segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Projeto para uma biografia de vida, a sintese do biopsiossocioespiritual

No texto anterior falei do discurso materno que nos é imposto sócio antropologicamente; inconscientemente somos levados a perceber, sentir e expressam corporalmente como determinados por verdades que aprendemos com nossos pais, que não sabem, ao certo, o que resultará disso.
Assim somos levados por desejos, quase sempre inconscientes, o que explica não necessariamente sabermos a origem.
Exemplos disso, os mais básicos são a necessidade de preservação e pertencimento: Deixando as tribos e formamos famílias e sociedades. Mas, não é explicado que somos, subjetivamente, diferentes e por não suportarmos tal verdade, negamos veementemente, porém, agrupamo-nos para usarmos uns aos outros, por interesses (desejos íntimos) e para se proteger de nós mesmos (segurança).
Temos que estar próximos aos únicos que podem nos fazer mal, ou seja, para mantermos o inimigo cativo a nosso desejo, assim nos dá sensação de paz e segurança. Baseio-me nos argumentos quantitativos das provas científicas da violência doméstica, fruto das relações desiguais de poder.
Agimos assim a fim de não sofrermos com as somatizações. Em tais dores temos evidencias que o corpo não suporta mais as violências, potencializadas quando psicologicamente, através do medo, intimidação, tortura, etc.
Mas só podemos sarar, a alma, refletindo quanto as regras doentias da sociedade, como as vítimas das violências do machismo, um ciclo doentio e mortífero de lidar com a vida.
No machismo, os próprios agressores também são os que morrem jovens; são viciados a tantas formas de suicídio silencioso; precisam curar suas próprias feridas. Traços de relação sádicos masoquista que estão e prendem suas vítimas.
Portanto, apenas trazendo do inconsciente o que nos faz sofrer escravos do desejo de preencher um vazio, é o único caminho para nos libertamos das sociais prisões de almas e manipuladoras de corpos: Regras ensinadas aos pais dos nossos pais que reproduzimos sem perceber. Então ir além do teatro e personagens que nos ensinaram do desejo inconsciente de nossos pais.
Todos queremos o melhor para os filhos, nisso determinamos meios para eles serem bem-sucedidos: Como psicólogo, se eu não tiver prazer em combater dores, não acolherei bem, assim, dos poucos pacientes, a minoria estaria estimulada a pagar meus serviços, então seria infeliz e mal pago. Dificilmente, meus pais saberiam do meu desejo biopsicossocioespiritual?
Sobretudo, se somos o que viermos a ser, para onde o espiritual nos levar, além dos nossos limites vencendo nossos desejos, precisamos, então, não projetar nosso inconsciente na vida dos filhos gerando frustrações mutuamente.
Considerando não haver culpados na dinâmica dos desejos inconscientes por serem infinitos; eles se escondem nas regras para se realizarem; nasceram na infância e para crescermos são negados, queremos reafirmá-los sobre a vida dos filhos.
Porém, eles nunca poderão realizar nossos desejos, então nosso desamparo é ao menos duplo: desejo novamente frustrado; e medo que os filhos sejam tidos como incapazes, mas, talvez sejam, esses sentimentos, a única culpa nossa.
Sobre isso precisamos refletir para quem deseja escrever sua biografia: existem um discurso antropológico que determina-nos culpas, sobretudo, as mães, e nosso desejo nos escraviza por não os termos  realizado.



quinta-feira, 27 de agosto de 2015

A mãe que se liberta do autismo.


Suponho está caminhando com vocês a uma possível liberdade para pais e filhos, assim em Laura Gutman em O Poder do Discurso Materno entendo o discurso que  não é de alguém específico, ao menos conscientemente – pois, ele é a prisão do papel social que escraviza“a conduta humana – é a submissão infantil na qual permanecemos, em consequência do poder do discurso materno”.
Poderás perguntar como atinge aos genitores de autistas, alguns inconscientes adoecidos não enxergam o filho e, sim o Transtorno (TEA) e como muitos deles serão dependentes até seus últimos dias, estes pais esquecem que não são eternos para sempre os protegerem.
Mas não podemos equivocadamente apontar erros, pelo contrário, sabemos que as mulheres são as vítimas da odiosa ideologia que aprisiona a todos inclusive os algozes, os homens machistas que são os que mais morrem vítimas de sua própria ignorância:
“Todos nós – nascidos em uma sociedade patriarcal na qual o cuidado e o amor realmente não têm espaço – vivemos infâncias desprotegidas, submetidos a ordens repressivas burras, e dependentes de mães por sua vez submetidas a seus próprios medos e rigidezes afetivas. Assim crescemos: muito necessitados de cuidados. Então, quando viramos adultos e temos problemas, da ordem que sejam, pretendemos que alguém os resolva para nós (como esperam as crianças em relação aos adultos). Por isso somos tão viciados em soluções mágicas”
Temos que nos libertar dos ciclos das diversas faces da violência, pois sabendo que os lares são lugares vis e perigosos e quase sempre culpamos as mulheres “maioria dos casos nos referimos à mamãe. Então continuaremos alinhando nossas ideias e nossos preconceitos em relação direta com o ponto de vista de nossa mãe.” Mas, esse discurso covarde, serve apenas para mascarar nossa necessidade de aceitar a mútua dependência que temos com todo parente.
O autista é para mim o maior indicador disso, como um Transtorno nos faz confrontar com nossa mediocridade. Penso que o atípico não encontra em nossa sociedade estímulo para acatar os nossos discursos limitados, são tão evoluídos que preferem suas percepções a todas nossas mentiras construídas para nos escravizar mutualmente.
“Dissemos que a consciência só recorda o que é nomeado. Isso significa que, se nos acontece algo que ninguém nomeia, não recordaremos (…)Portanto, até mesmo se nos aconteceu algo bem concreto, doloroso, sofrido, triste ou ofensivo, a consciência não lembrará. Porque não houve palavras. (...). Podemos ter vivido algo e não lembrar. E, ao contrário, podemos não ter vivido algo e, no entanto, se foi nomeado por alguém importante durante nossa infância, lembrar disso como se fosse uma verdade inquestionável. ”
Então concluo, dizendo que a mãe para não aprisionar o filho a seus medos de sermos faltantes, precisa aceitar suas verdades doloridas. Enfim, sair da sua própria prisão por excelência, aquela da mentira que alimenta toda a forma de relação desigual de poder, como a de gênero onde erradamente aprendemos que nossos filhos, mesmos os autistas são dependentes.
Texto base: Gutman, Laura - O poder do discurso materno: introdução à metodologia de construção da biografia humana / Laura Gutman; tradução Lizandra Magon de Almeida – 1. ed. – São Paulo : Ágora, 2013.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Descartes decapitado: As mentiras sociais impregnadas em nossos corpos!

Através do filósofo Descartes, os pensadores levaram a sociedade a separar o corpo da nossa porção libertária, o cérebro. Talvez por isso, até hoje, poucos alcançam a inteligência emocional. Mas somos mais que biológico, somos biopsicossocioespiritual, que até aqui dividimos pedagogicamente, em biológico/psíquico/social e espiritual, para melhor refletirmos.
Dissemos anteriormente que a mentira social da racionalidade mergulha a sociedade em disfarçadas negações da realidade, fazendo-nos “ensimesmados”, dessa forma, mesmo acompanhados sentimo-nos sós; sem nada a partilhar, decaídos: Na pós modernidade a sociedade em breve chegará a um quarto da população avassalada pelo vazio crônico do mal do século.
Os 50% restante da população, devido à racionalidade capitalista vivem com o mínimo de prazer e viciados, são massa de manobra para a manutenção do consumismo predatório: Um discurso marxista diante dessa sociedade adoentada vivendo como se a renda fosse os libertar. Assim alimentarmos ora o corpo, ora o cérebro, buscará prazer sem levar em contas os impactos emocionais, sociais e espirituais.
É a maturidade da inteligência emocional precarizada, chegando até a alma, nos afastando de nossa dimensão divina, tanto que tememos a morte e, assim desejamos nos eternizar nas vidas dos nossos dependentes, onde confundimos amor com sexo; liberdade com dependência; e proteção ao filho - comum ou autista - ao nosso desejo.
Serei mais explícito: As pesquisas dizem que no lar pratica-se progressiva agressividade. No pós-modernismo, a violência é maior ameaça com crimes de proximidades, onde CVLI- Crime Violento Letal Intencional praticada nas relações de confiança, frutos da desigualdade de poder.
Todavia, a violência silenciosa é a mais perversa, porque não atentamos a ela, pois se relaciona com nossos medos e frustrações. Muitos pais não percebem tal violência confundindo ela com certa necessidade de proteção, que, se em nome de segurança praticamos atos vis quando não percebemos o ser integralmente (biopsicossocioespirtual), inevitavelmente, violentam os seus dependentes.
Pois, se não somos todos passionais, fazem-nos crianças birrentas frustradas por não vermos humor na vida?
Digo isso porque o mundo tira-nos da alegria infantil; adoecem a adolescência levando-nos a perceber nas fraquezas de nossos pais meios de negá-los como pessoas em evolução; desenvolvemos inconscientemente as mesmas falhas dos adultos ao viver para trabalhar, e crescemos vendemo-nos como mão de obra boa e barata; chegando assim, na fase adulta uns para continuarem no seu humilde desenvolvimento sem medo disso, outros mentindo para si em estereotipias, como o machismo, onde muitos morrem cedo, ou se viciam no trabalho ou a outras drogas; e quando chegam à fase idosa, poucos serão sábios, os demais temem a velhice, pois morreram e não sabem.
Nesse processo biológico, nos autistas provocamos sofrimentos quando os ensinamos nossas perdas e medos. Assim ocorrem violências silenciosas que precisam ser trabalhados pelos filhos, pais, cuidadores e profissionais. Pois, os autistas expressam (bio)comportamentalmente a violência internalizada, entretanto, não entendemos seus clamores, mas eles precisam extravasar sentimentos, todavia, o ideal é ajudá-los a nomear tais sofrimentos, para isso não crerem ser regra na relação social e se excluir ainda mais a relacionar com o mundo.
Portanto, no biológico eles expressam vivências em códigos a serem estudados no universo particular de cada corpo como linguagem: O comportamento no social, são almas unindo-se espiritualmente, exibindo afetos apreendidos e a serem compreendidos pelo o mundo, a começar na família.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Quem acusa Freud de culpar aos pais, o traduz erradamente: Do Biopsicossocioespiritual, o Psíquico!

Se no biológico, expressamos no corpo, somaticamente, nosso sofrer devido à falta de amor a diversidade que o autista representa, por exemplo; isso devido ao social, onde aprendemos a negar a verdade que somos todos atípicos, e com essa negação, de tanto sofrer adoecermos e sem querer, contaminamos o filho psicologicamente, e, assim a espiritualidade, que nos integra conosco e com o mundo, também adoece.
Neste contexto  biopsicossocioespiritual, o nosso psíquico une-nos recursos internos afim de não sofremos com as regras onipresentes, onipotentes e oniscientes do social. Mas o autista para não adoecer, com a todo o universo, comunica-se intensamente.
Este psíquico (alma) tem por maior responsabilidade mostrar do que precisamos para evoluir, para além do que o social nos faz medíocres. É na alma que espiritualmente unimo-nos à humanidade para além das mazelas biopsicossociais, estas existem, porque na sociedade determinam nossos desejos e se não tomarmos conta de nosso destino continuaremos sofrendo.
Porém, das mazelas vividas as jogamos ao inconsciente, temos nelas nosso melhor para evoluirmos, porém, a sociedade mente dizendo o contrário. Fazemos isso aos autistas por imaturidade. Ao recusarmos peculiar condição dele, o condenamos ao adoecimento, quando, por exemplo, o sufocamos com tantas intervenções, sentindo a invasão, eles ficam mais“em(si)mesmado”.E como o social nega às diversidades e as diferenças ficamos presos a nossas fraquezas e delas não conseguimos evoluir por não as conhecer.
Platão, psicologicamente, no Mito da Caverna, ensina-me a existência da mentira do ideal, onde poucos saem da caverna do desconhecimento, a maioria fica escrava do desejo que o filho fosse ideal “normal” e esquecem que no real, ninguém de perto é normal e, assim não transformam conhecimento em liberdade.
E por isso, a maioria das pessoas escraviza o filho, crentes que ao sair da caverna a luz (conhecimento) ferirá sua visão e do filho, pois sentem-o impotente, como tratam todos os autistas. Parece que precisam deles infantilizados, parecendo usá-los como razão para viverem sonhos perdidos. Ambos, escravos do autismo.
Até quando haverá a necessidade de fuga do princípio da realidade e ser consumado pelo princípio do prazer, a caminho à morte viva?
A realidade é que nós nos negamos em nome de um ideal de nossos pais, do desejo destes. Aqueles que achamos e, erroneamente, culpamos-os buscando a quem responsabilizar por nossa sobrevida: Deus, Estado, família, pais e etc. Fugas   que impedem nossa liberdade de sermos mais que o desejo de nossos pais.
Tem que ter, portanto, uma necessidade de parricídio psicológico para desenhar nossa biografia. Um desatar da relação que impede ir além do crescer para desenvolver-nos. Precisamos cortar o cordão umbilical dos nossos pais que, também, projetamos carências em nossos filhos. Mas a natureza psicológica tende ao equilíbrio, que nos leva ao social livre do medo limitador de nossa evolução. Ou seja, fortalecer nossa inteligência emocional para sairmos dos desejos dos nossos pais a nossa essência íntima, a ser, por cada um, descoberta.  E assim, evoluir com os autistas.
Repito, eles sabem disso e vivem intensamente, apenas não entendemos a linguagem deles e projetamos inconscientemente neles nossos medos, não há culpas, portanto, a mudanças a ser atuadas.



domingo, 23 de agosto de 2015

LILIANNE e Sua Amiga da Sabedoria!


A descoberta do autismo para nós, diferente de muitos pais, veio como um alívio. Desde um ano de idade percebemos algumas diferenças entre o desenvolvimento de Sofia e outras crianças.
Nossa filha, que seu nome significa “amiga da sabedoria”, apresentava crises, onde chegava a se machucar e isso era muito angustiante para nós, além do sono agitado e inconstante... De acordo com a pediatra o motivo para esse comportamento seria o fato dela conviver em um ambiente com mais adultos e ser criada com a avó (detalhe pois moramos todos juntos), em determinada ocasião recomendou que a solução seria que nós nos mudássemos.
Com o passar do tempo Sofia não olhava nos nossos olhos, não pedia as coisas nem perguntava, se desejava algo ela mesmo ia e pegava ou pegava nossa mão e levava para onde queria...  Aliás, perguntava apenas o que já sabia...
Foi momento em que foi sugerido colocá-la na escola em tempo integral...Aí a coisa piorou, não sentia interesse em brincar com outras crianças, preferia a interação com adultos e entrava em crise cada vez que na hora do almoço era obrigada a dormir...Dormir nunca foi um forte dela, 5minutos de olhos fechados era o suficiente para recarregar toda aquela energia... Os anos passando e nada mudava, as crises passavam a aumentar inclusive se machucava e nos machucava, gerando momentos angustiantes para nós...
Apesar do amor pelos desenhos (DVD)  os quais sabia todas as frases e repetia com tanta propriedade (ecolalia) não suportava ir ao teatro por causa do barulho e multidão, era crise na certa. Sair com ela não estava sendo fácil pois não sabíamos o que fazer nem entender o motivo daquele comportamento...
Aí fomos indicados a profissionais especialistas, uma Neuropediatra que, apenas olhou  pra ela e, disse que ela não tinha nada e era comportamental ,encaminhando  para uma outra médica especialista em desenvolvimento infantil que deu a mesma informação enfatizando a criação. Nesse momento não sabíamos o que fazer a culpa daquele comportamento era NOSSA e nada que fizéssemos mudava a situação. Passamos então a acreditar nas MÉDICAS e a achar que a culpa era nossa, ou seja, má criação e começamos a enfrentar, obrigar olhar nos olhos, castigo quando crise etc...Mas, mais uma vez nada deu certo, estávamos sem saber o que fazer, éramos pais terríveis então... Até que um dia indicaram o CAPS infantil ( Centro de Atenção Psicossocial  Infantil) de minha cidade e a levamos até lá...
Inicialmente passamos por uma triagem que marcou para a avaliação multiprofissional (interdisciplinar). Geralmente só precisava de um encontro, mas com Sofia foi diferente, ela se comunicava razoavelmente bem, não apresentou crise no primeiro e olhava nos olhos entre outros requisitos...Até que na última avaliação ela entrou em crise e iniciamos o acompanhamento.
Lá no CAPS i ela não aceitou de início participar das atividades, não entrava para a oficina porque não aceitava ficar sozinha sem nós, nem com a crianças então eu (mãe) ficava fora empurrando ela num pneu (era o único atrativo que tinha do lado de fora), mas não desistimos...Passava  40 minutos com ela lá para que ela entendesse que era hora da terapia, e assim foram 2 meses até que um dia ela entrou... Passamos 1 ano fazendo acompanhamento sem diagnóstico, todavia, estimulando de todas as maneiras possíveis sempre recomendado pela psiquiatra q a acompanha até hoje, após um ano ela fechou o diagnóstico em TEA, mas para nós não importou o diagnóstico e, sim toda a orientação que tivemos e até hoje temos para ajudar nossa filha. Hoje não estamos mais no escuro e isso nos alegra muito, Sofia estuda em escola regular, faz natação, participa de competições, vai ao shopping, teatro e cinema, leva uma vida normal, às vezes com recaídas, mas faz parte. Claro que como todos os pais temos um tempo de questionamentos, de como será o futuro, mas logo lembramos cada coisa a seu tempo.


Lilianne Monteiro 31 anos e Hugo Santos 33 anos.

sábado, 22 de agosto de 2015

História de vida de um Vitorioso!



Meu nome é Juliana, tenho 34 anos e sou Pedagoga e especialista em Psicopedagogia.Tenho um filho de sete anos, o seu nome significa Vitorioso!
A gestação desde o início mostrou características atípicas a uma gravidez normal; ameaça de aborto, em seguida parto prematuro e placentite aguda aos 6 meses.
Vitorioso nasceu aos 8 meses, com baixo peso, mas com  todas as funções vitais completamente normais; não sendo necessário a ida à UTI.
Seu desenvolvimento ocorreu de forma natural e absolutamente sem intercorrências. A não ser pelo fato de ele ser uma criança altamente birrenta.
Porém como toda mãe, achei que fosse uma questão de personalidade forte!
E assim nossa vida foi seguindo normalmente, até que aos 2 anos comecei a perceber comportamentos fora dos padrões comuns de uma criança. Ou seja, aos dois anos meu filho não falava absolutamente nada! Nem sequer um simples “mamã”!
Fazendo um comparativo com as crianças nas quais eu convivia na escola, percebi que algo estava errado. E deixei de lado meu olhar mãe para dar lugar ao olhar Pedagoga.  E nesse contexto percebi um olhar distante, birras e alguns movimentos que se repetiam sempre, principalmente em momentos de ansiedade, e mais pra frente descobri que eram os chamados movimentos estereotipados.
Com o sexto sentido avisando que algo não estava funcionando bem procurei uma Fonoaudióloga que fez uma avaliação e me sugeriu pesquisar sobre Autismo.
Oi? Au o que? Essa foi minha reação!
Bom, de fato pesquisei e saí lendo e conversando com todas as pessoas da área. E em cada conversa eu recebia um diagnóstico. TGD( Transtorno Global do Desenvolvimento) , TEA ( Transtorno do Espectro Autista), ASPERGER... Enfim, muitos doutores para muitas dúvidas!
Fomos fazer o correto então, procurar uma NEUROPEDIATRA, que de início deu seu diagnóstico: NADA!  Meu filho não tinha NADA!
Inconformados iniciamos uma verdadeira batalha em busca de uma resposta. E essa resposta demorou muitos anos para chegar.
Mas, chegou e junto com ele,  meu marido e eu vivenciamos o momento de luto, aquele momento em que você mata as expectativas criadas naquele bebê perfeito, o tal sonhado bebê “Johnson”. Quando você recebe uma notícia como esta é como se aquele bebezinho que você idealizou tivesse morrido. É um luto muito sofrido. A aceitação é muito difícil.
Nenhuma mãe, no mundo, engravida pensando em ter um filho especial. Essa possibilidade nunca é cogitada, na maioria dos casos. Mas você tem, aí, um novo bebezinho, meio desconhecido, é verdade. Mas que também vai te dar muitas alegrias
É importante enfatizar que toda mãe deve sim viver esse momento de luto, porque é a partir deste momento de negação, dor e perda que nasce a vontade de ajudar, de abraçar seu novo filho e encaminhar para uma vida normal.
Mas, voltando ao termo AUTISMO, muitas questões se falam a respeito e o mais simplificado é que autismo é um transtorno global do desenvolvimento que afeta a parte da comunicação, da socialização e do comportamento da criança e ponto!  Sem mais. E diante desta tríade nós pais devemos procurar entender e montar uma equipe que se encaixa melhor na necessidade da criança, pois as crianças não são iguais e cada uma tem uma necessidade diferente de profissionais.
Ante ao fato deve-se levar em consideração que se seu filho tem TEA, ele tem um transtorno e não uma doença! Que sim, ele pode precisar de medicação, mas continua a ser uma criança normal que traz consigo um transtorno que irá acompanhá-lo para o resto de sua vida, mas que sendo bem assistido tem total condição de seguir o ritmo normal da vida.
Em todos esses anos de busca passamos por várias terapias, vários profissionais que contribuíram para seu crescimento intelectual, porém como toda terapia, o prazo de validade se expirava e tínhamos sempre que recomeçar. E iniciar outra terapia e buscar outro profissional que estivesse mais especializado e tivesse uma abordagem melhor.
Hoje meu filho é um menino altamente socializado no meio em que vive independente carinhoso e convive normalmente como uma criança comum.
Possui sim dificuldades nas quais busco todos os dias contribuir para que ele supere todas as barreiras impostas.
Acredito fielmente que nada é por acaso e Vitorioso veio a este mundo para contribuir com sua enorme capacidade de mostrar as pessoas que somos fruto daquilo que acreditamos daquilo que fazemos e daquilo que aprendemos.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Psicodrama: Moreno, ajuda a mostrar como no social aprendemos a mentir. Do biopsicossocioespiritual, a dimensão mentirosa

Dando continuidade ao biopsicossocioespiritual, chegamos ao social onde somos menos verdadeiros, e temos que deixar a mentira para evoluir. No psiquiatra norte americano J. L. Moreno, os papéis sociais, como o do pai, mãe e filho faz-nos refletir como lidar com o autismo de maneira mais verdadeira.
Moreno, em sua Psicodrama, diz “o desempenho dos papéis é anterior ao surgimento do eu. Os papéis não emergem do eu; é o eu quem, todavia emerge dos papéis”. Fica, assim, nítida a imposição social dos genitores, determinando seus sonhos sobre a vida psicossocial do filho.
No caso do autista também é assim, mesmo que os comportamentos atípicos expressem liberdade, e quando diagnosticado temos de estar atento na sociedade para não o colocar como doente através de nosso sonho frustrado e em desespero deseja-se cura.
Mas, imaginemos a agressividade e adoecedor tantas especialidades, quase todos, tratando os autistas como cobaias.
Todavia devemos barrar esse adoecer, senão, não se percebe que devemos ir ao mundo do autista sem o rotular e dar a ele apenas o papel de filho como qualquer outro, ou então, impomos ao filho nosso desespero e sofrimento. Essa nossa dor , não só remonta nossos sonhos frustrados com o autismo, mas também, os pais revivem suas faltas de quando filhos.
Ainda segundo Moreno, “Antes e imediatamente após o nascimento, o bebê vive num universo indiferenciado (...) a matriz da identidade (...) lócus donde surgem, os papeis”. Papéis dados pelos pais, imersos em sonhos compensadores de suas faltas revividas diante do autismo, que diante dele não conseguimos deixar de ter sentimentos complexos e, nessa confusão somos levados a sentimentos que não sabemos nomear.
Geralmente essa falta de nome deriva de dúvidas de medo, culpa raiva, impotência etc. e assim podemos perceber o autismo, no plano social, como doença. Mas, sabe-se que todo  filho é o ponto fraco dos pais, pois denunciam as mazelas intimas do casal.
Assim, temos que ver o nome que damos ao “autismo”, que como qualquer outra realidade psicossocial, temos os dilemas para desenvolver nossas potencialidades em viver amando o que estamos sendo, uns autistas, outros esquizofrênicos, usuários de drogas, violentos, ou depressivos(...), enfim todos temos os dilemas a evoluir, pois tudo são possibilidades de exercitar nossa vitalidade. Temos que lembrar dos nossos limites, que precisamos um do outro amparados e amados.
Para concluir o social, temos que nomear o autismo, pois os pais desejam se eternizarem nos filhos. Então, é indispensável que atentemos para não os colocar no lugar de nosso sofrimento, este que se alimenta dos preconceitos e discriminações sociais. Sobretudo, porque se eles inconscientemente, lembram nossos limites, devíamos  agradecê-los, pois sempre temos a evoluir.


Se evolui percebendo como ele está sendo, no mundo dele, assim ele pode aceitar o nosso. Assim, temos que nos apresentar sem nossos limites, porque o autista vive verdadeiramente, mas o social não está preparado para a verdade, dela os pais têm quer serem mensageiros, ela expressa o amor incondicional à diversidade humana.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

O Espiritual, a dimensão agregadora e inclusiva do biopsicossocioespiritual

Continuando a refletir, cito agora as demandas das dimensões do biopsicossocioespiritual, partirei da mais agregadora e fomentadora do ser humano à pureza autista, um exemplo da evolução da condição humana.
A fim de contribuir para essa percepção e vivência, que é mais coerente com nossa rica estrutura, o espiritual sinaliza nossa evolução ou inércia ou degradação. A condição humana é sentida em essência no espiritual, sem ele imaginemos um desalmado, socialmente agressivo e biologicamente violento, nele o espirito não exala paz; a alma não ama nada além do seu desejo, relaciona-se com pessoas e o meio socioambiental como objetos para o seu gozo através do corpo, o qual é uma arma.
Porém, para a maioria as demandas reprimidas no inconsciente. Nasceram das frustrações na relação junto a pessoas significativas, o que doe jogamos fora da consciência. Como diante do inevitável, como a morte, voltamos ao sofrimento originário, nisso alguns dizem que somos condenados por algum determinismo sobrenatural: Azar, carma, condenação, etc.
O que pesa, neste contexto, é a dor se eternizando. Assim, o que chamamos de destino é tirado de nosso livre arbítrio.  Lembro-vos que geralmente dizemos: No final seremos felizes, sinalizando que era necessário adiar o prazer, mas o fim está a morte.
Por isso, hoje não se adia o prazer, que é buscada intensamente, loucura na pós modernidade. Até a racionalidade ante certos fenômenos da natureza fica atordoada diante tamanha inverdade criada pela satisfação imediata.
Entretanto, se há a necessidade de mentiras quanto as divindades, difere de quem cultiva o espiritual que colhe sapiência e a evolução. Pois a espiritualidade promove destinos para além do inevitável e imponderável.
Para mim, o desenvolvimento da espiritualidade é o processo responsável pelo bem-estar evolutivo da de nossa condição de vida de se internalizar: Nada somos sem amar-nos, através da interação amável, trocando virtudes.
Exemplo de fruto da espiritualidade o amor, do qual os mais racionais cegam-se passionalmente. Outro exemplo é finitude, a qual a ciência explica, porém, o fatalismo nunca, ninguém poderá dizer quando morrerá.
Então porque não crer e promover evolução através da espiritualidade, como o autista é exemplo de pureza espiritual, portanto, tem mais virtudes psíquicas que nós, socialmente sofre menos que nós e, biologicamente precisamos estudar mais, porém, só a tolerância a dor pode ser sinal evolutivo.
No espiritual evidenciamos nossa onipresença, onisciência e onipotência, como o cristão no livre arbítrio desenha determina-se bom ou mal sem saber o amanhã, o autista, age intensamente, pois sente que tudo converge ao bem. Ele sabe que natureza é equilíbrio, por isso ele se deleita em interagir intensamente com ela. Nada há mais espiritual que a natureza que expressa a humildade através da incompletude e co-dependência e, o autista sabe disso, então se comunica intensamente através de sua pureza. E assim é livre psiquicamente e socialmente temos que viver e, favorecer sem subestimar suas virtudes aprendendo sua comunicação saberemos destes valores e saberemos que nós é que somos por eles acolhidos.


quarta-feira, 19 de agosto de 2015

35 anos de acolhimento do Autismo: CPPL diz que o tratamento é peculiar a demanda de cada pessoa autista.


Neste vídeo, fruto de nova entrevista concebida ao Olhar Azul, o Historiador, Psicólogo e colaborador do CPPL- Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem, Miguel Pinheiro Gomes, aponta a forma de intervenção junto às pessoas autistas, serviço prestado a cerca de 35 anos pela instituição de formação e consultoria.
O colaborador afirmou que a pessoa autista tem uma forma particular de se relacionar com o mundo. E  diante a forma individual, contexto e realidade de cada pessoa autista, indicam que se deve ter um protocolo de acolhimento particular, pensando junto à pessoa e sua família, para desenvolver o tratamento.
O Psicólogo reafirmou o respeito a todas as abordagens de acolhimento ao Transtorno de Espectro Autista - TEA, mas foi enfático que a psicanálise possui diretrizes pensadas junto a cada família e criança e, trabalha a favor da não culpabilidade  que sofrem a maioria dos pais quanto ao TEA , sobretudo porque o autismo está para além do desejo dos desejos conscientes e inconscientes dos responsáveis das crianças, pois, mesmo tendo bases genéticas e comportamentais, não se sabe, ainda, qual é o fator exato.que favorece o fenômeno, que chamo de biopsicossocioespiritual.
( Texto adaptado pelo administrador, a partir da fala do Sr. Miguel Pinheiro Gomes)

terça-feira, 18 de agosto de 2015

O CPPL com 35 anos de atendimentos a autistas, através da psicanálise, lança o curso"Autismo: Diagnóstico e Tratamento".




Hoje, 17/08/15, o Blogger Um Olhar Azul foi conferir que o Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem - CPPL, em Recife, realizará nos dia 25 e 26/09/15 curso sobre o Transtorno do Espectro Autista - TEA.
O Um Olhar Azul entrevistou, o Historiador e Psicólogo Miguel Pinheiro Gomes sobre o curso "Autismo: Diagnóstico e Tratamento" onde a instituição de pesquisa e consultoria pretende apresentar a forma de intervenção ao TEA que vem desenvolvendo a cerca de 35 anos.
Na ocasião o historiador e Psicólogo além de anunciar o evento e citou que a pessoa autista tem capacidade de entendimento e de desenvolver habilidades e, portanto, não estão condenada pelo diagnóstico.


Quem desejar maiores informações acessem www.cppl.com.br, ou ainda no telefone  (81) 3423 5751.
E ainda, quem desejar ver o trabalho do blogger, que se presa a sensibilizar a sociedade para uma visão mais inclusiva às pessoas autistas,acessem o blogger e deixem suas percepções e questionamentos:
www.umolharazuldacordomar,blogspot.com






sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Somos Todos Atípicos


Todos somos atípicos, de perto ninguém é normal, já dizia o senso comum, ninguém é tão programado para agradar a todos ou para se submeter as desmandos dessa sociedade doentia que nos quer condicionar a regras que eles mesmos sabem que são falhas.

Na realidade somos todos esquisitos e muitas vezes diante da solidão mentimos um para os outros para suportar a presença de quem não amamos e pedimos fica, para que não enlouqueçamos devido um medo que sabemos que não é nosso, foi-nos ensinado pelos nossos pais ou por aqueles que achamos que deviam nos amparar, mas falharam, sempre falham. E se assim continuarmos falharemos mais e mais.

O engraçado é que somos sós, mentimos para os outros para ficarem conosco e pior fazemos que creiam que isso é verdadeiro. Então é cômico-trágico, pois cedo ou tarde a máscara desse teatro cai e não amaremos nunca assim.

Somos todos atípicos e tememos que vejam essas tão evidentes diferenças e achamos que não seremos amados por sermos assim. Mas quem ama o que você faz, ou o que você dar ou aparenta  ser, apenas usa sua utilidade, doação ou imagem, ama a um destes, mas a você não sei.

Então se ame, se aceite e não cresça, pois isso mata sua criança; evolua aceitando as diferenças do mundo; aceite as nossas faltas e as corrija. Observe o “nosso vir a ser”, estamos em processo, e ai poderemos aceitar - a partir das nossas estereotipias manipuladas para serem supostamente aceitas, causando doenças em nós e no mundo - respeitar as diferenças e muito mais, seremos um mundo de seres diferentes fazendo o mais belo, vivendo livres das mentiras que somos iguais. Somos de direitos iguais mas, esquisitos não idênticos, todavia, não de doentes. Somos seres desejantes temos apenas que unir estes desejos e não os manipular e os limitar.

Não essa modelagem que ai está condicionando desejos, matando sonhos, detonando inovações. Eu sou autista e dai? Cada um com seus limites se ajudando e deles evoluindo para uma sociedade realmente inclusiva.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Biopsicossocioespiritual, que significa essa neologismo?


Há uma teoria chamada Gestalt. Dela vejo-nos em um sistema dialético dinâmico em  fechamentos. Explico, uma Gestalt aberta são elementos, como em quebra cabeça à espera da peça elucidante. 

Como sou tendencioso a marxismo, uso da dialética, onde uma tese dinamicamente se relaciona com a antítese para surgir uma síntese perenemente.

Então essa dinâmica faz de diversas Gestalt nossas relações com tudo e todos. Todavia, basilar para meu neologismo, biopsicossocioespiritual: na qual a psicanálise é indispensável. Sei que os céticos dirão que loucura juntar teses provavelmente incompatíveis, porém não esqueçamos da dialética, pela qual uno a Gestalt à psicanálise.

Enfim, depois dessa introdução poderemos aprofundar sobre essas quatro dimensões do biopsicossocioespiritual. Mas nunca esquecendo que ela é uma e que tudo conspira para o que estamos, pois nada somos. Estas verdades são basilares.

Os nossos pais desenham vida, mas para nós, ela só começa quando nos rebelamos com nossos desejos. Então, se formos sábios, perceberemos que nada somos e sim estamos em desenvolvimento.

Isto é salutar na minha percepção da dimensão biopsicossocioespiritual. Pois para a entender e dela aprender a evoluir em nossa condição humana, as quatro variáveis dialetizam entre si para surgir novas Gestalt. 

Se não favorecermos esta dialética, jogaremos seus resíduos no inconsciente onde restam as frustrações que teimam em nos assaltar nas mais distintas situações no social. Sentiremos mal na alma e entristeceremos o espírito que vive e interage em nos.

Todavia, quando tomamos consciência de que não somos o que geralmente nossos pais gostaria que fossemos - na forma deles se eternizarem - descobrirmos que estamos em desenvolvimento perene, assim começa a jornada evolutiva, de uma minoria e a morte da maioria, lamentavelmente, pois muitos morrem e não se libertaram.

Entretanto, no caso do autista, ele já nasce em liberdade, eles não são os filhos que queremos. Mas se aprendemos que eles não são nossa propriedade porque nascem com seus mundos desenhados e não por nossos projetos. Na realidade, o nosso mundo é biopsicossocioespiritualmente e é por eles vivido integral e intensamente e como nós vivemos dispersos atados a eles não os entendemos.

Então é tempo de nós deixarmos de chamá-los de nossos e, apenas denominá-los filhos. Pois o atípico denuncia a virtude nossa, não só nos lembra que o diferente é nossa maior virtude - sobretudo porque essa é a nossa porta de liberdade que não enxergamos desde nossa puberdade - e sim precisamos evoluir a viver como eles, biopsicossocioespiritualmente.




quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Tutelar jamais, temos que libertar cada autista dos limites, nossos: introdução ao biopsicossocioespiritual

Enfim, termino a fase temática da dor dos pais, dizendo: Deixemos de fazer os  filhos sofrerem. Pois, punimo-nos ao negar o prazer dos filhos de serem como estão evoluindo. Aproveitemos para   revivermos nossa criança interior e perdoar-nos as mágoas íntimas e, com isso seguirmos a diante porque nós não precisamos nos relacionar com o mundo mediados pelo sofrimento.
 Percebo os pais fundindo suas vidas as de seus descendentes através de sua dor e seus medos. Mas quando, os filhos caminham por onde os adultos julgam errado, nem sempre permitimos que conheçam seus limites e logo vemos as situações e contextos deles como  um  carma, ou uma missão, estágio evolutivo etc. 
Mas no social, quando somos nós mesmos no relacionamento com o outro, pela sociabilidade, nos castramos, mesmo involuntariamente, para educar a partir de nossa precária visão. Na realidade penalizamos, psicologicamente, a todos que amamos;  nisso o nosso biológico denuncia o erro do qual o corpo denota sofrer. Aprofundarei o tema ao falar logo mais no biospsicossocioespiritual do qual:
No espiritual é você e teu divino, não há como envolver o outro. Veja, amamos o outro apenas para termos paz. Cristo, por exemplo, no:  Amai o vosso inimigo,  isso mantém os rivais em paz conosco. Na visão cristã pecar é errar o alvo. Então, ao falhar e não se arrepender se perde a salvação, assim macula-se o espirito santo que usa seu corpo como templo e morada.
Da mesma forma, se você aceita seu filho autista para ter paz com a forma atípica dele interagir não acabará as estereotipias, apenas o amando  entenderas a utilidade das expressões e veras virtudes nelas e você não mais as limitará.
No plano social, os atípicos precisam de quem possam confiar e favoreçam o prazer das expressões incomuns,  as quais fluem de seus desejos, estes que traz alegria a alma através da satisfação corporal, carregadas de afeto. E se assim  é, não tiremos deles o que lhes trazem prazer, pois sabemos a realidade é a vida dura e seca.
Então, nosso dever é: Não deixar que eles percam a magia na vida, o prazer é a única fonte que os podem atrair a nossos afetos e não as técnicas psicológicas.
Enfim, o biopsicossocioespirutual é parte de cada um de nós,  e o autista vive-o intensamente e suas expressões denotam essa verdade. Mas, como somos levados a criar um mundo particular, fugindo da nossa realidade, complexa e diversa condição humana não queremos viver nosso limite íntimo e assim queremos fazer aos nossos pequenos, Não vivamos mais assim, despedaçados, e sim integrados a nossa real condição humana!




terça-feira, 11 de agosto de 2015

Dia de Mãe-pai é todo dia

Antes de ser psicólogo, fui filho de pai ausente e de mãe de dupla função até meus 8 anos. E, agora como filho órfão, sei o peso desta falta. Sobretudo, para nós homens que temos nele o referencial de ideal, mesmo que amanhã o pai nos frustre, sempre será nosso herói.
Assim foi com o meu, antes do seu falecimento tornou-se onipresente quando me pediu perdão por sua ausência, sarando o que doía. Tudo que aprendi desta falta, convergiu a ele como ideal. Sei que quando as mães atuam como pai, elas ficam mais fortes, todavia, sozinhas tendem a adoecer mais e nesse contexto, algumas se tornam invisíveis, nem o filho aparece apenas o autismo, como rótulo de dependência.
Precisa ela então do companheiro para perceber a mulher desejada e de desejo,  que ela pode ter esquecido que é devido a atenção redobrada com as questões dos filhos. Portanto, homens não sejam pais apenas nesta data alusiva, sejam mais que genitores sejam, parceiros que as amam. E se tens um autista perceba quanto ele pode ser seu espelho, ao passo que se deixa aprender com o filho a ser mais que pai, um amigo. O autismo é um comportamento tão sadio baseado na aceitação da condição humana que revela a importância do viver.
Foi assim comigo, os contextos sociais me ensinaram a duro preço, as aventuras perigosas que vivi sem a proteção paterna, por sua vez, os autistas dificilmente se contaminam a certos riscos que afeta até a família mais estruturada afetivamente. Sei que se eu continuasse a ter mãe com dupla função, provavelmente seria menos prejudicado, mas provavelmente comprometeria a qualidade de vida dela.
Todavia, mesmo nas famílias carentes dessa estrutura afetiva, para além de genitor, o pai é um referencial que, no caso do autista, é indispensável porque o Espectro acomete mais aos homens, então, a função paterna evidencia sua importância, pois ela representa o “não” que ensina a sociabilidade. Enquanto a mãe devido o que socialmente ainda é construído para a mulher é a subordinação às regras machistas por isso a maternidade nem sempre sabe usar a negação, chega a sufocar o autista com tanta atenção, então, limites são necessários, tanto ao filho, como a genitora.
Então, a genitora partilhando com pai, pode evidenciar virtudes e não limitar o filho. E os três poderão viver mais qualitativamente, porque o que pesa no autismo são as emoções não entendidas na expressão estereotipada,Enquanto a cuidadora não percebe os limites e tutelam demais o autista, o pai mais ausente pode levar a mãe a perceber o excesso.
Assim, os pais podem se valorizar, com sua presença forte e amorosa. E, portanto, perceberem a porções de carinho, emoção e amor que as estereotipias são carregadas, que não são direcionadas apenas aos pais e sim louvores a tudo que é atraente ao filho com Espectro, e é isso que temos que nós tornar a eles, nós homens, cativantes.
Entretanto, o autista é intenso para uma mãe vivenciar sozinha, mas as que são mãe e pai - são batalhadoras, vigilantes e fortes – e assim aprendem que do filho com TEA exala muita vitalidade e  por ele ser mais evoluído não usa nossa comunicação devido a nossa precária linguagem, frustram a quem não entende que existe tantas outras formas de se expressar, assim, aos mais carentes de meias verdades que se assustam de tamanha pureza.
Pois a mulher entende mais a linguagem afetiva, o homem a racional, o filho com Espectro Autista fala estas duas e tantas outras e, quando escolhe um alvo afetivo, convive profundamente com puro nas várias expressões. Portanto, eis oportunidade para o pai ir além de provedor, a possível evolução nessa convivência: pureza. 

sábado, 1 de agosto de 2015

Escola Brasileira de Psicanálise - Secção Recife ( Grupo de Estudos do Autismo)

Nesta sexta última( 24/07/15), o administrador do Blogger, esteve participando do grupo de estudos sobre autismo, naquela ocasião mediada pela Dra. Bibiana Poggi.
 Foi vista uma das contribuições de Freud ( caso Schreber)  onde pode-se refletir quanto a necessidade da falta para a formação do outro, isso na relação mãe e bebê. Essa falta, favorece a autonomia da criança que vivenciando a falta é levado a buscar meios de lutar pela sua sobrevivência.
Nisso foi também percebida a necessidade da frustração na formação do desejo. Neste sentido faz-se necessário que ele vivencie a falta para aprender a ser mais elaboração de um desejar mais autônomo.
E assim cabe aos pais apenas estarem alerta para as demandas dos infantes e evitando super protegê-los e satisfazê-los demasiadamente. Isto afim de que para a criança seja favorecida a possibilidade de buscar meios para se satisfazer.
Claro que isto é avaliado pelos pais a cada contexto de estágio do desenvolvimento da criança.
O que também cabe, de certo modo, na relação pais e os filhos autistas. Mas destes eles já desejam, crer-se que apenas alguns, a maioria, especula-se, que não sabem perceber os sinais nas expressões atípicas deles.
Enfim, é os pais que liberam os filhos para a vida e os filhos nos introduzem no amor. Temos apenas que adentrar no mundo deles, assim começar a entender sua linguagem corporal e afetiva e, portanto, nos liberam para viver também deixando eles viverem.

A MORTE PEDE CARONA: ADULTOCENTRISMO E INFANTICÍDIO, NÃO SÓ SOFRIDOS PELAS PESSOAS NO TRAÇO AUTÍSTICO

Repensando sobre tudo que contribuem para a despersonificação de cada ser, penso que a partir da impossibilidade de alguns entre os ad...