sábado, 14 de janeiro de 2017

MÃES DOS PAIS, além, dos FILHOS – o terceiro caminho, quase que, solitário da pessoa no traço do Autismo



Existe uma necessidade gritante e, portanto, urgente, no processo de trabalho para a independência dos filhos no traço autista.
Trata-se da discrepância entre o cuidar e o responsabilizar por eles. Certo equívoco, que pode ser caótico ensinado, a gerações, às mulheres desde cedo, quase sempre filogeneticamente.
 Isso tem base no machismo e seu prognóstico são, geralmente, o de filhos desamparados a si mesmo, pais incompetentes e mães supostamente heroínas, mas na realidade quase sempre perdidas em sub-vidas e, sobrevivendo, mutilam suas vidas para cuidar de pais (seus companheiros) e os filhos. 
Estas situações, quase sempre são silenciosamente inconscientes, mas também existe, por assim dizer, um tabu a ser vencido, pois é cômodo para certos genitores, mesmo que estes percebam que cedo ou tarde perderam a suas companheiras diante tantas demandas e, é claro, perdem os seus filhos ou diante do sofrimento, os renegam.
No caso de filhos com o Traço do Transtorno do Espectro do Autismo tratar dessa realidade é basilar. Pois, se isso acontece, psicologicamente, pode colaborar para a ocorrência do fenômeno do “irmão mais velho” (posicionamento do pai para com o filho) e ainda, o "incesto", ( posicionamento do pai para com a esposa, vivida com mãe dele). 
Isso abre-se para tantas complicações emocionais que se pode falar em adoecimento de toda uma família e, pior, trazendo o filho como responsável disso, em uma trama inconsciente de proporções incalculável.
Nestes contextos, psicológicos, pouco pode-se falar da liberdade, necessária, dos filhos, imagine a independência, pois a autonomia deles pode estar comprometida, não pela responsabilidades dos adultos em questão, mas sim, por um movimento confuso e que pode ser desestruturante emocionalmente aos três e os demais mais próximos. Onde, na realidade, apenas sobrecarrega-se a mulher que, certamente, nem percebe a manutenção de um perverso ciclo, diante da enorme carga de demandas com o homem infantilizado, além do filho, mas este, geralmente, provocando menos conflitos que o seu próprio genitor.
Estes contextos, justificam, para na minha abordagem psicoterapêutica, o acolhimento de pelo menos dos três personagens citados, quando não a todos os parentes próximos, quando o ator principal é um filho no traço do autismo.


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