quinta-feira, 17 de setembro de 2015

PESQUISA BIOPSICOSSOCIOESPIRITUAL - BIO1

Este texto é o primeiro fruto da pesquisa composta por quatro eixos de perguntas, biológicas,psíquicas, sociais e espirituais  a fim de vislumbrar um visão do autismo que vivem nove (9) mães no convívio dos seus filhos.
  Das quais faremos  considerações para pensarmos o autismo empiricamente sem conceitos teóricos, porque, parecem-me que as  teorias focam-se nas faltas.  Em detrimento a isto, meu objetivo, não é só no que os autistas têm, mas  que  onde os pais devem  focar: Nos avanços de cada filho, pois, preocupo-me com a precária qualidade de vida das mães e  filhos,  limitadas devido ao espectro.
Para tanto, iniciamos com as questões biológicas,onde ficam as marca das dores advindas das três dimensões do todo, biopsicossocioespitual, entretanto, destas marcas restam o mais importante, o aprendizado, advindo do sofrimento e o surgimento de resiliências, ou seja,  a adaptação ao incomum, aceitando a diversidade e aprendendo com o preconceito negando as violências silenciosas da discriminação.
É uma preocupação gerar filhos quando a idade dos genitores é avançada, sobretudo, quando as mulheres estão acima dos 40 anos. Nesta pesquisa, porém, isto não houve relevância ao desenvolvimento do autismo, pois a média de idade foi de  30 e  34 anos de idade, respectivamente, mães e pais.
Idade dos Pais
Mulher
Homem
23
25
22
27
27
27
27
30
30
Cerca de 28
32
36
35
38
35
39
35
53.


A  saúde dos casais na época da concepção do filho também era boa. Apenas uma esposa teve que usar progesterona somada ao fato de sangramento durante a gravidez; em outro casal o pai teve camidéia, somada a ameaças de abortos e usos de medicamentos no fim da gestação; e o terceiro casal a mãe teve endometriose*  e o pai varicocele. Todavia, não temos como vincular esses dados ao autismo.
A maioria das colaboradoras afirmaram perceber precocemente algo da atípico nos filhos (1 ano e meio em média), porém a maioria dos diagnósticos foram tardios (acima dos 3 anos em média), somado ao despreparo dos profissionais desde o diagnóstico às intervenções que não não dialogam entre si, onde apenas uma delas sinalizou a interdisciplinaridade e, uma única neuropediatra foi responsável pelo diagnóstico. São fatores que provam quanto é angustiante a vida dessas senhoras lidar solitárias com as demandas de seus filhos.
Sinais incomuns
Diagnóstico idade
2 meses
1 ano
6 meses
2 anos
9 meses
2  e 3 meses
9 meses
2 e 8 meses
1 ano e 8 meses
5 anos
2 ano
6 anos
Aos: 4;
8  anos

Tardio

Um outro estressor para as mães é a demanda alimentar do recém- nascido,
metade delas apontou certa dificuldade em alimentar os filhotes e curiosamente apenas uma mãe citou amamentação.
Quanto a qualidade do sono, que é reflexo de vida delas e dos filhos, três  filhos tiveram dificuldades para dormir e destes dois usaram remédio, mas evoluíram, atualmente, apenas um  tem dificuldades, mesmo que três usam remédios para dormir. Mas precisam em sua maioria de estímulos, outros dormem e acordam cedo e um único se deixar dorme além da conta, Em informação posterior, uma das genitoras relata que seu filho tem se colocado altamente agressivo para não ir dormir.Talvez, o dormi a noite, quando o mundo está mais calmo, para o autista que tem hiper ou hipersensibilidades, é contraditório.

Conclusão Preliminar

Os dados me estimulam a enfatizar que as mães são as pessoas mais conhecedoras do autismo. Então tais conhecimentos devem ser valorizados, elas se favorecidas, melhor acolhidas ante sua prática,  estimuladas a cuidarem de si poderão obter melhor qualidade de vida a si e ao autista.
 Pois, os  dados apontam que desde cedo as mães internalizam responsabilidade de cuidar dos filhos a partir dos complicadores do sono e da alimentação, onde inferimos que isto somado ao tardio diagnóstico, ou seja, um lapso temporal de indagações, medos e sofrimentos, justificam elas se negarem em nome do filho, aos poucos até a estes esquecem e vivem em função do autismo.
Sobretudo, porque, após o diagnóstico (que é incerto, como veremos) a família cai em um emaranhado de teses, propostas e intervenções que não dialogam entre si, pelo contrário, parecem brigarem entre si; profissionais mais interessados em enquadrar, como objetos de pesquisa, as pessoas as suas teorias de enorme foço de desconhecimento; tanto que a pediatria que deveria ser protagonista neste processo, como veremos, apenas uma neuropediatra chegou a dar o diagnóstico.
Na próxima sessão do biológico veremos que em tantos despreparos, inclusive, possíveis violações éticas, ajudam a estas mães afundarem ainda mais neste  adoecer. 





Endometriose: Localização da mucosa uterina fora do útero, causando dor.

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