sexta-feira, 16 de outubro de 2015

PORQUE A INDIGNAÇÃO NÃO CONVENCE NOSSA VEIA POLÍTICA PARTICIPATIVA

Estive sentido-me a acuado como se fosse provocado pela palavra INDIGNAÇÃO, usada na proposta do último concurso por mim proposto neste blog. 
Pode parecer um desabafo, mas não o é; medo do não sucesso da proposta, pouco menos; receio de ter provocado erradamente uma reflexão, nunca, pois sempre se buscar tirar das zonas de conforto aqueles que,sei, que tem muito mais a dar, para além do seu universo já conquistado é para mim um dever.
Mas o que isso tem a ver com as pessoas autistas, ou ainda, as suas mães e a sua família? Tudo! Pois, a pessoa autista não me parece encontrar estímulo nesse modo que vivemos; suas mães tão, quase todas, angustiadas para ofertar um mundo seguro a eles, que não podem, se super dimensionam e, poucas delas, conseguem ter uma vida para além do espectro, tornam-se, muitas vítimas dele e, confundem-se com o comportamento peculiar e único do filho. Isso não é mal, mas não sei até onde.
E eis o que aprendo disso tudo, eu que não me conformo em não contribuir com as pessoas que me afetam e, inevitavelmente me procuram tanto no grupo da rede social, como na clínica ou em conversas informais.
 Enfim, o concurso tem sido um meio a mais de me afetar. Assim, tenho me perguntado porque nenhuma pessoa ainda não buscou acionar o blog, como meio de mobilização, quanto a tantos impasses, omissões e desmandos dos que fazem as políticas públicas de saúde, educação, assistência social entre outras, no tocante à atenção a pessoa autista.
Para mim nada é por acaso e, serve-nos de propósito de reconhecer que nada sabemos, até que muitas mães falem comigo no particular  e, até nos grupos fechados, do incômodo que as acometem e como se mobilizam em suas dores. É apenas isso que elas precisam para repor as energias e voltarem a luta, batalha mais que cotidiana, perene.
Parece-me que não há mais nada que fazer, apenas imensuravelmente buscar no incansavelmente labutar, uma nova visão, para ver o filho em pequenos passos em direção, a que cada uma supõe ser evolução.
Elas tão humildes se contentam como o pequeno sinal de mais vida sinalizado por cada filho. Elas sabem sonhar para com ele; sabem amar por ele; desejar por cada um,  não se sabe onde começa ela e inicia ele.
Então sei. não acertei, mas apenas inexoravelmente elas e eles continuam a me ensinar: paciência, venha aqui e olhe, escute, veja, sinta cada imenso evoluir deles. Não é provocando a estes sistemas omissos e bem mal intencionados a falhar, que vamos dar suavidade a causa, parece que elas sabem que encontraram outras fontes de angustia e ansiedades.
Então, é lá que tenho que está, bem perto de cada uma delas e vivendo com eles, sobretudo, que assim, aprenderei mais humildade que nada sei e, que de cada um, só saberei vivendo com eles sentido com todos os sentidos afetados por cada biopsicossocioespiritual autista, e em ação de transformação desse universo. Assim, eles e elas, me cativarão em suas resiliências, ou seja, inteligência emocional, testemunhas que são mais belas, suas vidas, que suponho.

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