Desde então, essa frase, tem-me provocado com tamanha sensibilidade, pois tem muito de dor devido as (in)verdades desse mundo, internalizados a força, como um estupro prática cotidiana da sociedade contra às mulheres. Tentarei, a partir dessa frase, destruir certos mitos.
No termo "famigerado", noto o grande incômodo vivido pela a declarante, mas o que poucas delas percebem, sobretudo, quanto essa função social é construído pela sociedade e responde a certos interesses. Basicamente, no micro, jogos socioeconômicos escondidos no socioafetivo e, no macro, a ideologias de manutenção de submissão da mulher, afim que silenciosa, continue a ser demandada a trabalhar em jornadas cada vez mais extensas. Mantendo-a assim, cega para sua força e vitalidade: jornada no trabalho doméstico, com o filho, com o esposo e agora com trabalho externo para sustentar a família, além de cuidar de si.
A feliz frase da senhora, mesmo que trágica, traz-nos assim, ao termo "instinto". Ele, de tão alienante, esconde um determinismo implícito, talvez, por ser o maior vetor que impulsionam as pessoas a um desejo quase que incontrolável, como se fossemos selvagens. Os psicanalistas, apontam que desejos subjetivos tem algo de instintivos e, são mobilizadores de buscas de satisfação e gozo permanente. E assim, um compromisso da mulher com a maternagem, traria a elas um prazer que só se explica no foro íntimo, como a dor como pano de fundo. Algo como o mal interpretação da vida na mitologia cristã, o sacrifício, no lugar da misericórdia.
Esse sacrifício antropológico, funda o termo "materno", mas é uma herança do século da industrialização, onde primeiramente houve a imposição às mulheres aos cuidados das crianças. Ideário fundado no modelo eurocêntrico, mesmo que existam culturas onde quem desenvolvem o cuidado são os homens. Porém, com a ocidentalização do mundo, a subordinação da mulher tornou-se sustentáculo para o modelo escravocrata do capitalista. Por isso, afirmo não existir este instinto no DNA das mulheres, são comportamentos aprendidos e reforçados ao longo da história humana.
Em suma, concordo com o "famigerado instinto materno", porque faz as mulheres serem presas a esta responsabilidade, como se mobilizadas pelos desejos de serem aceitas e amadas, mas por esta função, nascem as maiores dores e desamores a elas. Mesmo como já citei não existe esta ordem determinista, biopsicologicamente e, sim biopsicossocialmente, tanto que chegam até que concordar que seja determinação divina. Entretanto, quem disse que nós homens não podemos aprender a cuidar?
Todavia é uma ideologia social que, como todas dela, mentem-nos, onde as mulheres submetem-se cativas a regras limitadoras de percepção delas quanto a sua vitalidade e projeção na vida. Já citei que elas têm, por exemplo quatro jornadas, isso por si só já prova a grande virtude biopsicossocioespiritual que elas possuem.Creio, que este é o medo dos idealizadores da escravidão que elas vivem hoje, o medo de que elas saibam quanto é valorosa inteligência emocional, muito mais que a racionalidade machista.
No entanto, toda a sociedade, inclusive a significativa parte das mulheres, nem percebem que alimentam o ciclo de sua violação, nós todos t vivemos colocando-as como objeto de desejo, de uso, de poder, portanto, desalmada, a-vida, manipulável, objetável, portanto, descartável.
Elas que são mais demandadas biologicamente pela continuidade da vida: Maternagem, amamentação; são as formadoras socialmente: Cuidados e orientação; psicologicamente: base de afetos e alvo de todas as culpas; e espiritualmente é demandada para juntar a alma a Deus.
Não aprendemos ainda a perceber as pessoas pelo que estão sendo e, não pelo que fazem ou pensam que têm! . E por isso elas só se valorizam escravizando-se e não vivendo pelo simples fato do dom da vida.
Não aprendemos ainda a perceber as pessoas pelo que estão sendo e, não pelo que fazem ou pensam que têm! . E por isso elas só se valorizam escravizando-se e não vivendo pelo simples fato do dom da vida.
Servir e ter algo, para maioria pode trazer muita satisfação pela utilidade imediata, mas ao longo prazo, cada um cala-se diante de si a sós consumidos pelo trabalho diz e dai? Nada vivi!
Seus desejos estão sendo valorizados? Não, na realidade querem apenas serem amadas. As mulheres padecem por viver imersas em si, sem poder realizar seus projetos adiados e geralmente sofre abandono afetivo, ético e social. E, psicologicamente, presas à mentira desta sociedade.São acuadas, ante à culpa por ser só, abandonada e violentada. E quando, socialmente (re)vitimazadas são acolhidas pela sua resistência e reduzidas ao corpo: não podem sentir, pensar muito menos desejar; trabalha mais e ganha menos; é agredida em todas as partes desde sua casa até o trabalho e no caminho: nos ônibus assédio sexual, no trânsito violência verbal, no shopping são assediadas em abrandar seu vazio através do consumo, como única fonte de prazer; e em casa é culpada pelo seu cansaço na cama, a mal criação do filho e do tamanha ordem do lar (...)
Seus desejos estão sendo valorizados? Não, na realidade querem apenas serem amadas. As mulheres padecem por viver imersas em si, sem poder realizar seus projetos adiados e geralmente sofre abandono afetivo, ético e social. E, psicologicamente, presas à mentira desta sociedade.São acuadas, ante à culpa por ser só, abandonada e violentada. E quando, socialmente (re)vitimazadas são acolhidas pela sua resistência e reduzidas ao corpo: não podem sentir, pensar muito menos desejar; trabalha mais e ganha menos; é agredida em todas as partes desde sua casa até o trabalho e no caminho: nos ônibus assédio sexual, no trânsito violência verbal, no shopping são assediadas em abrandar seu vazio através do consumo, como única fonte de prazer; e em casa é culpada pelo seu cansaço na cama, a mal criação do filho e do tamanha ordem do lar (...)
Pergunto-me até quando elas não se rebelarão, quanto a tamanha demanda, será que vão enlouquecer quanto nós homens, em uso excessivos de diversas formas de negar a vida e, viver masoquistamente: em vícios, violências e diversas psicopatologias; ou, sadicamente: agressões, homicídios, estupros ?
Sei, apenas, que se faz imperioso parar e rever a si mesmo, aonde se estar indo, ou melhor onde se deixou e caminha-se com papéis sociais que matam a alma e espírito através do corpo?
É indispensável rever sonhos desenhados, projetos estacionados, vidas substituídas. Para pensarmos uma nova relação de poder, que foi supostamente dada ao homem, com a qual ele violenta e violenta-se, precisamos horizontalizar as relações de direitos iguais, respeitosos à diferença de cada um e cada uma.
Claro, vão dizer mas como com tamanha demanda ? A resposta é exatamente ela, se a mulher é capaz de viver tamanha responsabilidade, incluir mais cuidado a si mesma, cara mulher, nesse processo é o mínimo e indispensável para a qualidade de vida. Vocês são seres mais evoluídas do que percebem. Vejam demonstrei quatro demandas enormes que vivem: casa, marido, filhos e trabalho. E no caso, o autismo? Cinco ricas demandas, e ainda conseguem tempo para serem, também lindas esteticamente.
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