais críamos como responsáveis por nossa segurança emocional. Mas eles também, provavelmente temeram e, logicamente erraram.
Assim, justifica-se ( pensa-se) viver desfrutando apenas do "melhor das pessoas" captadas em selfes, descartando as maus momentos como descartáveis, como se fossem nossas vivências meras imagens.
Em geral, teme-se a dor, reafirmo.
No entanto, como alcançar uma vida mais plena sem o antivírus do diálogo e do processo empático, só alcançado pelo amor (e amar não só aos que nos dão contentamento e, sim aos que nos fazem doer), ou seja, não fazer com o outro "o que você não quer que seja feito com você"(2).
Com certeza não é naquela solidão entoxicada pelo vírus da falta de aceitação de nossa única virtude, e sim a do amar as diferenças e, na aceitação dessas, não como nos queremos e sim como elas na realidade são.
Só assim, transformaremos nossa vida privativa em mais sinceros selfes, ou seja, seremos mais intensos em nossas formas de viver e não meras faces de sorrisos pálidos e sem vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário