Na
interação social com um filho atípico, o comportamento dele pode ser
reflexo de sua necessidade de evitar, expressar e descarregar a dor e o
sofrimento é, portanto, fonte de alívio. Isso tudo
nos leva a perceber, em suma, que precisamos os conhecer e sermos humildes
quando não entendemos tal expressão. Essa
postura de abertura a reaprender constantemente é indispensável para podermos
doar-nos a alguém sem invadir sua subjetividade, sua psiquê, sociabilidade e
espiritualidade. Isso inclui ouvir sons não dissociados de afetos e verdades que fluem do
coração, da alma e do espírito dos filhos. Assim, portanto, podemos os
entender.Ninguém
ama tanto que não precise amar mais e aprender sobre como amar, nesse processo
se faz necessário um afastamento empático que garanta ao filho espaço para respirar
de corpo e alma, para ser apenas ele próprio. Deixar o outro ser até onde
consegue estar, descobrir seus limites e além deles evoluir.Assim, no
caso do filho com Transtorno de Espectro Autista- TEA, nós com ele o evoluir é
mútuo, quando o deixamos nos guiar através de suas mãos e caminhando com os
seus pés, ditando o ritmo durante seu processo evolutivo. Assim sentem-se mais fortalecidos,
para nos mostrar suas virtudes que não vemos devido ao nosso próprio medo da
diversidade, que cada TEA representa. E ao
vivenciarmos, com ele seus ambientes e suas falas inaudíveis carregadas de
afetos, de amor e adaptação, pois, eles expressam sentimentos de modo atípico e
não do modo único como geralmente se codificou entre nós. Acompanhando-os, eles
ficaram mais adaptados. Pois eles se comunicam como seus desejos os guiam.
Existe
uma evolução ao lidar com o desejo alheio, nos pesa limitar o nosso, e isso nos
coloca diante de nossas mais íntimas fraquezas. Com isso, faz-nos para
além de genitores, sermos pais.Essa
evolução nos remetem aos nossos dias de filhos, nossa
infância, as contradições da puberdade, das culpas advindas dos parricídios de cada dia. É necessário
voltar às essas demandas, e se conhecer a partir de nos mesmo e,
necessariamente do que negamos, e as jogamos nas masmorras do
inconsciente.Aos pais que estão cambaleantes aqui abro uma conclusão que na
realidade precisam verem-se necessitados e permitirem-se cuidar.O melhor
cuidador é aquele que sabe que necessita de ajuda no ato de amar, e se inicia
amando quando se escuta, ver, sente-se primeiro e não fugindo de si. Caso
contrário, continuaremos ensinando aos nossos filhos nossos medos e covardias.
Bem, entretanto, não quero que saiam pensando que culpo os pais pelos
supostos sofrimentos dos filhos, mas saibam que seus filhos são mais
resilientes que vocês especulam, não tenham medo deles descobrirem seus limites,
basta você não ensinar os seus a eles. Eles são atados a vocês, mas são
autônomos, não sejamos incongruentes a pensar contrário a isso. Conheça a verdade e ela vos libertará, algum cristão diria isso. Eu
digo, sejam vocês mesmos e obterão paz, dele nascerá o verbo por excelência, o
amor e estes libertarão a todos que o circunda.
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