
Pensando sobre o desgaste que o amor desinteressado, amar por amar como única forma de viver, tem sofrido, especialmente na ética das relações íntimas, fico a me indagar a que evolução a sociedade contemporânea se gaba.
Como sou daqueles que pensa a saúde como bem estar social, mental e físico, ao qual acresço o espiritual, em todos os sentidos, acuso que, sinto quanto devoluímos drasticamente, pois estamos pulando as cegas a um precipício sem precedentes e sem onde se segurar caímos em nosso pior, denso e profundo buraco que desconhece seu fim.
Vejamos, temos entre nós pensadores da saúde mental que há muito, para ajudar a sociedade entender a noção de bem estar e qualidade de vida, dizia que nas relações formadoras das subjetividades, os filhos seriam o sintoma da família.
Pego essa noção e traduzo a partir de Freud, que para exemplificando que não dominamos nada, nem nossos próprio conjunto biopsicossocioespiritual. Nisso, Ele não citou esse neologismo, mas sim o conceito do inconsciente e informou-nos como este nos rege, para o explicar, formalizou-se a noção de iceberg. Na qual, a ponta exposta é a consciência nossa dos conceitos que supostamente domamos, a lâmina da água seria a nossa pre-consciência e, a grande parte da pedra de gelo submersa seria o nós mesmos que não acessamos e, sim, somos domados.
Assim, parafraseando essa metáfora freudiana aos atuais debates de saúde, penso que se o filho é o sintoma dos dilemas familiares, facilmente vejo-o como a ponta do iceberg, enquanto a lâmina do mar seria as descobertas recém chegadas do inconscientes ( chegadas então pré-consciente) feitas e vividas, ou sobrevividas pelas genitoras diante das dores provocadas pelo genitor como se domado por forças dantescas, por todos desconhecidos mas que busca o prazer imediato e total, como o inconsciente é.
Notadamente, os homens, diferente dos ainda machos, têm evoluído em perceber quanto seus desejos silenciados, porém evidentes em atos egoístas ao máximo, têm dizimados paz em tantas gerações, por que não dizer de toda história da atual humanidade. E assim, alguns evoluem de machos a homem e lutam contra os impulsos que o domam.
Assim, traduzo que nossa melhor referência desse inconsciente desconhecido e temido por puro desconhecimento é a relação desigual de poder. Esta tem sido responsável por genocídios, infanticídios, entre tantas outras formas de se matar. Atualmente chamamos de feminicídios, genocídio da juventude negra, marginalização dos que têm precário acesso aos direitos e, têm acesso contínuo as prisões e subempregos que são os eufemismos para a escravidão.
Então, o inconsciente sendo o maior vetor do ser humano, onde nasce as pulsões, ou seja, os desejos, precisam ser estudados e acessados. Isso por aqueles que precisam viver, ou seja, amar e ter paz.
Estas relações que devem ser nossa evolução. Estes desejos inconscientes tem que ser domados para não mais escravizar a quem não os controla por pura ignorância, simplesmente não o conhece.
Seria solução, naturalmente não, pois o desejo advindo do inconsciente além de ser enormemente incalculável, ele é atemporal.
Mas ele tem um único norte, a satisfação. Conhecendo-se pode-se viver mais em harmonia com seus próprios demônios. Ignorar suas existências é sinônimo de loucura.
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