terça-feira, 9 de maio de 2017

UMA POSSÍVEL MAGIA DA VIDA NA PESSOA NO TRAÇO AUTISTA


Lendo os depoimentos mães colaboradoras deste blogger,  fica-me mais do suposto sofrimento de ter um filho atípico, percebo  evidencias do não saber lidar como a expressão atípica de cada filho. Isso é ampliado com um certo descompromisso neste acolher por parte de alguns pais, promovendo maior  desamparo a suas respectivas companheiras e, imagine, ao filho. Isso acontece, quando, especialmente, foca-se mais na doença, trata-se a criança como objeto de estudo e,  o deixa sem infância, na realidade, quase sempre, nestes contextos, nem o percebe. E ainda há aqueles que dizem que filho não tem nada, erram  por falta de humildade ao não assumir que nada sabem e atrapalham possíveis intervenções mais estruturadas. 

Claro, alguns dirão que esse psicólogo não sabe o que é viver vinte quatro horas com as situações cada dia mais complexos, difíceis. Mas não quero trazer mais sentimento de culpa.
Por outro lado, confesso que tenho pacientes tão  complexos que passo horas a fio pensando como ajudá-las a  perceberem que suas situações são pertinentes, naturais e comuns a todos, apenas elas tem e assumem suas próprias maneiras de se adaptarem a cada contexto, apenas porque são pessoas também atípicas.
Não que isso seja, necessariamente, base para sofrimento dos genitores ou ainda, fonte do transtorno que acomete aos filhos destes. Mas, quase sempre os filhos são sintomas da dor dos pais. Nos atípicos, isso é mais evidente, como também com aqueles filhos que se envolvem com riscos sociais e vulnerabilidades pois assim aprenderam em seus lares.
Estes estão em seus processos em biopsicossocial e espiritual, do qual os pais não entendem e correm enquanto podem a busca de tratar o filho absorvidos pelo desejo de os ver, sentir ou fazer "normais". Como se Deus, Alá, Buda, Crisna etc. poderiam ter errado em sua obras primas. Não porque somos únicos, mais sim porque  somos todos diferentes e cada um com seus limites e virtudes.
Já falei em outras postagens que não devíamos ficar lamentando porque nossas crianças não usam nossas linguagens, mas quem disse que o corpo, olhos, mãos e sons não comunicam. Digo que pecamos em querer que eles queiram que falem esse nosso precário modo de falar. Disse também que ao menos eles aprendem menos certos vícios nossos. E se percebemo-nos através destes, também entenderemo-nos com cada uma dessas pessoas.
Portanto afirmo que temos que irmos ao mundo, falar a língua do filho e é bom que sabemos que eles se comunicam com tudo e quase sempre de maneira não convencional, então temos muito a aprender com eles. Eles não são bobos eles percebem o pouco ( por ser singelo, então nem sempre percebido) que essa forma de vida nossa tem a doar. Na realidade, creio que cada pessoa no traço autista, tem nos alertado para a rica simplicidade da vida que teimamos esquecer.
Temos que atentar pela vida e segurança deles, pois se eles não tem noção de perigo ou são mais tolerantes a dor ele podem vir a se machucar, mas não devemos os sufocar eles precisam ser estimulados a se defenderem  e conviver com nosso mundo adoecido. E devemos pensar como os estimular a perceber esses riscos.
Enfim temos que deixar de nos punir. E um caminho a isso é  revivermos nossa criança interior e lembrarmos de nossas mágoas e as perdoar e seguir enfrente porque nossos filhos não precisam delas. Você dirá, que ele está dizendo, afirmo isso que tens horas que nem percebemos que queremos viver no nosso filho o filho que fomos, como se fosse um  carma, ou uma missão, estágio evolutivo. Garanto que estou preparando algo sobre o biospsicossocial e espiritual para pensarmos sobre, mas não podemos sair do social onde aprendemos a ser  nos mesmos, mesmo que é na relação social que adoecemos. 
Mas, a nível espiritual, mesmo sendo tu e teu divino, sabemos que o resultado disso é a paz e amor ao próximo, uma espiritualidade que não flua para isso, tem algo errado. Nós amamos ao outro não apenas para termos paz. Veja, parafraseando o Cristo, por exemplo,  amai o vosso inimigo  isso apenas para que nosso rivais fiquem em paz conosco e não nos ataque. Na visão cristã pecar é errar o alvo. Então, por esta última é que você perde a salvação e não por amar ou deixar de amar, pois isso só traz lucro para ti, enquanto pecar você macula o espirito santo que usa seu corpo como templo e morada.
Da mesma forma, então, você aprende a amar seu filho autista porque para ter paz com a forma atípica dele e poder interagir,  mas não extinguiremos os rituais e manias, mas por exemplo amando  entenderemos que são expressões de cada um e, representa ou quer dizer algo e assim, portanto, facilitaremos a auto aceitação dele e nós a eles também.
No geral eles precisam de nós como quem precisa de confiança e não quem a persiga para lhes e as tira o prazer da expressões incomuns, quais eles não se importam em lugar e tempo algum de se expressar porque fluem de suas satisfações.E se assim o é, é porque lhe traz prazer pode comungar com a realidade dura e seca da vida é esse nosso dever: Não deixar que eles percam a magia na vida.
Então é essa magia que precisamos recuperar em nós mesmos.

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