segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Projeto para uma biografia de vida, a sintese do biopsiossocioespiritual

No texto anterior falei do discurso materno que nos é imposto sócio antropologicamente; inconscientemente somos levados a perceber, sentir e expressam corporalmente como determinados por verdades que aprendemos com nossos pais, que não sabem, ao certo, o que resultará disso.
Assim somos levados por desejos, quase sempre inconscientes, o que explica não necessariamente sabermos a origem.
Exemplos disso, os mais básicos são a necessidade de preservação e pertencimento: Deixando as tribos e formamos famílias e sociedades. Mas, não é explicado que somos, subjetivamente, diferentes e por não suportarmos tal verdade, negamos veementemente, porém, agrupamo-nos para usarmos uns aos outros, por interesses (desejos íntimos) e para se proteger de nós mesmos (segurança).
Temos que estar próximos aos únicos que podem nos fazer mal, ou seja, para mantermos o inimigo cativo a nosso desejo, assim nos dá sensação de paz e segurança. Baseio-me nos argumentos quantitativos das provas científicas da violência doméstica, fruto das relações desiguais de poder.
Agimos assim a fim de não sofrermos com as somatizações. Em tais dores temos evidencias que o corpo não suporta mais as violências, potencializadas quando psicologicamente, através do medo, intimidação, tortura, etc.
Mas só podemos sarar, a alma, refletindo quanto as regras doentias da sociedade, como as vítimas das violências do machismo, um ciclo doentio e mortífero de lidar com a vida.
No machismo, os próprios agressores também são os que morrem jovens; são viciados a tantas formas de suicídio silencioso; precisam curar suas próprias feridas. Traços de relação sádicos masoquista que estão e prendem suas vítimas.
Portanto, apenas trazendo do inconsciente o que nos faz sofrer escravos do desejo de preencher um vazio, é o único caminho para nos libertamos das sociais prisões de almas e manipuladoras de corpos: Regras ensinadas aos pais dos nossos pais que reproduzimos sem perceber. Então ir além do teatro e personagens que nos ensinaram do desejo inconsciente de nossos pais.
Todos queremos o melhor para os filhos, nisso determinamos meios para eles serem bem-sucedidos: Como psicólogo, se eu não tiver prazer em combater dores, não acolherei bem, assim, dos poucos pacientes, a minoria estaria estimulada a pagar meus serviços, então seria infeliz e mal pago. Dificilmente, meus pais saberiam do meu desejo biopsicossocioespiritual?
Sobretudo, se somos o que viermos a ser, para onde o espiritual nos levar, além dos nossos limites vencendo nossos desejos, precisamos, então, não projetar nosso inconsciente na vida dos filhos gerando frustrações mutuamente.
Considerando não haver culpados na dinâmica dos desejos inconscientes por serem infinitos; eles se escondem nas regras para se realizarem; nasceram na infância e para crescermos são negados, queremos reafirmá-los sobre a vida dos filhos.
Porém, eles nunca poderão realizar nossos desejos, então nosso desamparo é ao menos duplo: desejo novamente frustrado; e medo que os filhos sejam tidos como incapazes, mas, talvez sejam, esses sentimentos, a única culpa nossa.
Sobre isso precisamos refletir para quem deseja escrever sua biografia: existem um discurso antropológico que determina-nos culpas, sobretudo, as mães, e nosso desejo nos escraviza por não os termos  realizado.



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