A fim de clareiar a razão, na qual creio que o filho com TEA que se comporta ditatoriamente, denuncia, que a relação de poder é uma forma errônea de viver, não só porque neste contexto quem manda não são os adultos. Mas, porque me pergunto com quem ele aprendeu estar assim? Então, segue reflexão crítica.
Para tanto, preciso protestar contra que "apesar de muito se falar do modelo biopsicossocial, observa-se que se continua privilegiando a etiologia biologicista, a concepção fragmentada de saúde e o caráter impositivo e normatizador da visão positivista de ciência, esquecendo-se a relevância dos aspectos sociais, psicológicos e ecológicos como mediadores dos processos saúde-doença. O modelo biomédico mostra-se totalmente funcional para as necessidades do sistema socioeconômico vigente, condicionando uma visão individualista, fragmentada e descontextualizada dos comportamentos humanos relacionados à saúde e à doença"(1).
Esta verdade, se não alimenta culpa, ela serve para deixar as mães de mãos atadas imersas em impotência, enquanto, alguns pais por sua vez, agem cegos, por estarem descontextualizados conscientes ou inconscientes condenam as suas companheiras. Neste contexto o filho com TEA, de alguma forma, calado observa e pode aprender a manipulação da relação desigual do poder.
Então temos que, prioritementem vencer a crítica e fatalmente ir além da denuncia de Traverso-Yépez: "o modelo biopsicossocial tem sido apenas uma postura paliativa com relação ao modelo biomédico, acrescentando as dimensões psicológica e social muito mais como retórica, que como prática real"(1). Esta é uma das justificativas do meu neologismos, biopsicossocioespiritual. Sendo esse espiritual, amor incondicional. Pois, o exemplo do biologismo é base para alienação e sofrimento destas famílias desassistidas, desinformados ou apenas mal acolhidas.
Procedimentos não estruturantes não veem em um filho com TEA, a inteligência de cada um deles, esta mais holística da inteligência emocional do que reducionista da inteligência racional, cartesiana. Porém, basta notar como eles dobram os seus pais em busca de realizarem seus desejos. Perdem-se, assim, temporariamente, em seu amor egoísta afetados pelas relações utilitaristas desse século, ond etodos precisam de ir ao amor altruísta através da empatia dos adultos, a fim de se encontrar, no amor crítico dos não's necessários.
Todavia, mesmo que eu tente minimizar, mas é inevitável apontar que o reducionismo no biologismo encontra-se vetor da postura de culpabilzação do ser humano, em especial contra as mulheres, estas bode expiatórios das mazelas dessa doentia sociedade."Realmente, o modelo mostra-se totalmente funcional às necessidades do sistema sócio-econômico vigente. Isso acontece não apenas no que se refere aos interesses econômicos que vêem no modelo uma das melhores fontes de lucro no mercado de consumo de medicamentos e alta tecnologia (Barros, 1995; Velasquez, 1986), mas também no campo das idéias, já que este reforça a visão individualista e fragmentada dos fatos sociais. É assim que, decorrente desse acentuado individualismo e antropocentrismo do sistema, condiciona-se uma visão descontextualizada dos comportamentos humanos, focalizando a responsabilidade das doenças e sofrimentos nos indivíduos, tanto em seus estilos de vida considerados como inadequados quanto nos denominados aspectos “mórbidos” da personalidade (1)(Sarafino, 1994).
Então,necessariamente estas reflexões nasceram da mais recente palestra sobre as relações em família (12/02/16). Na ocasião, aprendi que a pessoa com TEA é, de alguma forma, presa a um individualismo dele, que precisamos entender, como proteção deste mundo. Todavia, como eles ficarão mais autônomos sem relacionarem-se? E com suas mães como culpadas, podemos esperar ser aceito e acolhido? Posso supor, que as pessoas com TEA imitam quem detém o suposto poder sobre ele é a mãe, pelo menos no tipo de núcleo familiar, onde isso fica evidente? É mais plausível que eles imitem os dominantes, usurpando, inconscientemente, do cuidado da dominada, de forma arbitrária?
Isso, não sei em que proporção, mas ocorre, também não sei se posso se utillizar de uma generalização, todavia, nesta sociedade o profissional deve favorecer criticamente e, assim, facilitar o fortalecimento dos desejos de cada um, enfim, se assim se satisfazem torcemos que não gere violências. Mesmo assim, fica-nos o risco do individualismo:"Defende-se, ainda, a necessidade de superar essa visão antropocêntrica e individualista do modelo vigente, acreditando que o agir do profissional de saúde deveria ser forçosamente mais humilde, baseado na escuta, no diálogo e não na imposição de “receitas” (1)(Campos, 1997a; Vasconcelos, 1997, 1999).
Dito isto, reitero que apesar do risco da exacerbação, já observada, do individualismo, torcemos que conscientes dos seus desejos, sejam críticos a perceber que estamos em desenvolvimento e nunca prontos e, portanto, carentes um dos outros:Estamos hoje conscientes de que não existem comportamentos ou ações separadas das relações e valorações que as pessoas fazem de suas condições de existência.Acreditando na necessidade de mudanças e com o referencial teórico fornecido pela psicologia social crítica, pensa-se ser impossível deixar de considerar, junto com as pessoas implicadas (profissionais incluídos), o universo simbólico que está permeando esses comportamentos e a relevância de que os próprios agentes sociais envolvidos “construam” criticamente suas próprias alternativas. bem como o reconhecimento da necessidade de estabelecer formas horizontais de intercâmbio tanto, entre os membros da equipe de profissionais, como na relação profissional/paciente-usuário do serviço(1).
Então, concluo, humilde que nada sei. Apenas vou semeando o melhor possível, crente que acolhendo o outro com o amor que quero ser acolhido, faço da emoção uma linguagem, que comunica-me ao outro, não necessitando que falemos, pois a inteligência emocional nos protege e não deixa que a mentira seja a mediadora. Essa inteligência ler no corpo o melhor para o bem, se estiver estar abertos para evoluirmos. E, não atado a um individualismo doentio dessa pós modernidade que imita o autismo. Como se ele fosse doença ou desamor "tem-se também verificado que a codificação, elaboração e julgamento sociais são mediados pelas emoções, na medida em que elas contribuem para a ativação de informações com elas congruentes, além de provocarem reorganizações mentais que se mostrem mais consistentes com as experiências afetivas individuais (2)(Quinn & cols., 2003).
Na realidade, o conteúdo biológico do TEA, até no quadro mais grave é apenas uma parte da que,a pessoa, temos o psicossocialespiritual, estas dialeticamente trazendo novas sínteses em contato com o contexto e as demais estruturas biopsicossocioespirituais que afetamos e somos afetados. Em suma, a pessoa TEA, como qualquer um outro pode resignificar seu destino que desejar através do verdadeiro amor e aprender outra forma de viver além de ser um pequeno ditador.
Então, pagará além da visão apenas biologia tá que busca uma culpa, abramos-nos para a inteligência emocional, humildade de carentes um dos outros. Quiçá os nossos autistas assim também imitem essa forma de relacionar.
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1. Traverso-Yėpes, Marta A INTERFACE PSICOLOGIA SOCIAL E SAÚDE: PERSPETIVAS E DESAFIOS. Psicologia em Estudos, Maringá, v.6, n.2, p.49-56, jul./dez.2001;
2. Ferreira ,Maria Cristina. A Psicologia Social Contemporânea: Principais Tendências e Perspectivas Nacionais e Internacionais Universidade Salgado de Oliveira,55Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, 2010, Vol. 26, n. especial, pp. 51-64 Psicologia Social
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