
Trata-se da discrepância
entre o cuidar e o responsabilizar por eles. Certo equívoco, que pode ser caótico ensinado, a gerações, às mulheres desde cedo,
quase sempre filogeneticamente.
Isso tem base no machismo e seu prognóstico
são, geralmente, o de filhos desamparados a si mesmo, pais incompetentes e mães
supostamente heroínas, mas na realidade quase sempre perdidas em sub-vidas e,
sobrevivendo, mutilam suas vidas para cuidar de pais (seus companheiros) e os
filhos.
Estas situações, quase sempre são silenciosamente inconscientes, mas também existe, por assim dizer, um tabu a ser vencido, pois é cômodo para certos genitores, mesmo que estes percebam que cedo ou tarde perderam a suas companheiras diante tantas demandas e, é claro, perdem os seus filhos ou diante do sofrimento, os renegam.
No caso de filhos com o
Traço do Transtorno do Espectro do Autismo tratar dessa realidade é basilar. Pois, se isso acontece,
psicologicamente, pode colaborar para a ocorrência do fenômeno do “irmão mais
velho” (posicionamento do pai para com o filho) e ainda, o "incesto", ( posicionamento do pai para com a
esposa, vivida com mãe dele).
Isso abre-se para tantas complicações emocionais que
se pode falar em adoecimento de toda uma família e, pior, trazendo o filho como responsável disso, em uma trama inconsciente de proporções incalculável.
Nestes contextos,
psicológicos, pouco pode-se falar da liberdade, necessária, dos filhos, imagine
a independência, pois a autonomia deles pode estar comprometida, não pela
responsabilidades dos adultos em questão, mas sim, por um movimento confuso e
que pode ser desestruturante emocionalmente aos três e os demais mais próximos. Onde, na realidade, apenas sobrecarrega-se a
mulher que, certamente, nem percebe a manutenção de um perverso ciclo, diante da
enorme carga de demandas com o homem infantilizado, além do filho, mas este, geralmente, provocando menos conflitos que o seu próprio genitor.
Estes contextos, justificam,
para na minha abordagem psicoterapêutica, o acolhimento de pelo menos dos três personagens
citados, quando não a todos os parentes próximos, quando o ator principal é um
filho no traço do autismo.
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