sexta-feira, 6 de novembro de 2015

REFLEXÃO FINAL, CRÍTICA FINAL, AO LIVRO O DESENVOLVIMENTO DO AUTISMO - O QUE SE GANHA EM SER FALTANTE?

Enfim chegamos a outro fim de ciclo, desta feita, a crítica a obra do Thomas L. Whitman.
E a termino dizendo que na falta expressarmos traços da personalidade, da qual do corpo denuncia, através da inibição, esta com seus sinais de evolução, isso quando desta zona de conforto que se esconde o inibido, se permite ser pertubado, desta defesa que o mantém onde se sente seguro, mas que na realidade o faz sofrer, a cada situação que se sente desamparado; isso ocorre quando ele não se permite deparar consigo mesmo e, fica vivendo na na falsa sensação de bem estar, geralmente mascarando-se, e, sendo assaltado no corpo, pelas marcas da mentira de não ser diferente, impotente, carente e fruto de um vazio que o paralisa, inibe e onde impera o medo.
Todavia, conhecendo o que é possível de nossas falta, nos fortalecermos, para sermos mais verdadeiros em uma vida harmoniosa  através da paciência  homeostática, ou seja, acalmando nossos desejos que nos ensinaram, descobriremos que quase sempre desejamos o desejo do outro, daquele que nos quer desejosos de único prazer a se realizar infinitamente: o poder ter. Ter que ser, porém, lembro que sempre afirmo, que nada somos, apenas estamos. Somos sempre um ser vir-a-ser. Estamos em busca de evolução ou apenas, morremos, mesmo vivos.
Esta é a perene guerra entre o amor e o poder, que hoje se traduz no desejo capitalista,  onde desejamos tudo e não adiamos o desejo de gozar, de realizar todos os prazeres imediatamente.
Por isso, devido ao gozo que nasce desde o olhar, vivemos em um desamparo permanente, no suposto poder  da observação, somos todos um Voyer universal, desejamos cobrir nosso vazio com o consumismo.
Então se não vivermos desmentindo permanente   a mentira em nós, aquela que nos induz ao suposto poder ter, contribuímos e, nem percebemos, que discriminamos nossos filhos porque eles assumem, através do espectro, serem diferentes ao extremo que podem ser. 
Digo isso, posso ser mal interpretado, mas tento esclarecer. É que se desejamos ter, enquanto a pessoa com autismo, possivelmente, não terá a mesma gana nossa de  mais possuir, os colocamos como impotentes por não desejar  ter e, em maior grau, não poder consumir os mesmos gostos nossos e, estarem em outro nível de necessidade que nós, livres dessa corrida pelo poder ter. Chega-se até a pensar que eles ficarão desamparados sem nós, talvez um desejo de nos eternizarmos, através da necessidade deles.
Não sei se me fiz entender, mas é que não observamos que impomos ao outro nossa modo peculiar de vida, para não sentirmo-nos sós. Precisamos sentirmos parte, aceitos para não entrarmos em parafusos porque não precisamos ser lembrados que somos únicos e, possivelmente sós.
 E mais complexo é entender que estamos em tempos do Gozo excessivo e, isso, especulo, invade tão ferozmente a pessoa com autismo, que ela tenda a não desejar e se permitir ao convívio invasor do nosso desejo que ele seja igual a nós. Não é em vão que elas preferem ata-se as suas mães que realizam seus desejos, como bons alunos fazem até birras para obterem prazer a todo custo, pois sabe, que para que a mãe também goze aliviada, ela fará para parar a birra  birra dele. Claro, caso a caso, mas quando os filhotes aprendem a dinâmica afetiva da família se utilizam disso, no que chamamos ganhos secundários, ou seja, ganhos dentro de um sofrimento.
Existe uma linha da raciocínio, machista a bem da verdade, mas que tem algo que denuncia o desamparo que a criança vive, que é o declínio do paternal e ascensão  do feminino, pois o homem é , nessa sociedade, adestrado a conquistar, tal adestramento que estão sendo modeladas também as mulheres, nesse contextos, os filhos cada vez mais são deixados ensimesmados. E nessa vertente, fala-se de uma sociedade cada vez mais autística. Onde não tem tempo para formar filhos e os que não seguem os ritos desta sociedade, não rotulados e levados aos remédios para se permitirem comandar.
Assim, concluo, que é nessa sociedade, mais que nunca, precisamos aprender a sermos faltantes, pois estamos a caminho dessa sociedade autística, pode até ser. Mas enquanto não, podemos tirar lições disso, em aceitar nossas diferenças e sabermos que cada um pode, ao seu tempo, aprender a estar nesse mundo de maneira satisfatoriamente segura, sem o outro impondo seu desejo e abrindo portas para o adoecimento do diferente. E, também pode ter uma ação produtiva da maneira peculiar que lhes for necessário, a cada um, pois o mundo não pode pensar que meu direito termina quando começa o seu, nossos direitos são iguais, então tem que conviverem juntos, mesmos sendo totalmente diferentes.
Digo isso, pensando, se certas pessoas em seus autismos aprendem a tirar soluções e, até manipulando, as mães, pais e familiares, mesmo que quase todos distantes, por não saberem lidar com o diferente, porque subestimar a elas, pensando que na nossa ausência não encontrarão maneiras de satisfazer-se e viver de maneira harmônica e feliz?
Então vençamos o medo do diferente em nós e vivamos a diversidade e não deixemos que certas inibições virem-se contra nós, mas sim, as usemos para nos libertar e não nos bitolar através do império da farmacotécnica, usada sem crítica e sem desejo.


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