Existe uma verdade em meios a
tantos desencontros e até mentiras sobre o autismo. Talvez a única verdade seja
a de que todos os manuais de psicopatologia carecem de provas científicas
contemporâneas e, sobretudo porque, pecam em não escutar quem menos pior
conhece cada uma dessas pessoas, geralmente as mães.
Elas provam que tais manuais através
de certos profissionais, que temem sair de suas zonas de conforto (que chamo de
conflitos), pecam por saber/sentir algo que algo está errado, mas continuam
a tentar bitolar a condição humana a reduzindo a uma, ou outra teoria. A verdade é que
nada sabemos, para além do discurso de cada
demandante.
Sobretudo, as mães, ainda
denunciam que não existe autismo e sim autismos, mas também não me refiro ao espectro. E sim, que cada filho, não apenas
não se enquadram exatamente nos sintomas e sinais que os une em um espectro, todavia,
nem todos são transtornados, alguns sofrem é bem verdade, mas na maioria por
nossas deficiências de os compreender e por causa das barreiras, tanto
arquitetônicas da sociedade, como instrumentais das ciências, desde da avaliação cognitiva sem considerar a inteligência emocional, como meios de
interação social sem atentar para a grande maleabilidade adaptativa humana, e ainda assim, impomos bitolas, como se os humanos fossem iguais,
entretanto, esquecemos que assim agindo, os adultos que sofrem e sem querer,
levados pelo discurso adultocentrico, os fazemos aprender o nosso sofrer.
Muitos dizem que eles são a-sociais,
não interagem, não desenvolvem a cognição, tem um mundo particular(...). Mas a
clínica Sócio Crítica, voltada aos contextos familiares percebe e prova que eles
sofrem e afetam-se com as dores dos que dão a eles segurança para amar - pergunte
a cada mãe.
Eles interagem tanto como o meio
onde vivem a proporção que são invadidos que chegam a responder ao meio muitas
vezes tão violentamente quanto são tomados via os seus canais sensitivos, quais não dimensionamos, pois eles são mais evoluíodos. Com o
tempo eles conseguem, geralmente, a duras penas, equilibrar tal invasões.
Eles são tão mais sociais que nós que inventamos
mentiras para sobreviver, eles são verdadeiros, nós que não suportamos
verdades. Eles oscilam, como nós, só que teimamos em querer sempre
superficialmente, bonitos com máscaras, eles as entende e usam metáforas, mas
não as acatam quando encobrem suas verdades, sabe que ser direto é mais
prático.
Mas não deixam de sonhar, nós deixamos isso desde
que a adolescência nos condena ao mundo adulto. Eles são tão mais inteligentes,
pois usam a inteligência emocional,
tanto que todos em seus lares, geralmente servem-o, por ele subordiná-los as
suas necessidades.
Eles são tão mais inteligentes
que precocemente são chamados a usar a inteligência emocional, articulam as
situações a gerir toda a família a seu bel prazer.
Mas então que autismos são estes
que penso, vejo e sinto. São aquelas pessoas que por alguma etiologia não
explicada ainda, e creio que essa geração não saberá, que os fazem mais
evoluídos do século. Mas também, a maioria ingênuos satisfeitos com tão pouco,
usam da mesma inteligência para ser saciado. Sabem que desse materialismo nada
se leva, vive o hoje como o primeiro dia de suas vidas. São, mais ricos que
nós, pois não são tão vazios para ter ansiedade, no máximo, podem ter angustia,
de não ter como lidar como tantas pequenas maravilhas que a ele contamina.
São tão complexos mesmo assim,erroneamente,
muitos técnicos e instrumentos têm sido usados, mas a maioria tem esquecido do
conteúdo humano, especialmente a maior virtude humana, que é ser diferente e
complexo. Nesse intervalo surgem de charlatães à perversos que se aproveitam do
sofrimento quase que maior parte das mães, digo isso por minha ignorância de
ainda não saber qualificar o sofrer de cada pessoa no traço autista, pois
sabendo que estes também sofrem tem surgido um bom número de tantos outros
profissionais mais libertários que eu, para enfrentar aos rótulos adoecedores.
Especialmente porque têm sim diversas
formas de sofrer destas pessoas, mas sem dúvida a da indiferença,uma dor
descomunal, é menor que a ignorância advinda do preconceito transformado em
discriminação.
Dessa geralmente nasce o
diagnóstico, a cega navalha da guilhotina da discriminação contra alguém que
assume sua diferença e fazer questão de viver a partir dela. Neste sentido o
prognóstico, é sim de auto ou imputado isolamento e padecimento, tamanho que nenhum
instrumento poderá medir tal dor.
Estamos falando de pessoas que
apenas precisam ser acolhidas em seu modo peculiar de equilibrar-se ante tantas
invasões sensoriais, que sua forma de inteligência tem base no emocional, assim
sendo atenta apenas ao que lhes cativa.
E nessa mesma toada, relaciona-se como se abastecendo energia, atenta precocemente a tudo que o circunda e não perde tempo com que não lhe equilibra. Por causa disso muito desistem e se isolam, pois nosso modo de vida repetitiva é para ele como para nós, enfadonha, só que eles assumem isso e não se rendem a tal maquinismo humano e assim nascem os autismos, as formas verdadeiras de cada ser.
E nessa mesma toada, relaciona-se como se abastecendo energia, atenta precocemente a tudo que o circunda e não perde tempo com que não lhe equilibra. Por causa disso muito desistem e se isolam, pois nosso modo de vida repetitiva é para ele como para nós, enfadonha, só que eles assumem isso e não se rendem a tal maquinismo humano e assim nascem os autismos, as formas verdadeiras de cada ser.