sábado, 19 de setembro de 2015

BIOPSICOSSOCIOESPIRITUAL - BIO 2



Na postagem anterior citava minha percepção que as mães sempre serão mais importantes que certos profissionais e pesquisadores, pois elas afinam suas sensibilidades todo dia com o autismo. Mas parece que elas poucos são escutadas e acolhidas por certos profissionais tanto que nestes dados, um terço dos filhos estão sem diagnóstico, a maioria o receberam tardiamente e a diversidade de possibilidades de acompanhamento sem interdisciplinariedade (citação) é assustadora, várias ciências sem dialogar e sem necessariamente ter um tratamento do autismo efetivamente definido.
Então, como se dá os acompanhamentos farmacoterapêuticos sem fechamento do diagnóstico; e se a maioria dos sintomas estão acolhidas pelas diversas terapias, possivelmente alimentam angustia das declarantes e ansiedades e outros sofrimentos aos filhos? Especialmente, se além dessa desinformação lembramos que os sintomas do Trastorno do Espectro Autista - TEA são comuns ao Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH, retardos mentais, esquizofrenias e etc. Afim  de especularmos críticas, aqui dividimos os sinais em seis perfis:
Tabela 1 - As comunicações Bioverbais
Estereotipias
Emocionais
Cognitivo
Interação
Biológico
Reativas
3"flaps" as mãos
Gritos
Baixa Intelectualidade
3 Baixa socialização
Epilepsias
5 Birras
Sons repetitivos;
Fica agitado com o vento
Respostas desconexas
3 Sem oralidade
Convulsões

Girar sobre si
Autoagressão
Fala de si na 3ª Pessoa
3 Baixa Recepção auditiva



Convívio com adultos

2 Desvio visual



Choros

Atividades restritivas


OBS.: Os números são a quantidade de citações
Pensamos que as estereotipias (5  citações) podem denotar, o que alguns autores indicam, expressões, formas de comunicação corporal, para aliviar ansiedades ou buscando satisfação. E se assim o é, tais dados coligam-se com as expressões emocionais, como algo que precisa ser interpretado antes de excluídas com remédios e outras técnicas, pois sem entender suas razões e ignoradas, podem virarem meios de aprendizados manipuladores, ou seja, birras e desobediências, todavia, se apenas esquecidas apareceram outros sintomas cada vez mais bem elaborados.
Então, sugiro que os pais trabalhem para entender as mensagens emocionais que os filhos expressam, exercitem a inteligência emocional, sobretudo, porque as reações deles podem ser neurais, psicossomáticas, comportamentais, porém, sempre vividas, socioafetivos. Sobretudo, porque os dados cognitivos e biológicos citados justificam a necessidade de entendermos os limites na interação deles com o mundo (9 citações).
Especialmente porque a interação social desde quando nasce o filho, antes mesmo de ser diagnosticado, a relação é sofrida e isso é uma base dos indicadores de adoecimento primeiro da mãe, cuidador, pai e demais parentela que lida diretamente com o autismo, porém, quando não entendidos o comportamento atípico podem evoluir e ou são confundidas com birras e desobediências (5 citações).
Todavia, especulo que necessariamente, sejam mensagens expressas emocionalmente vistas nos choros, autoagressões, gritos etc. Fruto de uma angustia precocemente sentida demandada a uma variedade de profissionais, sobretudo, a de Fonoaudiologia (8 citações), seguida por neurologia e psicoterapia e terapia ocupacional (4 citações). Mas essa necessidade de entender o filho apenas verbalmente pode cegar ao que a emoção se expressa através do corpo do autista. Especialmente porque verbo não expressa, por si só o que se sente. E mesmo, o educar que é levá-lo à vida de um mundo constituído de relações perversas, onde quem não tem um vício adquire um para sobreviver, podemos os colocar tão vulneráveis  sem trabalhar a inteligência emocional, nossa e a deles?
Os dados que seguem são para provocar reflexões e pensarmos e, os cito com a mente aberta para críticas, e serão bem acolhidas. Bem, deixando as desculpas de lado, pensemos: Sendo as emoções dos filhos que não verbalizam meio de comunicarmos e mutualmente nos entendermos, os pais ao buscarem abordagem,  que adestram o comportamento, os educam como se eles não viessem a expressar suas angustias de outras maneiras cada vez mais complexas, se não trabalhadas com toda a família e em sociedade,  então,  pergunto, assim, não se distanciamos, ainda mais, do que eles comunicam através de suas emoções?
Tabela 2 As terapêuticas buscadas

Psicológica
Médica
Psicopedagógica
Alternativa
Melhor aplica -se
Diagnóstico
dado por
Psicoterapia
4
-
-
-
-
1
ABA
2
-
-
-
4
-
Psicanálise
1

-
-
-
-
Fonoaudiologicas
-
8
-
-
1
-
Psiquiatria
-
2
-
-
1
1
Neurologia
-
3
-
-
-
3
Neuropediatria

1



1
Medicamentosa
-
1
-
-
-
-
Ter.Sensorial
-
1
-
-
-
-
Ter. Ocupacionais
-
-
5
-
-
-
Psicopedagógicos
-
-
4
-
-
-
Pedagogo
-
-
1
-
-
-
Ter.Montessire
-
-
1
-
-
-
TEACCH
-
-
-
1
-
-
Hidroter./na.
-
-
-
3


Equoterapia
-
-
-
2
-
-
Brinquedot
-
-
-
-
-
-
Música
-
-
-
-
-
-
Judô
-
-
-
-
-
-
Interdiciplinar
-
-
-
-
-
1
Sem diagnóstico
-
-
-
-
-
3
Obs.: A referência vertical: cor amarela (acolhimento psicológicos); verde: médicas; azuis psicopedagógicos; bege alternativos e rosa interdisciplinar;
A referência horizontal duas últimas se refere ao tratamento que na visão das pesquisadas quem melhor acolhe as demandas dos filho e quem deu o diagnóstico.
Um dado que tem relevância, é o fato que primeiro a neurologia (3 citações),  indicaram o diagnóstico ( uma delas ainda não fechada) somada com as três em vermelho ( 4 citações) e, como citei na postagem anterior, onde está a pediatria, a porta das demandas infantis, que teria muito a contribuir junto as crianças com sintomatologia autistas se focassem ao que  as mães dizem, mas, nesta pesquisa, esta especialização ausentou-se ( salvo 1 citação de neuropediatra).
Enfim, concluímos que demandas biológicas,  que é no corpo onde se localizam as marcas e nomes que damos a nossa dor, a do autista é encoberto pela preocupação e medo das genitoras e seus familiares, devido a marca da discriminação, com nome sem o local  para tratar e, desta presença apenas manifestada no social causando grande sofrimento psíquico que só podemos saber a partir do relato bem acolhido das mães. E o pior, sofrimento quase que perene por profissionais que não se fortalecem no diálogo das ciências.
Todos ficam cegos a estes relatos cheios de emoções que precisamos corporificar,  em busca de dignificar a pessoa autista como todos detentores de direitos humanos de respeito, a vida através do empoderamento que só se concretizará a partir do discurso dos autismos e de quem entende e vive com cada um deles.
Mas dar corpo ao autismo é apenas para ambos viverem de fato, mãe e filho, e claro que tem que buscar atenções e acolhimentos para as pessoas autistas, pois a vida é mais que autismo. Buscaremos pensar nas demandas psicológicas a partir da próxima postagem. Onde refletiremos que personalidade estamos contribuindo no desenvolvimento de cada pessoa autista.
Para portanto, não atarmos mais o desenvolvimento a dor que supomos que eles viverão, pois todos, inevitavelmente amadurecemos nas faltas. E enfim, tratarmos das mães, pois elas têm mais chances de oportunizar aos filhos melhor inteligência emocional, exercitando com eles, as delas.

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