quinta-feira, 1 de outubro de 2015

BIOPSICOSSOCIOESPIRITUAL - O SOCIAL: Das mentiras sociais aos sofrimentos subjetivos ou ir à inteligência emocional!

Nas postagens anteriores da pesquisa “O Autismo que Estamos Vivendo”, vimos que o biológico se expressa na qualidade de inteligência emocional (psíquica) de certa personalidade, da qual o caráter as mostra no social, ou seja, o organismo aprender das mentiras sociais meios para ser aceito em suas diferenças para sobreviver, porém, estamos aqui para viver.
Todavia, o corpo traz as marcas dessa adaptação na alma. Nisso, percebi no discurso de cada mãe um padecer, mas passível de que no falar encontrar um (re)significar, como instrumento de cura, a ela e ao autista, e assim, (re) escreverem suas biografias de maneira mais autêntica. Portanto, desde já, digo que não se trata de culpas sobre o autismo e, sim, atentar ao danoso discurso que internalizamos, quanto ao comportamento não adaptado no social, referente ao rotulado de doente dado pela sociedade.
Nesta postagem veremos este rótulo austista como pode ser adoecedor na relação social. Para tanto, perguntou-se sobre a relação do autista: com seu primeiros socializadores, os pais ou com quem ele elegeu para ter melhor intimidade e, como se dá esse fenômeno. As respostas foram muito coesas e contundentes quanto a interação afetiva dele para com os seus e, sobremodo, a quem lhes dá segurança: “afetivo, amoroso e cuidadoso em família” (2 citações); palavra admiração sugiram duas vezes “com o pai a relação é bastante afetiva também e de admiração; e diretamenteMas Afetivo com adultos” , a partir destas citações, pergunto-me que se os autistas interagem com todos, e se alguns têm prefere interagir com  adultos, seria por necessidade de proteção ou preferência de se relacionar com pessoas mais maduras? 
Porém, antes de responder “proteção”, relembro que  a palavra “admiração”, referendaram-se aos pais; que somado ao fato alguns deles se relacionarem mais com adultos não seria busca de maturidade, como outra pesquisada enfatiza  “na escola na boa e se apega a professor com facilidade, se não por maturidade  pode ser para entender o mundo o qual os adultos desenharam para ele?
Digo isso baseado na velha noção que todos os pais sonham a vida que será do filho, ou seja, desenham cenários e lhes dão papéis. Talvez , então, seja essa interação mais íntima com os adultos maturidade inata dos autistas quanto a inteligência emocional ? Ingenuidade minha? Veremos.
Eu dizia, em outras postagens que o autista opta por não interagir da nossa forma que socialmente é baseada em fundamentos limitadores da nossa condição humana e, dizia também, que a pessoa atípica  comunica e relaciona-se com a natureza e o universo  de modo ampliada e verdadeira que nós típicos. Pois bem, mas ambos, geralmente, doamos ao outro o que  queremos receber. Uma mãe disse que o filho, “abraça todo mundo”, a quem diga que um abraço cura e afasta males; e disse mais “Na verdade ele é até grudento ao extremo c qualquer pessoa”, tem melhor prova para falar em desenvolvimento, a melhor forma de viver é se doar, o que no mínimo esta criança em questão cativará com isso é respeito, esses autistas sabem disso, parece que os adultos é que não enxergam isso no comportamento de cada um deles.
As demais falas denotam a interação ampliada com a família que possivelmente estão desenvolvendo  uma aceitação sem discriminação, uma disse que interage “comigo e o pai, eu acho que é igual a de qualquer criança(...)sempre busca as irmãs para brincar”. Mas a duas delas, perceberam o essencial ao dizer que “maior afetividade com a mãe ( duas citações), talvez  porque elas veem os autistas integralmente, “As vezes muito Distante”; mas vemos outra prova de maturidade deles “momentos mais frágeis recorre a mim que sou a mãe”, talvez ainda não convencido você indagará, mas quem não procura a mãe quando fragilizado? Respondo: Não são os pesquisadores que falam em baixa interação social, afetiva e emocionalmente embotado, não seria isso prova de empatia? Veremos que as cartilhas de psicopatologia e de tantas outras visões adoecedoras do autismo estão com lentes erradas, as famílias aqui pesquisadas são provas disso.
Vejamos quanto as respostas da relação com o irmãos: Relação de cuidado mútuo (...) Tranquila”, não se espantem “mútuo” , sinal de comportamento amoroso e autoproteção. Agora, “Carência com a irmã recém nascida” e Pouca afetividade a irmão mais novo” delineia que estes dois autistas estão como toda e qualquer pessoa preocupada em deixar de ser o o centro das atenções, isso é sinal de percepção e afetação, resposta afetiva de maior probabilidade de que ambos estão amadurecendo, isso ocorrerá com maior evidência na adolescência quando todos nós um dia não só negamos os irmãos, mas, sobretudo, questionamos ao modelo com que os nossos pais projetaram para nós. Enfim, essa verdade se contempla em outra fala peculiar ao adolescente, “Carinho e agressividade”  foi uma das respostas na interação entre o autista e seu irmão. E por fim um terço disse “sem irmão” (3 citações), provavelmente isso denote ainda quanto os genitores estão aprendendo a serem pais e assim ainda conteplaram quanto estes autistas podem ter desenvolvimento comum a qualquer outro filho típico.
Enfim, segue-se resposta quanto ao ambiente socialmente mais ampliado, onde não só a choque de culturas , na escola  que nossas máscaras ( personagens) serão testadas, ratificadas ou retificadas dialeticamente, ficando assim nítido nosso eu e as mentiras sociais, supostamente necessárias.
Um dos primeiros detalhes que preocupa é que, não só aos autistas, mas a todos as pessoas de comportamento e visão de mundo diverso daquela que se convencionou comum, é que a sociedade tende a não só discriminar mas depois disso discriminar, como rotular o autista como doente, isso se dá por medo de suas próprias diferenças ( preconceito), aquelas que aprenderam a negar para serem  aceitos (discriminação) . Isto se ver no ambiente escolar e demais ambientes públicos, onde deveriam libertar mentes e atitudes, mas “A inclusão ainda é uma das maiores dificuldades (...), relação difícil” fica nítida que tais pedagogias pouco entendem do  que Paulo Freire  propõe com o fim do ensino bancário, porque este considera os alunos passivos depósitos do saber dos professores em detrimento da inclusão do universo dos alunos e suas potencialidades; a mesma entrevistada diz que o filho apenas “que precisa/intervenções”; outra  “se ele conhece a criança se socializa muito bem” outra fala “algumas vezes ela refere que não brinca com as amigas porque elas não deixam  imagina se estes profissionais nem para a inclusão servem , como aprenderão a maior utilização da educação que não é preparar para o mercado de trabalho e sim para vida estes exemplos se baseiam nessa premissa:
Indago-me que tipo de profissional, não se afeta com o sofrer do outro, que modelo de paz eles ensinam em seus lares que ao saber de “Na escola não é bem demonstrado para nós todas as reações dela (...) Com outras crianças também é um processo que está sendo trabalhado, pois ele prefere ficar isolado sozinho, não interage; E quando convidado por outros colegas logo se torna disperso. Parece-me sensato que o autista  ao notar tamanho modo de vida de exclusão na creia que seja melhor ficar sozinho, pois um mundo de adulto tão insensíveis, onde até os chamados de educadores não vejam o padecer de uma mãe “Ele tenta se relacionar, mas não sabe brincar como as outras crianças e termina se frustrando, ficando triste, que eu me meto/ tenho sucesso e outras vezes não.”.
Critico severamente porque temos muito a aprender com os autista, sobre nós mesmos, então ensinar em minha concepção é a maior virtude, portanto, o educador que não está aberto ao desafio do novo está semeando a exclusão, a maior violência que o humano criou. E sendo, cada autista um universo a favorecer cada pequena evolução em convivência é uma dádiva, vejam o pouco que cada mãe pede, mas para elas são verdadeiras bênçãos, tais conquistas“em ambientes que não conhece precisa de ajuda para se relacionar, apenas ajuda, para que estamos juntos se não para partilhar a vida?
Uma das declarantes vive em uma realidade mais privilegiada, mas seu discurso serve para percebermos que até onde existe melhores acolhimentos temos muito a aprender com o autismoapesar de existir a professora auxiliar esse papel não está tendo tanto êxito (...)Boa interação na escola, as vezes resiste mas os alunos insistem ela cede ”. Mas a realidade é mais difícil para grande maioria pois as peculiaridades de cada autista desmonta a mentura de que somos todos iguais, pois iguais são nossos direitos, somos todos únicos, cada um tem sua rotina peculiar em si, uma outra mãe disse que o filho tem “ êxito sem crise desde que estejam na rotina”.
 E como toda a condição humana existe falsas formas de lidar com a vida, como a piedade “Devido ao autismo todos o superprotegem”; tem as “Relação excelente”, mas como saber se para ele é se não pelos nossos olhos que talvez essa penalização é para evitar ou afastar que o autista “Oscila” “Belisca/morde”,  todavia são todas reações comuns a todos nós:
 Quantas vezes não queremos puxar cabelos de pessoas que agem em insanidade, ou xingar aquele estúpidos no trânsito etc. e não fazemos, guardamos as energias ruins que deviam ser canalizadas a quem as provocou, ou usá-las para algo produtivo e, por não darmos vazão, chegamos em casa tensos e descontamos em quem não deveria. Ai, nos culpamos e magoamo-nos e, se não nos percebermos,  essas situações vão tomando uma dimensão que nos tornam maus conosco e com o que amamos.
Frutos das regras sociais que aprendemos que temos que ser socialmente aceitos, negando o que nos dói. Mas tem outros meios para lidar com a vida social que nos rodeia, ao menos dois caminhos para nossa inteligência emocional. Um já foi dito, pegar toda aquela energia agressiva e canalizar para algo que possa descarregar sem causar impacto a ninguém. O problema dessa forma é que nem sempre você saberá conter  a emoção no contexto factual. A outra é se conhecer melhor  seus limites, colocá-se no lugar dos outros e, empaticamente veras quanto somos (in)evoluídos e até bastante imaturos.
Isso, refere-se de aprenderes sobre as diversas mentiras sociais, das quais saberás com mais qualidade uma das minhas teses, a de que os autistas não são bestas de quererem interagir com esses adoecidos desse mundo que se sustenta em mentiras.
Enfim, concluo sinalizando que neste contexto, o social onde aprendemos meios de esconder nossas diferenças e por isso adoecemos e se não nos apercebamos perderemos o belo do infantil, o apaixonante do adolescente, a inovação da juventude e caímos na gana de dinheiro do adulto e (des) evoluímos e quando idosos não desfrutaremos da sapiência mais evidente nessa fase.
 Então, nosso biológico será uma carcaça apenas que esconde o vazio da alma, uma psique desidratada onde de tanto vivermos no desejo alheio, morre o espiritual. Esta última que veremos na próxima postagem, para posteriormente especularmos como desenvolver a inteligência emocional.







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