segunda-feira, 27 de julho de 2015

Genitores, lidando com o seu auto preconceito vivida pelo autista.(Parte II)

Na interação social com um filho atípico, o comportamento dele pode ser reflexo de sua necessidade de evitar, expressar e descarregar a dor e o sofrimento é, portanto, fonte de alívio. Isso tudo nos leva a perceber, em suma, que precisamos os conhecer e sermos humildes quando não entendemos tal expressão. Essa postura de abertura a reaprender constantemente é indispensável para podermos doar-nos a alguém sem invadir sua subjetividade, sua psiquê, sociabilidade e espiritualidade. Isso inclui ouvir sons não dissociados de afetos e verdades que fluem do coração, da alma e do espírito dos filhos. Assim, portanto, podemos os entender.Ninguém ama tanto que não precise amar mais e aprender sobre como amar, nesse processo se faz necessário um afastamento empático que garanta ao filho espaço para respirar de corpo e alma, para ser apenas ele próprio. Deixar o outro ser até onde consegue estar, descobrir seus limites e além deles evoluir.Assim, no caso do filho com Transtorno de Espectro Autista- TEA, nós com ele o evoluir é mútuo, quando o deixamos nos guiar através de suas mãos e caminhando com os seus pés, ditando o ritmo durante seu processo evolutivo. Assim sentem-se mais fortalecidos, para nos mostrar suas virtudes que não vemos devido ao nosso próprio medo da diversidade, que cada TEA representa. E ao vivenciarmos, com ele seus ambientes e suas falas inaudíveis carregadas de afetos, de amor e adaptação, pois, eles expressam sentimentos de modo atípico e não do modo único como geralmente se codificou entre nós. Acompanhando-os, eles ficaram mais adaptados. Pois eles se comunicam como seus desejos os guiam.
Existe uma evolução ao lidar com o desejo alheio, nos pesa limitar o nosso, e isso nos coloca diante de nossas mais íntimas fraquezas. Com isso, faz-nos para além de genitores, sermos pais.Essa evolução nos remetem aos nossos dias de filhos, nossa infância, as contradições da puberdade, das culpas advindas dos parricídios de cada dia. É necessário voltar às essas demandas, e se conhecer a partir de nos mesmo e, necessariamente do que negamos, e as jogamos nas masmorras do inconsciente.Aos pais que estão cambaleantes aqui abro uma conclusão que na realidade precisam verem-se necessitados e permitirem-se cuidar.O melhor cuidador é aquele que sabe que necessita de ajuda no ato de amar, e se inicia amando quando se escuta, ver, sente-se primeiro e não fugindo de si. Caso contrário, continuaremos ensinando aos nossos filhos nossos medos e covardias.
Bem, entretanto, não quero que saiam pensando que culpo os pais pelos supostos sofrimentos dos filhos, mas saibam que seus filhos são mais resilientes que vocês especulam, não tenham medo deles descobrirem seus limites, basta você não ensinar os seus a eles. Eles são atados a vocês, mas são autônomos, não sejamos incongruentes a pensar contrário a isso. Conheça a verdade e ela vos libertará, algum cristão diria isso. Eu digo, sejam vocês mesmos e obterão paz, dele nascerá o verbo por excelência, o amor e estes libertarão a todos que o circunda. 

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