quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Sonhar para escrever uma biografia ou quem em sã consciência autista vai querer sonhar em viver um mundo assim?

Alcançamos o melhor interesse dos nossos filhos facilitando o sonhar deles, é saber mostra o certo, uma ética universal, que é amar incondicionalmente: viva e deixe viver. Isso implica em não omitir nossa dor, em crer que eles têm que nos imitar, pois, a palavra “imitadores”, soa: imitar dores, a dor da relação intergeracional
Um filósofo disse que não se banha nas mesmas águas duas vezes.  Ele queria dizer que nunca viveremos duas sensações da mesma maneira. Isso se aplica ao autista em seu mundo interno, mesmo não crendo que ele viva em outro mundo. Especulo que ele sabe tanto do nosso que não aceita tantas mentiras e negações de quem, realmente, somos.
Então, se queremos o melhor aos amados, desde dependentes até poderem escrever suas biografias, os libertemos com as nossas, mesmo sendo precárias, verdades.
Pois, ao mentir produzimos sentimentos confusos, que na relação intrafamiliar as ficam evidentes, favorecendo desamparos. 
Só a verdade vós libertará, já dizia um secular homem. Pois, quem se conhece e não teme suas mediocridades e tem mais chance de deixá-las, se elas não produziram mais ganhos que perdas, mesmo que eu duvide.
Se você evita mentir, seus filhos podem não cultivar tal mediocridade, ou ao menos não se relacionarão consigo e o mundo, baseado no medo então, você poder ajuda a eles a serem mais autônomos por serem mais verdadeiros e não culparão a ninguém por seus vazios, terão chance para viver através do sonhar. 
Se o autista souber que você é real e não perfeitos e idealizados, ele poderá ser convosco além de da suposta dimensão particular, ou seja, nos permitirá partilhar de suas ricas percepções, sensações e sonhos.
Mas se não nos percebemos limitados, já estaremos os discriminando, condenamos o gene, ou a personalidade da mãe. Se vamos a tratamentos, palestras e ouvimos “ninguém é culpado”, mas agimos buscando um culpado, ou apenas trabalhamos para manter a família e deixamos a mulheres únicas demandadas com o autismo, não enxergamos nada além do problema que vemos nos nossos filhos.  O peso da culpa recai, inclusive sobre si mesmo? 
Bem quem assim age, perdoe-me, tem mais de doente que a mãe que se cegou e não mais vivem, ela ou filho, apenas o autismo, se você vê duas pessoas anuladas e omite-se, procure ajuda para nascer de novo e voltar a sonhar.
Não é o autista que sonha em um mundo paralelo, ele provavelmente viu uma sociedade que não inclui a hipersensibilidade dele. Quem se encontra em um mundo paralelo é quem foge da realidade deixando os sonhos, condenando o semelhante a viver dos fardos, esquece que Cristo disse: misericórdia e não sacrifício.
Colocamo-nos fardos: a mulher é quem cuida; educa; é dona de casa; agora também trabalha; não pode adoecer; não deseja: não tem vida. Onde estão seus sonhos? 
Nós homens cavamos nossa própria queda, mentimos que somos fortes, mas somos quem sobrevive através de drogas, morremos em diversas violências, tornamo-nos nada. É por isso a família é o lugar mais violento da pós modernidade.  
Enfim quem em sã consciência autista vai querer sonhar em viver um mundo assim?



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