quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Relações ou Poder - Um questionamento à Coisificação do Amor na Relação Familiar ( Terceiro Tema do Ciclo de Palestras Coração de Mãe)

Se nas duas primeiras palestras do ciclo de Palestras promovidas por este blog, a que intitulamos "Coração de Mãe:  Escutando teu coração, partilhamos sonhos, encontramos flores do aroma que restou", como tema macro, focamo
s nas demandas da mãe de filhos com Transtorno do Espectro Autista - TEA, hoje vamos mais afundo ao contexto sociofamiliar, onde ocorre a manutenção do sofrimento de cada mulher.
Nessa terceira oportunidade queremos pensar sobre o resgate do amor, no extremo da verdade desse verbo, o amor Ágape. Não apenas o mero desejo do amor Éros ou o Filos. 
O amor Éros ama a si próprio e usa o outro coisificado e é esse que questionamos por sua mera fragmentação da beleza humana  reduzindo-a ao corpo, negando a alma, vida social e espiritual de cada ser.
 O Amor Filos também, pois este, ainda não evolui para amar o outro como ele é, e sim, como gostaríamos que ele fosse, basta ver que desejamos o melhor para nosso filho e entramos em conflito  com o mesmo quando ele não entende tal desejo.
Desejamos chegar-nos ao Amor Ágape, neste se ama o inimigo que há em nós, mas não se conforma com ele e luta cotidianamente por uma evolução biopsicossocioespiritual. 
  Isto posto, a fim de lembrar que em todas as formas de família, atuais e historicamente, têm um pano de fundo, as Relações de Poder, que tem mediado todo o sofrimento dos membros de cada lar, sobretudo, a mulher e os filhos e quando com TEA, mais ainda. Todavia, nestas relações, é a mulher quem se torna a maior vítima e mantenedora de um ciclo de retroalimentação de sofrimento. Chegando até a ser acusada por sua própria dor.
Mas não preciso enfatizar que este é um suposto poder, como já pontuei em outras postagens, pois todos ao falar de relações de poder, a qual se vive em contexto de violência, dificilmente sabe-se onde  ela começa e termina e o grau de sofrimento do algoz e da vítima, caracterizando como questão de saúde pública,  um complexo paradoxo: o adoecido doa a outro sua dor agressivamente.
Para pensar neste paradoxo, trago o fenômeno do conto de fadas, que geralmente é uma criação de um artista que ao sofrer transforma tal vivencia em arte, coletiva ela em forma de sonho e chega até a universalização. Assim da mesma maneira, creio que não mitologicamente, mas no real, pode-se (re)criar os cenários e papeis por nós atuados.
Para tanto, temos que lutar amando-nos, ou seja, aceita-se e amar o inimigo que há em si. Por exemplo, o homem macho, ama a coisificação da mulher objetada. Porém ambos podem recuperar o melhor de si através do amor Ágape, negando o amor Filos e Éros, respectivamente. Quero dizer amar integralmente e não em parte. Não como queremos o outro e sim como a pessoa está e o ajudar a encontrar seu melhor, na ótica dela. Caso contrário acabamos como cita Adriana Laión, no artigo Espetáculo, dentro da obra " O Corpo Falante" da Associação Mundial de Psicanálise: 
"A incitação à felicidade, representada por hedonismo massivo, é um exemplo desse imperativo. Hoje mais que nunca, o homem torna-se um indivíduo entregue a solidão de sua vida, na qual lhe resta mais do que se reunir com os outros,tão solitários como ele, para fazer comunidade que não alivia nem dá sentido ao sofrimento particular".
Enfim, esse é o homem que sofre e se relaciona assim, enganando-se, regido por um suposto poder, perdido nesse hedonismo ( amor egoísta e doentio, devido a seu sofrimento particular busca satisfazer desejos primários) e quando não satisfaz agride para equilibrar sua falta. O que não justifica a violência, mas nos faz se aproximar para a entender. O agressivo é um ser faltante tamanho que pensa que destruir é ter poder. Para refutar isso, deixo uma fábula:
"Um grande guerreiro chegando a uma pequena aldeia, encontrou um velho homem, que não conseguira fugir como todos os aldeães. Diante deste idoso o grande guerreiro concedeu-lhe um último pedido. O senhor pensou e o pediu que lhe trouxesse um madeiro. O guerreiro achando que ele era louco empancou, porém, não querendo perder o respeito do seu exército decepou um grande galho de uma árvore e trouxe já talhada ao pedinte. Este, diante do madeiro disse ao guerreiro: - Grande senhor se tens poder faz esta madeira voltar a vida da qual você a tirou. O guerreiro  retirou-se, crente que o poder não destrói e se foi com sua impotência.
Em suma, Deus dar a vida, você mãe a sente e a desenvolve, a amamenta e a transforma em família. Isso sem dor e negação a si mesmo, em nome do amor verdadeiro, nunca poderia ocorrer.

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* Adriana Laión,  artigo Espetáculo, in Scilicet: O Corpo Falante - Sobre o Inconsciente no Século XXI. São Paulo, 2016

terça-feira, 17 de novembro de 2015

O ESTRANHO VAZIO DEIXADO PELO DESEJO DO OUTRO: SOLIDÃO ( TEMA DO CICLO DE PALESTRA EM NATAL)


Se na primeira palestra dialogamos sobre inteligência emocional das mães de filhos com o Transtorno do Espectro Autista - TEA, que elas usam para saber lidar com tamanha demandas junto às pessoas com o Espectro e, devido a tantas responsabilidades muitas são acolhidas pela solidão e tantas outras, talvez a maioria, pelo frio do abandono. 

Mas que, as que são acolhidas pela solidão, se se perceberem biopsicossocioespiritualmente, poderão aproveitar do momento particular, para encontrar na saudade do futuro, reencontro com seus sonhos de menina, paixões de moça e desejos de mulher, vida para além de esposa e mãe.

Todavia,  as que deixadas ao abandono, podem ser resgatadas em suas
demandas (facilmente confundidas com o próprio autismo), afim de se separarem deste rótulo e para poderem enxergar a si e ao seu filhote, assim não mais se sentirá só, poderá libertar a si e a ele, da discriminação adoecedora. 
Com esta introdução, caminhamos nesta segunda palestra até a agressiva invasão do desejo do outro sobre cada um de nós. Para exemplificar, basta lembrarmos como que para alguns, os desejos de nossos pais podem ser difíceis de satisfazer. Imagina,  um casal de médicos, pode desejar que o filho também o seja, porém, quando este se ver dono de seus desejos, pode não se encontrar feliz em cumprir tal compromisso, por assim dizer,o prazer dos genitores. 

Para além deste contexto, é, pelo menos, duplamente frustrante, para pais de um filho com o TEA. 

Pois, sabe-se que nem todos entre eles, são favorecidos em seus desejos, por estes serem avassaladores e, até porque poucos são entendidos, para serem ajudados, então como realizar o desejo dos pais?
No caso da mãe, pensaremos pelo viés do contexto socioafetivo e familiar. Sabe-se das históricas e antropológicas distorções do "famigerado instinto materno" citando uma mãe, onde culpam a mulher por boa parte das mazelas dessa sociedade. 

Essa culpa referente ao filho com TEA se personifica mais evidentes em relações frágeis, famílias desenformadas e de afetos desestruturantes. Estas, evoluem, assim, para o isolamento da genitora em cuidar quase que exclusivo do filho, chegando ao ponto de esquecer de seus desejos de mulher, assim é (de)negada o gozo de sentir desejada e desejante. Basicamente, algumas delas, nem se percebem que elegeu, de alguma maneira, erroneamente o companheiro, aquele que a deixou imersa ao demandas do  autismo, abandonada, porque o TEA se tornou instrumento de sacrifício e escravidão aplicado por alguns "parceiros"  e "certas famílias". Coloco entre parenteses, para reforçar que muitos deles nem percebem que assim agem.
Conscientes  ou inconscientes, agem como juiz e algoz dessas mulheres, que as julgam, condenam e as executam. Ciclo silencioso de real violência sexista, hoje com nome eufêmico, doméstica.
Enfim, neste segundo encontro vamos pensar um pouco como (re)voltar para se sentir, morando em um corpo de desejos que alimentam o bem estar na alma e, mesmo que esta sociedade não aceite, elas são donas também de uma espiritualidade, fonte única  para retomar aos sonhos, desejos e prazeres para além de esposa e mãe. 
E onde está o desejo violento do outro contra a mãe de uma pessoa com o TEA? 
Está em  negar a realidade dela como dona de desejos, prazeres através de sua vida própria, quem nega isso, abre-se para o real adoecimento e demais sofrimentos, do que chamei de sacrifício e escravidão.
E este é o pano de fundo de nosso próximo diálogo!

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Vítima, (re)vitimizada, acusada e culpada? Por uma relação horizontal na relação de poder!

Tenho falado sobre a pessoa com autismo e a luta pela sua dignidade, até que, um certo dia, uma mãe de uma destas pessoas, afirmou "o famigerado instinto materno", referindo-se a sua vivência quando me ofereci a pensar com ela quanto a qualidade de vida dela.
Desde então, essa frase, tem-me provocado com tamanha sensibilidade, pois tem muito de dor devido as (in)verdades desse mundo, internalizados a força, como um estupro prática cotidiana da sociedade contra às mulheres. Tentarei, a partir dessa frase, destruir certos mitos.
No termo "famigerado", noto o grande incômodo vivido pela a declarante, mas o que poucas delas percebem, sobretudo, quanto essa função social é construído pela sociedade e responde a certos interesses. Basicamente, no micro, jogos socioeconômicos escondidos no socioafetivo e, no macro, a ideologias de manutenção de submissão da mulher, afim que  silenciosa,  continue a ser demandada a trabalhar em jornadas cada vez mais extensas. Mantendo-a assim, cega para sua força e vitalidade: jornada no trabalho doméstico, com o filho, com o esposo e agora com trabalho externo para sustentar a família, além de cuidar de si.
A feliz frase da senhora, mesmo que trágica, traz-nos assim,  ao termo "instinto". Ele, de tão alienante, esconde um determinismo implícito, talvez, por ser o maior vetor que impulsionam as pessoas a um desejo quase que incontrolável, como se fossemos selvagens. Os psicanalistas, apontam que desejos subjetivos tem algo de instintivos e, são mobilizadores de buscas de satisfação e gozo permanente. E assim, um compromisso da mulher com a maternagem, traria a elas um prazer que só se explica no foro íntimo, como a dor como pano de fundo. Algo como o mal interpretação da vida  na mitologia  cristã, o sacrifício, no lugar da misericórdia.
Esse sacrifício antropológico, funda o termo "materno", mas é uma herança do século da industrialização, onde primeiramente houve a imposição às mulheres aos cuidados das crianças. Ideário fundado no modelo eurocêntrico, mesmo que existam culturas onde quem desenvolvem o cuidado são os homens. Porém, com a ocidentalização do mundo, a subordinação da mulher tornou-se sustentáculo para o modelo escravocrata do capitalista. Por isso, afirmo não existir este instinto no DNA das mulheres, são comportamentos aprendidos e reforçados ao longo da história humana.
Em suma, concordo com o "famigerado instinto materno", porque faz as mulheres serem presas a esta responsabilidade, como se mobilizadas pelos desejos de serem aceitas e amadas, mas por esta função, nascem as maiores dores e desamores a elas. Mesmo como já citei não existe esta ordem determinista, biopsicologicamente e, sim biopsicossocialmente, tanto que chegam até que concordar que seja determinação divina. Entretanto, quem disse que nós homens não podemos aprender a cuidar?
Todavia é uma ideologia social que, como todas dela, mentem-nos, onde as mulheres submetem-se cativas a regras limitadoras de percepção delas quanto a sua vitalidade e projeção na vida. Já citei que elas têm, por exemplo quatro jornadas, isso por si só já prova a grande virtude biopsicossocioespiritual que elas possuem.Creio, que este é o medo dos idealizadores da escravidão que elas vivem hoje, o medo de que elas saibam quanto é valorosa inteligência emocional, muito mais que a racionalidade machista.
No entanto, toda a sociedade, inclusive a significativa parte das mulheres, nem percebem que alimentam o ciclo de sua violação, nós todos t vivemos colocando-as como objeto de desejo, de uso, de poder, portanto, desalmada, a-vida, manipulável, objetável, portanto, descartável.
Elas que são mais demandadas biologicamente pela continuidade da vida: Maternagem, amamentação; são as formadoras socialmente: Cuidados e orientação; psicologicamente: base de afetos e alvo de todas as culpas; e espiritualmente é demandada para juntar a alma a Deus.
Não aprendemos ainda a perceber as pessoas pelo que estão sendo e, não pelo que fazem ou pensam que têm! . E por isso elas só se valorizam escravizando-se e não vivendo pelo simples fato do dom da vida.
Servir e ter algo, para maioria pode trazer muita satisfação pela utilidade imediata, mas ao longo prazo, cada um cala-se diante de si a sós consumidos pelo trabalho diz e dai? Nada vivi!
 Seus desejos estão sendo valorizados? Não, na realidade querem apenas serem amadas. As mulheres padecem por viver imersas em si, sem poder realizar seus projetos adiados e geralmente sofre abandono afetivo, ético e social. E, psicologicamente, presas à mentira desta sociedade.São acuadas, ante à culpa por ser só, abandonada e violentada. E quando, socialmente (re)vitimazadas são acolhidas pela sua resistência e reduzidas ao corpo: não podem sentir, pensar muito menos desejar; trabalha mais e ganha menos; é agredida em todas as partes desde sua casa até o trabalho e no caminho: nos ônibus assédio sexual, no trânsito violência verbal, no shopping são assediadas em abrandar seu vazio através do consumo, como única fonte de prazer; e em casa é culpada pelo seu cansaço na cama, a mal criação do filho e do tamanha ordem do lar (...)
Pergunto-me até quando elas não se rebelarão, quanto a tamanha demanda, será que vão enlouquecer quanto nós homens, em uso excessivos de diversas formas de negar a vida e, viver masoquistamente: em vícios, violências e diversas psicopatologias; ou, sadicamente: agressões,  homicídios, estupros ?
Sei, apenas, que se faz imperioso parar e rever a si mesmo, aonde se estar indo, ou melhor onde se deixou e caminha-se com papéis sociais que matam a alma e espírito através do corpo?
É indispensável rever sonhos desenhados, projetos estacionados, vidas substituídas. Para pensarmos uma nova relação de poder, que foi supostamente dada ao homem, com a qual ele violenta e violenta-se, precisamos horizontalizar as relações de direitos iguais, respeitosos à diferença de cada um e cada uma.
Claro, vão dizer mas como com tamanha demanda ? A resposta é exatamente ela, se a mulher é capaz de viver tamanha responsabilidade, incluir mais cuidado a si mesma, cara mulher, nesse processo é o mínimo e indispensável para a qualidade de vida. Vocês são seres mais evoluídas do que percebem. Vejam demonstrei quatro demandas enormes que vivem: casa, marido, filhos e trabalho. E no caso, o autismo? Cinco ricas demandas, e ainda conseguem tempo para serem, também lindas esteticamente.

Aqui, está a resposta: Você é capaz de tudo isso, temos que ir além de heroína, guerreira, coruja: encontrar a mulher, bela sem maquiagem, bela de dentro para fora. Temos que tirar esses adjetivos de foco para usar: rosa, bela, que sonha voltar a ser desejada, amada e liberta  das as amaras, ao menos daquelas que se lhes atou.

domingo, 8 de novembro de 2015

Novos pais, na pós modernidade: A ESCOLA EO TRABALHO


A demanda dos pais e família trazida a nós terapeutas, denotam não só certa carência de entendimento do desenvolvimento humano dos filhos. 
Percebo que, quando a demanda chega a escola, fica evidente, neste segundo socializador, que as intimidades da família  percebem-se, como  sintomas de cada família. 
No sentido do comportamento da criança deixar transparecer a carência dela e dos membros de seu núcleo familiar. Isso, ser chamado de sintomas que se trabalhados trazem benesses ao biopsocossocioespiritual de cada membro do núcleo, mas lamentavelmente, boa parte destas famílias, veem no comportamento das crianças, situações desviantes e,  muitos   'patologizam' tais necessidades afetivas dos filhotes.
Nasce assim, dois outros pais, que me parecem evidentes, adoecedores, quando contribuem para o distanciamento das intimidades e, também, para cegar ante as diferenças peculiares de cada atípico.
Refiro-me, ao fato de um novo casal, por a sim dizer, o pai trabalho e a mãe escola. Estes, como  toda relação afetiva, fruto desta sociedade pós moderna, vive a busca desenfreada de um suposto poder, o destino silencioso e escravizante de vidas, mortífero de almas e  limitador espiritual, o materialismo.
Por ele, a mãe escola, que supostamente educa, ensina nossa subordinação ao mercado de trabalho e nada pensa quanto a vida e o bem estar, portanto, a qualidade de vida fica violada pela subordinação mecânica do trabalho.
Enquanto o pai trabalho, crer-se suficientemente capaz-nos de trazer felicidade e prazer. Todavia, através do consumir, compramos o material que alivia a dor, mas não compra paz ou prosperidade das relações amável a nossas diferenças. Impede o essencial: evoluir através da inteligência emocional, ou seja, do amar.
Esta é uma escravidão, ao desejo de ter e não amar. É o mau do século, não é em vão que a depressão terá em breve afligido um quarto da população mundial.
 E o que é a depressão, senão, nada mais que o desamparo do desamor, que é a indiferença, pois a falta de amor, não é a raiva ou o ódio e, sim ser indiferente ao próximo. 
Neste contexto  a pessoa que sofre a indiferença, geralmente é alvo do descaso daquela pessoa em que ela mais depositou seus sonhos e desejos.
E o que tem, nesta dialética,  as demandas da pessoa com e no espectro autista?
Cabe-nos que a pessoa com autismo é atendida geralmente em suas necessidades, quase que exclusivamente, por pessoas que sofrem por parte das pessoas que elas supõem amar, a mais cruel indiferença. 
Estas são as mães, que sofrem caladas de desamparo afetivo. E por isso, a maioria se jogam quase que as cegas para atentar para o filho com espectro: Umas afim de se retirar da própria solidão assumem para além do filho, o autismo dele; há aquelas que desejam expurgar um fantasma da culpa; também têm as que para não enfrentar os olhares preconceituosos da sociedade negam suas vidas e amam o filho que não percebem que os atrapalham mais que os ajudam etc. e quase todas não entende o sentido maior da palavra não: amar. Não a sí mesma, não aos adoecedores, não à indiferença, não aos supostos limites que alguns técnicos ajudam a condenar os atípicos.
E pelo lado do filhote, tem quem veem pouco motivo de viver, efetivamente, com este mundo de pessoas em sua maioria desamparadas, que talvez seja mais seguro ficar ensimesmados, por isso, falamos de autismos, no plural. Sobretudo, porque a relação amoroso, afetiva e intima cada dia está ficando em desuso,justificando a quem fale na sociedade pós moderna como autística. 
Mas ainda no contexto dos filhos, penso que a corrida desenfreada  para que eles falem, esquecem que nem sempre falar significa se comunicar, se fosse assim os surdos não interagiam com o mundo.Como se o corpo, também, não  falasse a linguagem  das emoções. 
 Como também, alguns dos que vivem dentro do que se chama espectro não seria ótimos profissionais por serem concentrados,  repetitivos, discretos, sinceros, objetivos, técnicos e habilidosos (...). Sempre úteis  ao mercado de trabalho, porém  ao bem estar  do autista tenho lá  minhas dúvidas.
Mas, ainda, esquecem, alguns pais, que falar, educa-se e poder trabalhar não significa nada quanto ao futuro, no que concerne a segurança e independência. Sobretudo, porque esse mundo sempre violou e viola os diferentes, sempre agride aos que não são manipulados, sempre matou os deficientes e até entre os tidos "normais", na realidade os que aprenderam sobreviver como comuns, existem guerras sanguinárias e silenciosas. 
Mas são assim que vêem os atípicos, diferentes,  (in)domináveis quando possuem inteligência emocional evoluída, mas,  querem tratá-los, como peças, quando são habilidosos manual, intelecto e mecanicamente.
Os pais e familiares nem sempre entende que a educação e o trabalho apenas nos aliena e nos coloca em série, como iguais e sem sentimentos, como supõe que os autistas são imunes aos afetos que os circundam. E, esquecem que eles mesmos, os pais, são e foram vítimas desse mundo manipulador, ao viverem apenas através do trabalho, como único caminho para uma suposta felicidade.
Porém, lá no fundo sabem que não se é feliz, se estar, mas não se tem felicidade sem paz; não se ama, se não tiver uma alma sadia; não se vive temendo a morte, sobrevive ante o medo.
 Quero dizer que tendo quatro dimensões bio-psico-sócio-espiritual e em quatro fases infância, juventude e adulta e da sapiência, elas respectivamente,  ensina-nos como devemos evoluir.
Um dia fomos só corpo (infância) e aprendemos que precisávamos apenas nos nutrir; depois descobrimos o prazer de sermos alguém, nasce nossa psique, através de nossas escolhas e não dos sonhos de nossos pais; dai surge a necessidade de ser ou ter no social ( fase adulta)  isso para assumirmos a nós mesmo, mas, onde ficamos presos a esta lógica do poder ter, através do capitalismo, esquecemos sonhos, é o que define o bem estar ou a morte precoce, até chegar a sapiência ou amargura na fase idosa, onde o espiritual cobra seu preço.
Estas quatro fases se dão mais satisfatoriamente se podermos ver e entender que somos biopsicossocioespiritual desde sempre, isso para não ficarmos colados apenas as demandas do corpo. Somos mais que isso. Pois, se  ficamos apenas pensando no alimenta, seja do básico comer, como  beber, ouvir, olhar, falar, sexo etc viveremos, na vida , viciosamente. 
No corporal (biológico), não perceberemos nada evolutivo nos nossos autistas, que tem outras formas de lidar através de seu biopsicossocioespirtual com suas quatro fases de vida. Especulo que eles negam,sobretudo, essa forma limitada  de se relacionar com esse mundo ( apenas com o corpo), especialmente por ser cômodo não se afetar, por o discriminar e o colocar como doente. Não é em vão que eles não querem ouvir, se não querem e tem aparelho fonador intacto,pode falar, mas para que assumir compromisso com este mundo cheio de contradições? Eu sei, o quanto que sofro, por saber sentir o mundo que me circunda, imerso em suas dores e vícios para calar seus sofrimentos.
Onde a educação, não ensina para o bem estar e o trabalho, enfim, é a maior prova disso.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

REFLEXÃO FINAL, CRÍTICA FINAL, AO LIVRO O DESENVOLVIMENTO DO AUTISMO - O QUE SE GANHA EM SER FALTANTE?

Enfim chegamos a outro fim de ciclo, desta feita, a crítica a obra do Thomas L. Whitman.
E a termino dizendo que na falta expressarmos traços da personalidade, da qual do corpo denuncia, através da inibição, esta com seus sinais de evolução, isso quando desta zona de conforto que se esconde o inibido, se permite ser pertubado, desta defesa que o mantém onde se sente seguro, mas que na realidade o faz sofrer, a cada situação que se sente desamparado; isso ocorre quando ele não se permite deparar consigo mesmo e, fica vivendo na na falsa sensação de bem estar, geralmente mascarando-se, e, sendo assaltado no corpo, pelas marcas da mentira de não ser diferente, impotente, carente e fruto de um vazio que o paralisa, inibe e onde impera o medo.
Todavia, conhecendo o que é possível de nossas falta, nos fortalecermos, para sermos mais verdadeiros em uma vida harmoniosa  através da paciência  homeostática, ou seja, acalmando nossos desejos que nos ensinaram, descobriremos que quase sempre desejamos o desejo do outro, daquele que nos quer desejosos de único prazer a se realizar infinitamente: o poder ter. Ter que ser, porém, lembro que sempre afirmo, que nada somos, apenas estamos. Somos sempre um ser vir-a-ser. Estamos em busca de evolução ou apenas, morremos, mesmo vivos.
Esta é a perene guerra entre o amor e o poder, que hoje se traduz no desejo capitalista,  onde desejamos tudo e não adiamos o desejo de gozar, de realizar todos os prazeres imediatamente.
Por isso, devido ao gozo que nasce desde o olhar, vivemos em um desamparo permanente, no suposto poder  da observação, somos todos um Voyer universal, desejamos cobrir nosso vazio com o consumismo.
Então se não vivermos desmentindo permanente   a mentira em nós, aquela que nos induz ao suposto poder ter, contribuímos e, nem percebemos, que discriminamos nossos filhos porque eles assumem, através do espectro, serem diferentes ao extremo que podem ser. 
Digo isso, posso ser mal interpretado, mas tento esclarecer. É que se desejamos ter, enquanto a pessoa com autismo, possivelmente, não terá a mesma gana nossa de  mais possuir, os colocamos como impotentes por não desejar  ter e, em maior grau, não poder consumir os mesmos gostos nossos e, estarem em outro nível de necessidade que nós, livres dessa corrida pelo poder ter. Chega-se até a pensar que eles ficarão desamparados sem nós, talvez um desejo de nos eternizarmos, através da necessidade deles.
Não sei se me fiz entender, mas é que não observamos que impomos ao outro nossa modo peculiar de vida, para não sentirmo-nos sós. Precisamos sentirmos parte, aceitos para não entrarmos em parafusos porque não precisamos ser lembrados que somos únicos e, possivelmente sós.
 E mais complexo é entender que estamos em tempos do Gozo excessivo e, isso, especulo, invade tão ferozmente a pessoa com autismo, que ela tenda a não desejar e se permitir ao convívio invasor do nosso desejo que ele seja igual a nós. Não é em vão que elas preferem ata-se as suas mães que realizam seus desejos, como bons alunos fazem até birras para obterem prazer a todo custo, pois sabe, que para que a mãe também goze aliviada, ela fará para parar a birra  birra dele. Claro, caso a caso, mas quando os filhotes aprendem a dinâmica afetiva da família se utilizam disso, no que chamamos ganhos secundários, ou seja, ganhos dentro de um sofrimento.
Existe uma linha da raciocínio, machista a bem da verdade, mas que tem algo que denuncia o desamparo que a criança vive, que é o declínio do paternal e ascensão  do feminino, pois o homem é , nessa sociedade, adestrado a conquistar, tal adestramento que estão sendo modeladas também as mulheres, nesse contextos, os filhos cada vez mais são deixados ensimesmados. E nessa vertente, fala-se de uma sociedade cada vez mais autística. Onde não tem tempo para formar filhos e os que não seguem os ritos desta sociedade, não rotulados e levados aos remédios para se permitirem comandar.
Assim, concluo, que é nessa sociedade, mais que nunca, precisamos aprender a sermos faltantes, pois estamos a caminho dessa sociedade autística, pode até ser. Mas enquanto não, podemos tirar lições disso, em aceitar nossas diferenças e sabermos que cada um pode, ao seu tempo, aprender a estar nesse mundo de maneira satisfatoriamente segura, sem o outro impondo seu desejo e abrindo portas para o adoecimento do diferente. E, também pode ter uma ação produtiva da maneira peculiar que lhes for necessário, a cada um, pois o mundo não pode pensar que meu direito termina quando começa o seu, nossos direitos são iguais, então tem que conviverem juntos, mesmos sendo totalmente diferentes.
Digo isso, pensando, se certas pessoas em seus autismos aprendem a tirar soluções e, até manipulando, as mães, pais e familiares, mesmo que quase todos distantes, por não saberem lidar com o diferente, porque subestimar a elas, pensando que na nossa ausência não encontrarão maneiras de satisfazer-se e viver de maneira harmônica e feliz?
Então vençamos o medo do diferente em nós e vivamos a diversidade e não deixemos que certas inibições virem-se contra nós, mas sim, as usemos para nos libertar e não nos bitolar através do império da farmacotécnica, usada sem crítica e sem desejo.


quinta-feira, 5 de novembro de 2015

REFLEXÃO 3 ( DO LIVRO O DESENVOLVIMENTO DO AUTISMO)


A inibição para Lacan é visto como um sintoma ( conteúdos vistos desde o comportamento incomum aos sinais rotulados pelos psicopatologistas) guardado museu, no qual me aventuro a afirmar que pode nos assustar pela idade verdadeira implicada na constituição do modo de ser individual, mas tão  avassaladora  que teima em aparecer com seu poder sedutor,alimentando-se do que tememos em  foro intimo, nos expondo a vexames, cada vez mais sutis mas de grande proporções.
 Porém  este teórico é da abordagem na qual coloca o sintoma como elo para a liberdade,portanto, não  atrela o sintoma a diagnóstico, muito menos a doença e, sim, a uma forma respeitosa a como a a pessoa  lida com sua vida,  para melhor viver, ante as demandas vistos nos desejos escondidos no sintoma. 
E esta é a única forma de desenvolvimento existencial do ser a vir a ser, quando se refere ao singelo de uma pessoa com o espectro autista,  isso fica  mais evidente.
O sintoma, para alguns serve de consolo precoce para se rotular de "doente" e, assim, mediar o sofrimento, negando que a dor não volta, cada vez mais bem camuflado e elaborado, por esconder  a maior falta de cada um. Todavia,  e  pior, também proíbe um acolhimento  humanizado, tanto da pessoa com o autismo, como sua família,  onde quase  sempre, a mãe  será  chamada a responsabilidade  do cuidado, mesmo sem saber do que demandar a atenção vigilante ou apenas ajudar a criança  em sua subjetiva  vida evidenciada a olha nu em seu corpo.
Essa é  a diferenciadora forma   de quem usa-se de sua evolução na inteligência emocional, vigiar ou apoiar a criança,  na forma que ela tem encontrando para ser único e explícito neste mundo. Porém, como vimos na obra O Desenvolvimento do Autismo, livro de Thomas Whitman e, na maioria de outros pesquisadores, como também alguns profissionais e pais de pessoas com o espectro buscam focar na inteligência cognitiva, como se esta fosse a única forma de acesso a uma vida digna. E, portanto, os autores como o citado, focam no desenvolvimento cognitivo e social, a partir, por exemplo a imitação que eles supõe que a pessoa com autista não pratica, todavia, especulo que esse seja um equívoco, pois de sua forma peculiar cada um atípico não só imita como também socializa com os que lhes dar real atenção e não o invadem.
Assim a maioria dos pais são levados a se colocar apenas, vigilante atento ao ser como quase nada (nem criança) preocupados com o futuro supondo  incapacidades cognitivas esquecendo que os testes de inteligência são padrões desassociados das emoções e portanto avaliam parte de nossa capacidade. E, então, a criança termina  sem acesso  a fantasia, sonhos, lúdicos e brincadeiras. Os adultos, parecem esquecer de que foram e têm em si mesmo  crianças, a se espantarem com a simplicidade do prazer no e do silêncio,  ou da brincadeira  estranha de fazer um cavalo voar, um carro nadar, um corpo infantilmente expressando emoção para além dos cinco sentidos simultaneamente. Não veem que em sua condições particulares as crianças com autismo, assim agem por não coordenarem tantas sensações  juntas, e portanto, aliviam-se nas estereotipias.  Por isso elas , possivelmente, se enrolam em lençóis, precisem estar tomados por água das piscinas, talvez assim  sintam uma informação de cada vez e aprendam a coordenar seu corpo, que por assim dizer, goza de corpo inteiro, desenhando seu corpo na alma.
Parece-me, então, não vigiá-los,  e sim apoiar a cada uma delas em suas peculiares, pois,   vivem em um só, de fato, biopsicossocioespiritual intensamente e precisam aprender a equilibrar tamanha riqueza, elas falam (com  o corpo todo) e entendem-nos ( através do corpo todo). E nós só os veremos e entenderemos a cada um deles, no atuar  amando e falando linguagem  das emoções  por essência  (amar). E  é por esta linguagem, mediada pela inteligência  emocional , que devemos entrar em contato  com todos os que assumem suas diferenças como as pessoas com autismo. 
 Enfim, elas servem-nos um enorme ensinamento no silêncio que fala,  o da contemplação da forma de viver da paz, através da homeostase (equilíbrio, deixado pelo Divino na natureza que a tudo ordena) e, como e onde, Deus define nosso destino de que tudo se ordenará para o seu louvor.
Temos, portanto, na fé, ter de viver através do amor. Vencer em nós cada traço egoísta e sermos humildes em aceitar as nossas diferenças, que nos faz belos por sermos únicos. Ou seja, amando  o que em nós odiamos,rejeitamos  ou indagamos, por que comigo? Temos  nessas formas de negação, ao aceitarmos o desafio, a porta para o real amor, amar o inimigo em nós mesmos e aceitarmos  inteligentemente que a emoção  do amor romperá, assim, o espectro. E  a criança  vendo você a aceitando  integralmente,  mais facilmente,  cortejará a vida, confiante em você, ambos, encontraram com a paz dele, a ciência, a paz e ciência, paciência.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

REFLEXÃO 2 ( DO LIVRO O DESENVOLVIMENTO DO AUTISMO: Da Inibição a evolução da inteligência emocional

Findamos a última postagem dizendo que inibição que vem do não aprendizado com a vivência de nossa falta, esse medo, limita a família e esta desconhecendo seus limites, fraquezas e contradições, de algum modo, condiciona o autista a mais uma fronteira a vencer.
Afirmo isso, pensando que os testes de inteligência, não só discrimina aos autistas, mas como a eugênia ( ramo da ciência que foi usada para segregação étnica-racial, como usada pelos nazistas, fascistas etc.), hoje ainda, digo que tais testes parece discriminar a todos, bitolando-nos ao modelo  homens eurocêntricos.
Neste contexto, o autor do livro O Desenvolvimento do Autismo, parece pouco perceber-se da inteligência Emocional. Claro, pois como americano, de sociedade herdeira do modelo ocidental em sociedade pós moderna, crer que precisamos apenas da razão para vivermos dignamente. 
Todavia, Whitman, percebe-se que os Asperger, que ele pontua como se alguém acometido de autismo leve, possui limites nas relações sociais, naturalmente, eu percebo que possivelmente esses limites se dão pelo fato que emocionalmente o autista se protege das malícias, manobras e omissões dos tidos "normais", esses que, apenas são adaptados para as "mentiras sociais", o que o autista em sua inteligência emocional não entende, pois creio, que saibam que esses "normais" o que semeiam colherão.
Por exemplo, mentiras nunca produzirão nada agregador que traga contentamento e paz; e sim promove omissões, além de solidão, nasce o desamparo da saudade do que não se viveu, ou seja, angustia do tempo perdido; vive-se na servidão a utilitarismo, deixando a maioria com estresse da correria ao desejo exclusivo, dependente do poder financeiro, talvez a maior mentira social etc.
São estas citações, verdades tamanhas que me fazem crer que os autistas a não se envolverem socialmente, o fazem, porque a inteligência emocional deles é mais adaptada a conservação homeostática ( equilíbrio de tudo que na natureza se desenvolve).
Enfim, penso em Descartes, que dele, sei das inibições desde a decapitação da condição humana para o desenvolvimento, pois se até os Asperger são aceitos apenas quando produzem para a continuidade desta sociedade, mas não os aceitam em sua peculiaridades. Faz-se saber que todos nós, a cada dia, quanto mais sociabilizamo-nos, somos mais inibidos, e ainda, temos a inteligência emocional, o amor como desinteressante, se é que existe, de fato, alguma forma de relacionamento singelo, no mundo contemporâneo.
Então, o amor, tão distorcido de tanto  o sexualizarem, é um perfeito exemplo, de como usam conceitos libertários para nos inibir e nos bitolar. Enfim, esse é o melhor contexto, pois amar é a maior prova de evolução biopsicossocioespiritual, ou seja, melhor forma de viver através inteligência emocional aprendendo de e com nossas faltas.
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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

REFLEXÃO 1 ( DO LIVRO O DESENVOLVIMENTO DO AUTISMO): Medos de nossas faltas, inibindo evolução biopsicossocioespiritual.

Retomando aos apontamentos a partir da Obra  do colega Thomas L. Whitman, O Desenvolvimento do Autismo, livro que foi objeto de um concurso aqui no o blog Olhar Azul, cheguei a me provocar por algumas ponderações e provocações, que seguem aqui e em outras postagens.
O colega, chegou a afirmar que um possível diagnóstico da-se pelo menos pela "observação direta de uma criança (...) e entrevista com indivíduos que a conhecem bem".
Para mim, isso é muito pertinente, todavia, além do fato de que a obra não foca em relatos dos próprios autistas, estes que melhor, até que as pessoas próximas, eles podem apontar bases para melhor entendimento biopsicossocioespiritual do espectro.
Além disso, eu também, penso que acolher relatos das mães tem sido um propenso facilitador,  de dizer, que os filhos são os sintomas dos pais, como preconiza os psicanalistas.
 O que não posso me vetar de ratificar, que sempre pontuo quanto a essa visão psicanalítica, essa tese não é culpabilidade contra os pais e, sim, que é necessariamente o discurso da mãe, por exemplo,que vem carregado por todo sofrimento dela. O que dificilmente, para um acolhedor não treinado, será imperceptível onde termina a dor da mãe e inicia  a do filho.
Elas, mais que os cuidadores, não são propensas a se defender empaticamente, pois sua relação com  o filho autista é mediado, inevitavelmente, pela afetação, o que provavelmente impede o afastamento amável do profissional de escuta e observação treinada e científica.Pois, o social empurra às mães a amarem de forma, por assim dizer, por vezes errônea e cegamente, quando não passa pelo crivo da inteligência emocional.
Eu sinto isso, como verdade, a cada acolhimento de mães não só de autistas, mas elas, são tão atadas ao sofrimento mais até que aos filhos, tanto que querem sentir a dor dele, como se subtraíssem o sofrimento dele ou, assim agindo entendessem o padecer e, quem sabe os tirem daquele sofrer. 
Mas, nesse contexto, entra em cena a segunda parte dessa breve reflexão. O autor, concorda que muitos autistas, desde que foram tirados dos programas de privação social, tipo os manicômios, têm oportunidades de desenvolverem suas virtudes, deixando "os clássicos sinais" do que ele chama de "transtorno", desde que "tratados precocemente". 
Entretanto, o próprio autor concorda que o tratamento tem de ser desenvolvido interdisciplinarmente e multi focal. E neste contexto, a família e sua história de vida (anamnese) deve ser bem elaborado considerando, sobretudo, os possíveis limites devido a vícios relacionais ( as diversas maneiras de proteger exageradamente) que potencialmente favorece sofrimento da mãe e abandono desta e infantilização e abertura para reais transtornos psíquicos e até psiquiátricos do filho autista.
Digo isso, pensando que se os autistas não fossem afetados, de certo modo, com os medos que as faltas vivenciadas provocam à família e, se esta encarasse seus limites, poderia o filho autista perceber-se faltante e teria possibilidade buscar sanar essa falta, portanto, lutar para alcançar ou aprender saciar seus desejos, para além das necessidades básicas que são supridas pela família. 
Pois, ninguém, nem os autistas necessitam dos limites psicossocioespirituais dos pais, já lhes bastam os limites biológicos, quais suponho provocar as estereotipias e reações adversas aos diversos estímulos, que variam de um ao outro, como acontece a todos nós, que somos sempre, diferentes.
Então algo a ser trabalhado, sistematizado e valorizado é o discurso do próprio autista; a observação deles já após diagnóstico e prognóstico; algumas formas de relacionamento intra familiar que podem ser chamados vícios nas relações de superproteção infantilizada e, assim, portanto, trabalhar a inteligência emocional de toda a família para se definir melhor onde começa o desejo advindo da falta de cada um neste ambiente, e disso todos desenvolverem-se, como todos nós que precismos, isso não é necessidade exclusiva do autista.
Mas tudo isso da-se sem, necessariamente, sabermos quais são nossas faltas, destas nascem os desejos de cada um. E se não perceber elas
, colocamos nossos limites intransponíveis, simplesmente porque não são nossos. Nos ensinaram e vamos ensinando aos nossos. E quanto temos alguém supostamente, ou limitado mesmo, sem querer o colocamos como marca de nossos medos que inibe evoluções.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

CORAÇÃO DE MÃE:"Escutando seu coração, partilhamos sonhos, encontramos flores no aroma que restou"



O BLOG OLHAR AZUL DA COR DO MAR
CONVIDA: 
CORAÇÃO DE MÃE"Escutando seu coração, partilhamos sonhos, encontramos flores no aroma que restou"
TEMAS: "Solidão não é abandonar: A linguagem da emoção" & "Que sonha a Coruja? Sonho que não se sonha só, não vira pesadelo"
A proposta deste momento de partilha que será realizada na Cidade de Natal/RN, no dia 31/10/15,  é para aquelas vidas que desejam não continuar a serem furtadas aonde os novelos que o Espectro do Autismo tem as levado. Para tanto o momento dialógico abordará:
TEMA 1:
A solidão:
1. Como diferente de saudade e quando bem dosada tem-se ensinamento na solidão;
2. Mas é interessante ter saudade do futuro, para recuperar o sonhado; 
3. No contexto do filho autista, a suposta solidão, ou mundo exclusivo dele não pode ser entendido necessariamente com sofrimento.  
Abandono:
1. Abandono  praticado contra a mãe e o filho é uma lamentável prova de violência psicológica;
2. O filho precisa de um pouco de solidão para aprender com a falta, mas não, se sentir  abandonado;
Linguagem Emocional:
A linguagem das emoções, tanto expressado pelo filho em cada sinal comportamental,  do qual supormos que eles sofrem em sua vida peculiar, o singular prova que somos muitos diferentes ao lidar com tantas poluições de informações do mundo pós moderno.

TEMA 2:
Conceito de Coruja:
1.A coruja, símbolo da amizade com a sabedoria, ela sonha no diurno, mas no caso da mãe que sonha o sonho do filho autista precisa, voltar aos seus sonhos e voltar a suas projeções;
2.É necessário resgatar os seus sonhos, desejos, projetos que foram adiados ou esquecidos com o surgimento do autismo;
3. Para quem sabe deixar o filho descobrir os seus;
Inteligência Emocional:
1.Para reconhecer das linguagens emocionais tanto do filho, do esposo, família e de si mesma as virtudes, além das necessidades;
2.Saber ser só e como trabalhar essa realidade para sair dela, se é necessário e possível;
3. Inteligência Emocional para encontrar meios do auto resgatar, para além de mãe, esposa e mulher: Desejosa, desejada no estado faltante sublime.
4. Seres sublimes, empáticos e empoderados;
5. Biopsicossocioespiritual da mãe e do autista;
6. Política Participativa do Psicodrama.

SERVIÇO:
LOCAL: Hotel Arituba, Natal, Rio Grande do Norte
DIA:31/10/15
HORAS: 14 horas

sábado, 17 de outubro de 2015

A ESTRUTURAÇÃO BIOPSICOSSOCIOESPIRITUAL: Homenagem ao conceito. Postagem, mais acessada no blog Psicologia e Direitos Humanos, a qual fará dois anos de tais reflexões biopsicossocioespirituais.

A vida não é tão misteriosa, ou a finitude seja assustadora, porém é o que querem-nos imputar. O que causa dúvidas quanto a isso é o fato que como nós perdemos a pureza infantil louvada por todos os seres mais sensíveis e em especial por Jesus Cristo. E, também cada vez que nos “humanizamos” ou partilhamos dessa civilização ficamos mais longe de nossa real essência biopsicossocioespiritual, ou seja, a cada dia vivemos mais pelo que vemos e temos e não  por o que sentimos mais intimamente, o espirito, que habita em nos, nos guiando.
Tanto que quando nos possibilitamos uma experiência intimista, facilmente  confundimos a solidão com solitário. Considerando que quero afirmar que a primeira é um encontro consigo em determinado contexto e a segunda o desencontro com todos e com tudo, sobretudo, com os que e as coisas que não só nos fazem sermos mais, por assim dizer, evoluídos.
Saint- Exupéry diz que “O essencial é invisível aos olhos; só se vê com o coração” parece-me que necessariamente quer-nos sensibilizar a nós mesmos. E não só isso, interligando-nos ao que nos rodeia e nos fazem ir além e repensar nossas trilhas.
Mas isso é necessariamente material. Portanto, pouco para que é trazido. Assim conclamo que necessitamos urgentemente vivermos, no latu senso e extrito senso e isso é buscarmos o que nos constitui como único. Nossa real beleza.
Para tanto, descobrir nossa origem biológica hereditária, sozinha, pouco responderá a cada um o que se é. Esta dimensão se resinifica ao meio ambiente fisioquímico. E seu produto trará uma síntese que provocará permanente processo evolutivo com o meio sociohistórico cultural.
Esta última parece-me a mais estanque das dimensões. Ela mesmo que pode ser incrementada, pouco dialoga com o todo, a exemplo das culturas ocidentais e orientais. E, portanto, parece-me algo cíclica, em movimento favorável sempre aos poderes econômicos justificadores das ideologias imperialistas, as quais nos impõem suas regras e ditames a fim de bitolarmo-nos e submetermos como vassalos aos primeiros e justificadores de nossas vassalagens.
Por sua vez, a dimensão mais rica, não por ser a mais especial, mas porque ela é que faz toda a mediação entre o corpo, sociedade e espirito, em fascinante movimento interacional para além da nossa vã inteligência. Essa dimensão, a psiquê é quem dialoga com a nossa dimensão espiritual, filtrando no social o que será expresso em nosso corpo. E ai é onde ocorre a nossa maior eliminação como sujeito de vida biopsicossocioespiritual. Pois sendo, nossa sociedade tão sagaz para bitolar nossos desejos oferta-nos o que apenas satisfazem o corpo enganando facilmente a psiquê neutralizando ou abafando a nossa maior grandeza, a espiritual.
Essa que rica de tamanha verdade e paz, pode ser traduzida como a ofertante do livre arbítrio, nossa real liberdade, pois só se expressa se nos negarmos, ou seja, sendo mais céticos com o que o social nos oferta como indumentárias para vestirmos como ideal.
Caso não negarmos a nos mesmos, aos desejos que o corpo aprende com o social, iremos cada dia termos uma psiquê vulnerável e assim de sanidade frágil.  Visto que a sociedade é necessariamente construída, com o que está ai ofertado, por falácias e hipocrisias, portanto, como se pode não adoecer nessa conjuntura?
Então a saída indiscutível é o retorno ao espiritual, ao transcendente, ao infinito (...) como queiram chamar. Eu quem me filio não à religião, mas ao Divino que me faz encontrar comigo no mundo e com este e com tudo que nele co-existem labutando para os alertar desse retorno para o imponderável, onipotente, onipresente e de eterno amor a nos.
Portanto, façamos suas escolhas de como e para que viver.
- - --
Tomei a liberdade para mostrar de que não é de hoje que persigo a dimensão biopsicossocioespiritual, por mim cunhada pelo menos a 3 anos.
 Esta postagem encontra-se como maior marco dos meus escritos, assim começou meu sonho de aproximar da dimensão de ser a vir a ser, encarando a homeostase pertinente da natureza onde Deus redesenha nosso futuro, mesmo aqueles errantes.
Tal obra está em www.ppxukuru.blogpost.com  ( que tem por codinome: Psicologia e Direitos Humanos).

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

PORQUE A INDIGNAÇÃO NÃO CONVENCE NOSSA VEIA POLÍTICA PARTICIPATIVA

Estive sentido-me a acuado como se fosse provocado pela palavra INDIGNAÇÃO, usada na proposta do último concurso por mim proposto neste blog. 
Pode parecer um desabafo, mas não o é; medo do não sucesso da proposta, pouco menos; receio de ter provocado erradamente uma reflexão, nunca, pois sempre se buscar tirar das zonas de conforto aqueles que,sei, que tem muito mais a dar, para além do seu universo já conquistado é para mim um dever.
Mas o que isso tem a ver com as pessoas autistas, ou ainda, as suas mães e a sua família? Tudo! Pois, a pessoa autista não me parece encontrar estímulo nesse modo que vivemos; suas mães tão, quase todas, angustiadas para ofertar um mundo seguro a eles, que não podem, se super dimensionam e, poucas delas, conseguem ter uma vida para além do espectro, tornam-se, muitas vítimas dele e, confundem-se com o comportamento peculiar e único do filho. Isso não é mal, mas não sei até onde.
E eis o que aprendo disso tudo, eu que não me conformo em não contribuir com as pessoas que me afetam e, inevitavelmente me procuram tanto no grupo da rede social, como na clínica ou em conversas informais.
 Enfim, o concurso tem sido um meio a mais de me afetar. Assim, tenho me perguntado porque nenhuma pessoa ainda não buscou acionar o blog, como meio de mobilização, quanto a tantos impasses, omissões e desmandos dos que fazem as políticas públicas de saúde, educação, assistência social entre outras, no tocante à atenção a pessoa autista.
Para mim nada é por acaso e, serve-nos de propósito de reconhecer que nada sabemos, até que muitas mães falem comigo no particular  e, até nos grupos fechados, do incômodo que as acometem e como se mobilizam em suas dores. É apenas isso que elas precisam para repor as energias e voltarem a luta, batalha mais que cotidiana, perene.
Parece-me que não há mais nada que fazer, apenas imensuravelmente buscar no incansavelmente labutar, uma nova visão, para ver o filho em pequenos passos em direção, a que cada uma supõe ser evolução.
Elas tão humildes se contentam como o pequeno sinal de mais vida sinalizado por cada filho. Elas sabem sonhar para com ele; sabem amar por ele; desejar por cada um,  não se sabe onde começa ela e inicia ele.
Então sei. não acertei, mas apenas inexoravelmente elas e eles continuam a me ensinar: paciência, venha aqui e olhe, escute, veja, sinta cada imenso evoluir deles. Não é provocando a estes sistemas omissos e bem mal intencionados a falhar, que vamos dar suavidade a causa, parece que elas sabem que encontraram outras fontes de angustia e ansiedades.
Então, é lá que tenho que está, bem perto de cada uma delas e vivendo com eles, sobretudo, que assim, aprenderei mais humildade que nada sei e, que de cada um, só saberei vivendo com eles sentido com todos os sentidos afetados por cada biopsicossocioespiritual autista, e em ação de transformação desse universo. Assim, eles e elas, me cativarão em suas resiliências, ou seja, inteligência emocional, testemunhas que são mais belas, suas vidas, que suponho.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Concurso:EM NOME DA DIGNIDADE DA PESSOA AUTISTA, DEIXO MINHA INDIGNAÇÃO!



 PARA CONTRIBUIR COM A EFETIVAÇÃO DA DIGNIDADE DA PESSOA AUTISTA, PRECISAMOS  SER ATIVISTAS DOS DIREITOS HUMANOS, ARMADOS POLITICAMENTE COM CONHECIMENTO E ACESSANDO  AS POLÍTICAS PÚBLICAS JÁ CONQUISTADAS.
PARA TANTO, O BLOG OLHAR AZUL RETOMA A LUTA AGORA COM O CONCURSO:

"EM NOME DA DIGNIDADE DA PESSOA AUTISTA:DEIXO MINHA INDIGNAÇÃO!"






1.Nesta oportunidade as pessoas que desejem somarem forças para a dignidades das pessoas autistas devem demostrar suas indignações contra instituições públicas ou privadas que violam ou violaram os direitos das pessoas autistas;
2.Basta fazer texto de tema e tamanho livre, com ou sem fotos, ou vídeos, mas que demonstrem indignações, críticas e ou denuncias contra atos de órgãos, entidades, agentes públicos ou privados  (escolas,hospitais, clínicas, profissionais etc);
3. Sabendo que as informações contidas nas indignações não devem ofender, agredir e cercear direitos ou deveres; 
3.cada concorrente deve responsabilizar-se pelo conteúdo de sua publicação, isentando o Blog Olhar Azul de qualquer sanção por calunia, difamação ou qualquer outra forma violadora de direitos; 
4.Então, as publicações devem está direcionadas apenas em contribuir para a dignidade da pessoa autista e seus familiares.
5.Devem também preservar nomes e dados que identifiquem crianças e pessoas com deficiência quando essas forem exposta a situações vexatórias.
6.As pessoas concorrentes que publicarem as duas postagens mais acessadas ganharão cada uma, um exemplar do livro Intervenção Psicossocial no Âmbito Jurídico, da organizadora Ludmila Assis, a fim de disseminação do conhecimento e maiores empoderamento na luta pela cidadania das pessoas autistas.
7. Os interessados devem mandar textos em formato Word para o email ( dr.pedropaulo.oliveira@hotmail.com)  com imagens ou vídeos que não devem exceder 15 MB;
8. Os concorrentes devem identificar, nome,data e local das informações prestadas. erão aceitos email recebido até o 24 horas do dia 18/10/ 2015 e o resultado será divulgado no dia 20/10/15;
9. Não serão aceitas postagens anônimas;
10. Os casos omissos serão resolvidos pelos organizadores do blog Olhar Azul.

A  Obra 
Título:Intervenções Psicossociais no Âmbito Jurídico
Autora Organizadora: Ludmila Assis em parceria com os autores;
Ano:2013
Sinopse:Esta Obra, Ludmila Assis atualiza o conhecimento sobre ações institucionais quanto direitos e deveres de crianças e adolescentes e suas famílias no contexto psicológico, social e jurídico. Assim, o leitor terá acesso a reflexões de 13 experiências dos autores quanto a intervenções para a dignidade e direitos do público atendido.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Enquete: Você já chorou diante do autista,conclusões e pensamentos sobre a inteligência emocional.







A fim de refutar teóricos e provar que a empatia e o altruísmo é base na forma do autista se relacionar com tudo e todos, foi lançado um enquete no Blog Olhar Azul, sobre chorar diante do autista. Na pesquisa informal percebeu-se uma prova da inteligência emocional que sustenta em mim a consciência de que o autista  é o ser mais evoluído de nossa condição humana biopsicossocioespiritual.
Foi perguntado se ao chorar diante do autista e dado seis respostas possíveis:
a) Eu nunca chorei diante de meu filho astista (11% das respostas);
b) Sim, mas ele não reagiu ao meu choro ( 0% das respostas);
c)Sim, ele também chorou comigo (22% das respostas);
d)Sim, ele tentou me consolar ( 55% das respostas);
e) Sim, ele reagiu com comportamento estereotipado, ou comportamento incomum, demostra sofrimento ( 0% das respostas);
f) Outras ( 11% das respostas).
As pessoas que afirmaram que não chorarão diante de seus filhos ( 11% das respostas) parece-me, pelo menos duas coisas, ou que não estão emocionalmente capazes de demonstrar sua verdadeiro estágio biopsicossocioespiritual, ou seja, precisam aprender sobre sua inteligência emocional,quero dizer, precisam aprender a gerenciar sua melhor e mais estruturante inteligência, a emocional, que as prepara para a vida e não apenas para a utilidade identificada pela sociedade. E, a segunda, é que podem estarem perdendo a oportunidade de perceber quanto o autista, em questão, é rico em comunicação e, portanto, descobrir a linguagem por ele usada, possivelmente, seja a emocional, expressa melhor em suas esteriotipias. Sobretudo porque não  que se comunicamos apenas  verbalmente ou pela forma intelectual que comumente foi convencionado. Tudo no mundo se comunica conosco, o autista sabe e sente isso. Nossos ancestrais se comunicavam pela e com a natureza e transmitia o conhecimento oralmente. Depois descobriu-se a gravura e há quem diga que ali era uma forma de se eternizar, além  de se comunicar com estraterrenas formas de vida, mas enfim, chegamos a escrita. Porém, tudo para desenvolvermos outras regiões mentais, todavia, da mesma maneira que fomos dominando nosso cérebro e a natureza, fomos nos afastando de nossa maior essência, o biopsicossocioespiritual. Creio que o autista é o presente da Deus através da natureza para salientar a nossa humildade de percebermos que nada sem Ele somos. Pois, já citei que impomos em nossos filhos os nossos desejos como se pudéssemos nos eternizar através da vida deles. Mas isso ocorre porque a sociedade nos ensina que temos que ter para ser, entretanto, também eu dizia anteriormente, que nada somos, apenas estamos.
Esse conceito de ter para sermos é a pior e mais danosa mentira que nos impõe essa sociedade. Por ela, não vivemos com ou para os outros, pelo contrário, nos relacionamos apenas com os que nos favorece e negamos tudo que nos frustrar. Mas, esquecemos que o amor que nos forma para a vida se baseia no não e na falta.
Um exemplo dessa negativa, é se os autistas diante do choro das mães não reaguisse ou reagisse com sofrimento ( 0% das respostas), se eles agissem assim, as levariam a perceber suas baixa interação afetiva e as provocariam a buscar meios para ambos desenvolver tal modalidade de relacionamento. Sabemos que o que nos falta nos mobiliza a buscar e nos desenvolver,isso a partir do nosso desejo, porém uma outra mentira social é que muitas vezes obedecemos desejos alheios aos nossos e por isso desejamos em parte,então, não entendemos porque não conseguimos certas coisas. E ainda, os nãos dessa vida nos fazem perceber que precisamos em nós, através do Divino, percebermo-nos auto-capazes para a vida e não elegermos o outro ou coisas quaisquer como fonte de paz e amor. Pois, se fomos formados obras perfeitas, nada além de nós é responsável por nossas conquistas. As pessoas e todo o universo que nos circunda apenas são prova disso e não objetos para manipularmos a nosso bel prazer, são obras divinas e assim devem ser amadas.
Interessante seria saber o que significa os 11% das respostas de Outros ( letra e). Mas o mais significante é que 77% das respostas ( 55% de autista que tentaram consolar quem chorava diante dele e 22% daqueles que disseram que o autista choravam com eles) provam muitas de minhas convicções de que os autistas são a prova  evolulutiva de nossa condição humana biopsicossocioespiritual: eles são mais altruístas ( amam sem pedir a quem e também ao que lhes dão dor) e são empáticos ( sentem e se colocam no lugar do próximo). Claro vocês dirão que essas pessoas que responderam podem estarem recebendo tamanha virtude dos autistas porque lhes dão amor ou mero cuidado.
Mas, imaginando o que como na Pesquisa O autismo que Estamos Falando, referido nas quatro postagens anteriores, que os autistas preferem se relacionar com adultos e evitam situações estressoras me fazem perceber que eles selecionam situações e emoções que os  favorecerem. Pois, e se eles relacionam menos com crianças é que essas possivelmente menos demandam sofrer e tem menos conflitos nessa vida, tanto que quando crescem aumentam o sofrer; e por outro lado, os adultos além de sofrerem, na maioria sobrevivem como se não contentes com o que construíram. E, são estes responsáveis pelos sentimentos contraditórios e adoecedores no contexto social(poluições):mentiras, intrigas, desejos de poder, guerras, destruições, mortes etc. E impõem tais demandas aos filhos, não  por querer, mas também  estar em tão sofridos que nem se percebem adoecendo e adoecedores, portanto, não  há  culpados e sim vítimas.
Então concluo que os autistas são melhores altruístas e empáticos por amar a vida, mesmo que esta o invada tão violentamente, creio que ao desenvolverem-se eles se tornam mais verdadeiros e mais libertos dessas formas sociais adoecedoras. Mas para isso precisaria de melhores dados, junto a autistas adolescentes, jovens, adultos e idosos.
Todavia, o prognóstico de acordo com o resultado desse enquete é que eles ao desenvolverem-se serão mais amáveis e fortes, porque só exala amor quem é livre dos vícios dessa geração, pois se eles reagem as dores dos que lhes circulam é para os consolar e semear harmonia através da paz. Como dizia na postagem anterior, só damos o que queremos receber e os autistas praticam essa inteligência emocional, eles não só gerenciam suas emoções, como as usa para homeostase universal, ou seja, para o equilíbrio através do melhor galardão divino: o amor.


domingo, 4 de outubro de 2015

BIOPSICOSSOCIOESPIRITUAL - O ESPIRITUAL, o agregador dialético da inteligência emocional, único canalizador de qualidade de vida da condição humana.


Fechando o ciclo da pesquisa O Autismo que Estamos Falando,passamos pelo biológico, onde nas mães foram vistas as marcas do (des)etendimento da fala no corpo austista; devido a isso, fomos ao psicológico sofrido delas, creio, que por elas não se comunicarem com as expressões esteriotipadas, que são falas emocionais e montam uma comunicação rica de significado. E assim, o austismo pareceu-me interferir, de alguma forma, na interação familiar. E enfim, esse complexo, reverberado no social, onde a ainda, precária inteligência emocional tende a levar sofrimento tanto o austista como a sua família ,quando o autista não é visto como um ser biopsicossocioespiritual.
Nesta postagem, foi interrogado às mães questões existenciais, ou seja, o que chamo de espirituais, no tocante para além das demandas que nossa psicologia pode expressar. Foi interrogado sobre a gravidez, sobre os afetos sentidos, as esteriotipias percebidas, as evoluções e o que elas achava que eu deveria ter perguntado e não abordei. Na realidade, esta parte da pesquisa visou que as mães falassem sobre seus sentimentos que ultrapassam suas razões e percepções, ou seja, buscando colocar o meu inconciente em contato com a dela, no não dito.
Elas, quanto as gravidez cinco delas responderam que "Não foi planejada" , que somado ao ao fato que duas planejarão a gravidez e mesmo assim,  quanse todas "esperávamos um menino " (4 citaçações) e uma menina ( 3 citações) não só mostra uma contradição, mas sobretudo, que os pais, não necessarimente planejaram mas, se sentiram, através do livre arbítrio, com poder sobrenatural de determinar o desejo dos filhos.
E isto, será existencialmente confrontado com o dignóstico e também com a implicações das esteriotipias e meios de se relacionar dos filhos em seu modo intimamente único. Mesmo assim, três mães pontuaram, que as expressões afetivas dos filhos são "carinhosos", "beijos e abraços"  (duas citações). Mas que também, "afetos expressos comportalmente"  e "todas as expressões de crianças atípicas" ( ambas também duas citações), podem ser sinais de que os pais encontravam-se ainda conceituando que significaria uma ausência de projeto para o filho ampliado com o autismo.  
Estas duas últimas citações denotam ainda mais o determinismo do auto-amor de cada genitor em impor seus desejos sobre seus filhos, mas que natural, pois todos queremos o melhor para os filhos. Todavia, ninguém é igual a ninguém e o autista prova que somos cada um de desejos subjetivos, que precisam ser favorecidos e não barrados, ou seja, o filhote é um mensageiro da liberdade dos conceitos construídos socialmente: O da marternagem e paternagem que responde a regras do consumo, vejam as escolas que ensinam apenas para o trabalho, este que mais adoece o ser humano. O autista não se bitola a estas regras eles como um ser mais evoluído tem suas necessidades determinadas por seus desejos (campo hiper focal ) que é peculiar a cada autista espiritualmente, pois não nasce do determinismo dos pais e muitas vezes e averso a estes.
 Vejamos que o desejo dos pais nem é percebido, pois quando perguntado quais foram as esteriotipias percebidas precocemente  respostas como "Não responde(...)Não escuta (...) Pouca expressão e recepção (...)Fuga visual" baseados nas perquisas que dizem que estes comportamento são possiveis sinais de evitação ou de tentativas de equilibrar os estímulos intensos por eles sentidos, como "sons e barulhos" ( foram citadas por 3 mães); mas também são moduladores afetivos ( vejam que a fuga visual) pois pelo olhar falamos do espirito à alma. Enfim, estes dados  me fazem especular que os nossos autistas têm um determinismo espiritual acentuado, pois sabem se defender dos desejos, medos e frustrações dos pais e daqueles que não os buscam entender.
Estas atípias comportamentais também sustentam o que lhes falei da tentativa de equilibar as tantas manifestações que lhes atinge e que ao desenvolverem-se eles encontraram meios para funilar tantos estímulos: "Sem noção de perigo, Picos de raiva, Gritos,Mexe os dedos/mão, Balanços das mãos  discretamente" . Mas temos aquelas que eles não suportam e reagem como pode "Auto machucões", talvez tentando cessar o estímulo ou a reação reflexa dela; inclusive, também podem testar o amor daqueles que dizem o amar:"Machuca o pai/mãe" a fim de que estes possivelmente possam entender o que eles estão vivenciando internamente e sabem que estes não reagiram imaturamente o agredindo, pode ser por isso que  eles têm "Pouca relação com crianças".
Mas algo que é provocador é a pauta de evolução sentida por cada mãe entrevistada, desesperançadas nãos sei, mas sim de baixa percepção da condição humana biopsicossocialespiritual , pois suas inteligências emocionais parecem não tão treinadas porque apenas uma falou "são tantas ( as evoluções) que não consigo enumerar". As demais parecem submissas aos ditames socioambientais como se nós nos ressumissemos ao que esta sociedade doentia cria para a si próprio limitar, " toda e qualquer evolução é uma grande evolução (...) Socialização e falar ( duas citações cada), imitação e auto cuidado".
Claro, pode soar pedantismo de minha parte, mas para especular que precisamos evoluir para melhor inteligência emocional é preciso perceber que em nossa peculair condição humana, somos todos faltantes e, por isso, queremos que nossos autistas nos der certas satisfações. Mas, não achas que eles já são demasiadamente demandados pela natureza de sua condição peculiar? Temos mesmo que os sobrecarregar ainda mais? Isso não é sinal que nos estamos ainda imaturos? E se concordas, estas a meio passo de perceberes que estamos em desenvolvimento e esse processo é contínuo de aceitar que estamos sós e sem nada para a caminhada, vejo o fenômeno morte, doença, dor etc, podem até sentir conosco, mas nunca como nós. 
Inteligência emocional é saber lidar com as emoções que vivemos e somos envolvidos na condição humana que estamos em cada contexto. Um bom sinal de boa inteligência é não impor ou esperar que o outro nos retribua o que doamos, ou seja, amar sobretudo, as adversidades e perdas, onde amadurecemos quando não as evitamos e entedemos as suas informações e nos libertamos do falso amor egoista, tudo existe para nosso bem e, se fugirmos das dificuldades, sempre estarão lá nos esperando para ensinar algo e fazermos mais que nossos medos e limites.
Essas mães apesar de minhas construções críticas nascidas das vivências delas com seus autistas, ensinaram-me tanto que no final do questionário solicitei a elas perguntas que eu não fiz nos quatro blocos de indagações biopscissocioespirituais, e ao fazê-las, ficou mais nítido quanto elas são evoluídas em suas condições humanas e estão desenvolvendo suas inteligências emocionais.
Algumas delas denotando consciência das responsabilidades das políticas públicas, sobre  "Dinâmica da criança para além das atenções diretas dos pais, que meios que acessam cuidados no SUS( Sistema Único da Saúde), Plano ou particular; Que tipo de abordagem é pensada para o TEA;Psicanálise para os pais?Medicamento;O que ele gosta em lazer, e Queixas quanto ao tratamentos e educação acadêmica". Parecendo indagarem o que estão sendo ofertado para dar maior automia a pessoa autista, sobretudo, porque mesmo que elas não conceitue denotam que a questão do Espectro Autista é uma demanda biopsicossocioespiritual, ou seja, percebem a saúde como algo holístico e, carecendo de abordagem interdiciplinar e de conceito fincada na aceitação da diversidade de modo de viver e interagir na vida, mas que os direitos sim, estes que sejam iguais a todos e não que manipulem nossos desejos colocando-nos subordinados as alienações, do consumo e da aceitação de uma única estética ou maneira de vida.
Mas também, uma delas, posivelmente mais sensível pontuou, de alguma forma, que como me propouz a montar um perfil do austismo que estamos vivendo ou falando, ela pontuou minha megalomania nessa intenção, parecendo pontuar justamente que citei anteriormente, pois não existe um austismo, ou um espectro austista existem pessoas autistas. Ela consciente de que cada um autista é biopsicossocioespiritual e em evolução dialética, ou seja, que eles se redefinem como seres evoluídos que são. Elas fizeram-me perceber que agora tenho mais dúvidas e bastantes curisidades que são cada vez mais aguçada em contato com cada autista por ser imensamente os mais belos das condições humanas. Do que minha acertiva é que são nossa evolução.
Na suas condições humanas cada autista são mais adaptados a este mundo que imaginamos, apenas pelo simples modo de escolher com que se afetarem. Claro que enquanto não equilibram suas sensações, eles apenas captam tudo que lhes circurdam, mas não acolhem passivos, como toda a criança comuns, a vida que os pais lhes impõe carregados da fraquezas desses e são visivelmente seres belos em estética; e quando no social ampliado escolhem aonde se focar, mesmo que os testes de inteligência pre-modelados não os acompanhem, eles são melhores no que fazem; possuem melhores inteligência emocional e sua alma são puras, frutos de quem se comunica espiritualmente com todo o universo.
Mas essa relação holística e dialética do autista, quanto a sua inteligência emocional, poderemos ver na próxima postagem com a reflexão sobre o enquete referente ao chorar diante do austista.






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