
Assim somos levados por desejos, quase sempre
inconscientes, o que explica não necessariamente sabermos a origem.
Exemplos disso, os mais
básicos são a necessidade
de preservação e pertencimento: Deixando as tribos e formamos famílias e sociedades.
Mas, não é explicado que somos, subjetivamente, diferentes e por não suportarmos
tal verdade, negamos veementemente, porém, agrupamo-nos para usarmos uns aos
outros, por interesses (desejos íntimos) e para se proteger de nós mesmos
(segurança).
Temos que estar próximos aos únicos que podem nos fazer
mal, ou seja, para mantermos o inimigo cativo a nosso desejo, assim nos dá sensação
de paz e segurança. Baseio-me nos argumentos quantitativos das provas
científicas da violência doméstica, fruto das relações desiguais de poder.
Agimos assim a fim de não sofrermos com as somatizações.
Em tais dores temos evidencias que o corpo não suporta mais as violências, potencializadas
quando psicologicamente, através do medo, intimidação, tortura, etc.
Mas só podemos sarar, a alma, refletindo quanto as
regras doentias da sociedade, como as vítimas das violências do machismo, um
ciclo doentio e mortífero de lidar com a vida.
No machismo, os próprios agressores também são os que
morrem jovens; são viciados a tantas formas de suicídio silencioso; precisam
curar suas próprias feridas. Traços de relação sádicos masoquista que estão e
prendem suas vítimas.
Portanto, apenas trazendo do inconsciente o que nos faz
sofrer escravos do desejo de preencher um vazio, é o único caminho para nos
libertamos das sociais prisões de almas e manipuladoras de corpos: Regras
ensinadas aos pais dos nossos pais que reproduzimos sem perceber. Então ir além
do teatro e personagens que nos ensinaram do desejo inconsciente de nossos
pais.
Todos queremos o melhor para os filhos, nisso determinamos
meios para eles serem bem-sucedidos: Como
psicólogo, se eu não
tiver prazer em combater dores, não acolherei bem, assim, dos poucos pacientes,
a minoria estaria estimulada a pagar meus serviços, então seria infeliz e mal
pago. Dificilmente, meus pais saberiam do meu desejo biopsicossocioespiritual?
Sobretudo, se somos o que viermos a ser, para onde o espiritual
nos levar, além dos nossos limites vencendo nossos desejos, precisamos, então, não
projetar nosso inconsciente na vida dos filhos gerando frustrações mutuamente.
Considerando não haver culpados na dinâmica dos desejos
inconscientes por serem infinitos; eles se escondem nas regras para se
realizarem; nasceram na infância e para crescermos são negados, queremos reafirmá-los
sobre a vida dos filhos.
Porém, eles nunca poderão realizar nossos desejos, então
nosso desamparo é ao menos duplo: desejo novamente frustrado; e medo que os
filhos sejam tidos como incapazes, mas, talvez sejam, esses sentimentos, a
única culpa nossa.
Sobre isso precisamos refletir para quem deseja
escrever sua biografia: existem um discurso antropológico que determina-nos
culpas, sobretudo, as mães, e nosso desejo nos escraviza por não os termos realizado.
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