Na postagem anterior citava minha percepção que as mães sempre serão mais importantes que certos profissionais e pesquisadores, pois elas afinam suas sensibilidades todo dia com o autismo. Mas parece que elas poucos são escutadas e acolhidas por certos profissionais tanto que nestes dados, um terço dos filhos estão sem diagnóstico, a maioria o receberam tardiamente e a diversidade de possibilidades de acompanhamento sem interdisciplinariedade (citação) é assustadora, várias ciências sem dialogar e sem necessariamente ter um tratamento do autismo efetivamente definido.
Então, como
se dá os acompanhamentos farmacoterapêuticos sem fechamento do diagnóstico; e
se a maioria dos sintomas estão acolhidas pelas diversas terapias, possivelmente
alimentam angustia das declarantes e ansiedades e outros sofrimentos aos
filhos? Especialmente, se além dessa desinformação lembramos que os sintomas do Trastorno do Espectro Autista - TEA são comuns ao Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH, retardos mentais, esquizofrenias e etc. Afim de especularmos críticas, aqui dividimos os
sinais em seis perfis:
Tabela 1 -
As comunicações Bioverbais
Estereotipias
|
Emocionais
|
Cognitivo
|
Interação
|
Biológico
|
Reativas
|
3"flaps"
as mãos
|
Gritos
|
Baixa
Intelectualidade
|
3 Baixa
socialização
|
Epilepsias
|
5 Birras
|
Sons
repetitivos;
|
Fica
agitado com o vento
|
Respostas
desconexas
|
3 Sem
oralidade
|
Convulsões
|
|
Girar
sobre si
|
Autoagressão
|
Fala de si
na 3ª Pessoa
|
3 Baixa
Recepção auditiva
|
||
Convívio
com adultos
|
2 Desvio
visual
|
||||
Choros
|
Atividades
restritivas
|
OBS.: Os números são a quantidade de
citações
Pensamos que
as estereotipias (5 citações) podem
denotar, o que alguns autores indicam, expressões, formas de comunicação
corporal, para aliviar ansiedades ou buscando satisfação. E se assim o é, tais
dados coligam-se com as expressões emocionais, como algo que precisa ser
interpretado antes de excluídas com remédios e outras técnicas, pois sem entender
suas razões e ignoradas, podem virarem meios de aprendizados manipuladores, ou
seja, birras e desobediências, todavia, se apenas esquecidas apareceram outros
sintomas cada vez mais bem elaborados.
Então,
sugiro que os pais trabalhem para entender as mensagens emocionais que os
filhos expressam, exercitem a inteligência emocional, sobretudo, porque as
reações deles podem ser neurais, psicossomáticas, comportamentais, porém,
sempre vividas, socioafetivos. Sobretudo, porque os dados cognitivos e
biológicos citados justificam a necessidade de entendermos os limites na
interação deles com o mundo (9 citações).
Especialmente
porque a interação social desde quando nasce o filho, antes mesmo de ser
diagnosticado, a relação é sofrida e isso é uma base
dos indicadores de adoecimento primeiro da mãe, cuidador, pai e demais
parentela que lida diretamente com o autismo, porém, quando não entendidos o
comportamento atípico podem evoluir e ou são confundidas com birras e
desobediências (5 citações).
Todavia,
especulo que necessariamente, sejam mensagens expressas emocionalmente vistas
nos choros, autoagressões, gritos etc. Fruto de uma angustia precocemente
sentida demandada a uma variedade de profissionais, sobretudo, a de
Fonoaudiologia (8 citações), seguida por neurologia e psicoterapia e terapia
ocupacional (4 citações). Mas essa necessidade de entender o filho apenas verbalmente
pode cegar ao que a emoção se expressa através do corpo do autista. Especialmente porque verbo não expressa, por
si só o que se sente. E mesmo, o educar que é levá-lo à vida de um mundo constituído
de relações perversas, onde quem não tem um vício adquire um para sobreviver, podemos
os colocar tão vulneráveis sem trabalhar
a inteligência emocional, nossa e a deles?
Os dados que
seguem são para provocar reflexões e pensarmos e, os cito com a mente aberta
para críticas, e serão bem acolhidas. Bem, deixando as desculpas de lado, pensemos:
Sendo as emoções dos filhos que não verbalizam meio de comunicarmos e mutualmente
nos entendermos, os pais ao buscarem abordagem, que adestram o comportamento, os educam como
se eles não viessem a expressar suas angustias de outras maneiras cada vez mais
complexas, se não trabalhadas com toda a família e em sociedade, então,
pergunto, assim, não se distanciamos, ainda mais, do que eles comunicam
através de suas emoções?
Tabela 2 As terapêuticas
buscadas
Psicológica
|
Médica
|
Psicopedagógica
|
Alternativa
|
Melhor aplica -se
|
Diagnóstico
dado por
|
|
Psicoterapia
|
4
|
-
|
-
|
-
|
-
|
1
|
ABA
|
2
|
-
|
-
|
-
|
4
|
-
|
Psicanálise
|
1
|
-
|
-
|
-
|
-
|
|
Fonoaudiologicas
|
-
|
8
|
-
|
-
|
1
|
-
|
Psiquiatria
|
-
|
2
|
-
|
-
|
1
|
1
|
Neurologia
|
-
|
3
|
-
|
-
|
-
|
3
|
Neuropediatria
|
1
|
1
|
||||
Medicamentosa
|
-
|
1
|
-
|
-
|
-
|
-
|
Ter.Sensorial
|
-
|
1
|
-
|
-
|
-
|
-
|
Ter. Ocupacionais
|
-
|
-
|
5
|
-
|
-
|
-
|
Psicopedagógicos
|
-
|
-
|
4
|
-
|
-
|
-
|
Pedagogo
|
-
|
-
|
1
|
-
|
-
|
-
|
Ter.Montessire
|
-
|
-
|
1
|
-
|
-
|
-
|
TEACCH
|
-
|
-
|
-
|
1
|
-
|
-
|
Hidroter./na.
|
-
|
-
|
-
|
3
|
||
Equoterapia
|
-
|
-
|
-
|
2
|
-
|
-
|
Brinquedot
|
-
|
-
|
-
|
-
|
-
|
-
|
Música
|
-
|
-
|
-
|
-
|
-
|
-
|
Judô
|
-
|
-
|
-
|
-
|
-
|
-
|
Interdiciplinar
|
-
|
-
|
-
|
-
|
-
|
1
|
Sem diagnóstico
|
-
|
-
|
-
|
-
|
-
|
3
|
Obs.: A referência
vertical: cor amarela (acolhimento psicológicos); verde: médicas; azuis psicopedagógicos;
bege alternativos e rosa interdisciplinar;
A referência
horizontal duas últimas se refere ao tratamento que na visão das pesquisadas
quem melhor acolhe as demandas dos filho e quem deu o diagnóstico.
Um dado que
tem relevância, é o fato que primeiro a neurologia (3 citações), indicaram o diagnóstico ( uma delas ainda não
fechada) somada com as três em vermelho ( 4 citações) e, como citei na postagem
anterior, onde está a pediatria, a porta das demandas infantis, que teria muito
a contribuir junto as crianças com sintomatologia autistas se focassem ao
que as mães dizem, mas, nesta pesquisa,
esta especialização ausentou-se ( salvo 1 citação de neuropediatra).
Enfim,
concluímos que demandas biológicas, que é
no corpo onde se localizam as marcas e nomes que damos a nossa dor, a do
autista é encoberto pela preocupação e medo das genitoras e seus familiares,
devido a marca da discriminação, com nome sem o local para tratar e, desta presença apenas
manifestada no social causando grande sofrimento psíquico que só podemos saber
a partir do relato bem acolhido das mães. E o pior, sofrimento quase que perene
por profissionais que não se fortalecem no diálogo das ciências.
Todos ficam
cegos a estes relatos cheios de emoções que precisamos corporificar, em busca de dignificar a pessoa autista como
todos detentores de direitos humanos de respeito, a vida através do
empoderamento que só se concretizará a partir do discurso dos autismos e de quem
entende e vive com cada um deles.
Mas dar
corpo ao autismo é apenas para ambos viverem de fato, mãe e filho, e claro que
tem que buscar atenções e acolhimentos para as pessoas autistas, pois a vida é
mais que autismo. Buscaremos pensar nas demandas psicológicas a partir da
próxima postagem. Onde refletiremos que personalidade estamos contribuindo no
desenvolvimento de cada pessoa autista.
Para
portanto, não atarmos mais o desenvolvimento a dor que supomos que eles
viverão, pois todos, inevitavelmente amadurecemos nas faltas. E enfim, tratarmos
das mães, pois elas têm mais chances de oportunizar aos filhos melhor
inteligência emocional, exercitando com eles, as delas.
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