sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

O porque não ao modelo biologista ao tratar do humano e, muito menos ainda, quando se fala da pessoa com TEA.

A fim de clareiar a razão, na qual creio que o filho com TEA que se comporta  ditatoriamente, denuncia, que a relação  de poder é  uma forma errônea  de viver, não só  porque neste contexto  quem manda não são os adultos. Mas, porque me pergunto com quem ele aprendeu estar assim? Então, segue reflexão  crítica.
Para tanto, preciso protestar contra que "apesar de muito se falar do modelo biopsicossocial, observa-se que se continua privilegiando a etiologia biologicista, a concepção fragmentada de saúde e o caráter impositivo e normatizador da visão positivista de ciência, esquecendo-se a relevância dos aspectos sociais, psicológicos e ecológicos como mediadores dos processos saúde-doença. O modelo biomédico mostra-se totalmente funcional para as necessidades do sistema socioeconômico vigente, condicionando uma visão individualista, fragmentada e descontextualizada dos comportamentos humanos relacionados à saúde e à doença"(1).  
Esta verdade, se não alimenta  culpa, ela serve para  deixar as mães de mãos atadas imersas em impotência, enquanto, alguns pais por sua vez, agem  cegos, por estarem descontextualizados conscientes ou inconscientes condenam as suas companheiras. Neste contexto o filho  com TEA, de alguma forma, calado observa e pode aprender  a manipulação da relação  desigual  do poder.
Então temos que,  prioritementem vencer a crítica e fatalmente ir além da denuncia de Traverso-Yépez: "o modelo biopsicossocial tem sido apenas uma postura paliativa com relação ao modelo biomédico, acrescentando as dimensões psicológica e social muito mais como retórica, que como prática real"(1). Esta é  uma das justificativas do meu neologismos, biopsicossocioespiritual. Sendo esse espiritual, amor incondicional. Pois, o exemplo do biologismo é  base para alienação e sofrimento destas famílias desassistidas, desinformados ou apenas mal acolhidas.
Procedimentos não  estruturantes não veem em um filho com TEA,  a inteligência  de cada um deles, esta mais  holística da inteligência  emocional do que reducionista  da inteligência  racional, cartesiana. Porém, basta  notar como eles dobram os seus pais em busca  de realizarem seus desejos. Perdem-se, assim, temporariamente, em seu amor egoísta afetados pelas relações  utilitaristas desse século, ond etodos precisam de ir ao amor altruísta através da empatia  dos adultos, a fim de se encontrar, no  amor crítico dos não's necessários.
Todavia, mesmo que eu tente minimizar, mas é inevitável apontar que o reducionismo  no biologismo encontra-se vetor da postura de culpabilzação do ser humano, em especial contra as mulheres, estas bode expiatórios das mazelas dessa doentia sociedade."Realmente, o modelo mostra-se totalmente funcional às necessidades do sistema sócio-econômico vigente. Isso acontece não apenas no que se refere aos interesses econômicos que vêem no modelo uma das melhores fontes de lucro no mercado de consumo de medicamentos e alta tecnologia (Barros, 1995; Velasquez, 1986), mas também no campo das idéias, já que este reforça a visão individualista e fragmentada dos fatos sociais. É assim que, decorrente desse acentuado individualismo e antropocentrismo do sistema, condiciona-se uma visão descontextualizada dos comportamentos humanos, focalizando a responsabilidade das doenças e sofrimentos nos indivíduos, tanto em seus estilos de vida considerados como inadequados quanto nos denominados aspectos “mórbidos” da personalidade (1)(Sarafino, 1994).
Então,necessariamente estas reflexões nasceram  da mais recente palestra  sobre as relações  em família (12/02/16). Na ocasião, aprendi que a pessoa com TEA é,   de alguma forma, presa a um individualismo dele, que precisamos  entender, como proteção deste mundo. Todavia, como eles ficarão  mais autônomos sem relacionarem-se? E com suas mães como culpadas, podemos esperar ser aceito e acolhido? Posso supor, que as pessoas  com TEA imitam quem detém  o suposto  poder sobre ele é a mãe, pelo  menos no tipo de núcleo  familiar, onde isso  fica evidente? É  mais plausível que  eles imitem os dominantes,  usurpando, inconscientemente, do cuidado da dominada, de forma arbitrária?
Isso, não sei em que  proporção, mas  ocorre, também não sei se posso se utillizar de uma  generalização, todavia, nesta sociedade o profissional deve favorecer criticamente  e, assim, facilitar o fortalecimento  dos desejos de cada um, enfim, se assim se satisfazem torcemos  que não  gere violências. Mesmo  assim, fica-nos o risco  do individualismo:"Defende-se, ainda, a necessidade de superar essa visão antropocêntrica e individualista do modelo vigente, acreditando que o agir do profissional de saúde deveria ser forçosamente mais humilde, baseado na escuta, no diálogo e não na imposição de “receitas” (1)(Campos, 1997a; Vasconcelos, 1997, 1999).
Dito isto, reitero que apesar  do risco  da exacerbação, já observada, do individualismo, torcemos  que conscientes dos seus desejos, sejam críticos a perceber que estamos em desenvolvimento e nunca prontos e, portanto, carentes um dos outros:Estamos hoje conscientes de que não existem comportamentos ou ações separadas das relações e valorações que as pessoas fazem de suas condições de existência.Acreditando na necessidade de mudanças e com o referencial teórico fornecido pela psicologia social crítica, pensa-se ser impossível deixar de considerar, junto com as pessoas implicadas (profissionais incluídos), o universo simbólico que está permeando esses comportamentos e a relevância de que os próprios agentes sociais envolvidos “construam” criticamente suas próprias alternativas. bem como o reconhecimento da necessidade de estabelecer formas horizontais de intercâmbio tanto, entre os membros da equipe de profissionais, como na relação profissional/paciente-usuário do serviço(1).
 Então, concluo, humilde que nada sei. Apenas vou semeando  o melhor  possível, crente que acolhendo o outro com o amor que  quero  ser acolhido, faço  da emoção  uma linguagem, que comunica-me ao outro, não necessitando que falemos, pois a inteligência  emocional nos protege e não deixa que a mentira  seja a mediadora. Essa inteligência  ler no corpo o melhor para o bem, se estiver estar abertos para  evoluirmos. E, não atado a um individualismo  doentio dessa pós modernidade  que imita o autismo. Como se  ele  fosse doença ou desamor "tem-se também verificado que a codificação, elaboração e julgamento sociais são mediados pelas emoções, na medida em que elas contribuem para a ativação de informações com elas congruentes, além de provocarem reorganizações mentais que se mostrem mais consistentes com as experiências afetivas individuais (2)(Quinn & cols., 2003).
Na realidade, o conteúdo  biológico  do TEA, até  no quadro mais grave é  apenas  uma  parte  da que,a pessoa, temos o psicossocialespiritual, estas dialeticamente trazendo novas sínteses em contato  com o contexto e as demais estruturas biopsicossocioespirituais que afetamos e somos afetados. Em suma,  a pessoa TEA, como qualquer  um outro pode resignificar seu destino que desejar através do verdadeiro amor e aprender outra forma de  viver além de ser um pequeno  ditador. 
Então, pagará além  da visão  apenas biologia tá que busca uma culpa, abramos-nos para a inteligência emocional, humildade  de carentes  um dos outros. Quiçá os nossos  autistas assim também  imitem  essa forma de relacionar.

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1. Traverso-Yėpes, Marta A INTERFACE PSICOLOGIA  SOCIAL E SAÚDE: PERSPETIVAS E DESAFIOS. Psicologia  em Estudos, Maringá, v.6, n.2, p.49-56, jul./dez.2001;

2. Ferreira ,Maria Cristina. A Psicologia Social Contemporânea: Principais Tendências e Perspectivas Nacionais e Internacionais Universidade Salgado de Oliveira,55Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, 2010, Vol. 26, n. especial,  pp. 51-64 Psicologia Social

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