
Moreno, em sua Psicodrama, diz “o desempenho dos papéis é anterior ao surgimento
do eu. Os papéis não emergem do eu; é o eu
quem, todavia emerge dos papéis”. Fica,
assim, nítida a imposição social dos genitores, determinando seus sonhos sobre
a vida psicossocial do filho.
No caso do autista também é assim, mesmo
que os comportamentos atípicos expressem liberdade, e quando diagnosticado temos de estar atento na sociedade para
não o colocar como doente através de
nosso sonho frustrado e em desespero deseja-se cura.
Mas, imaginemos a agressividade e
adoecedor tantas especialidades, quase todos, tratando os autistas como
cobaias.
Todavia
devemos barrar esse adoecer, senão, não se percebe que devemos ir ao mundo do
autista sem o rotular e dar a ele apenas o papel de filho como qualquer outro,
ou então, impomos ao filho nosso desespero e sofrimento. Essa nossa dor , não
só remonta nossos sonhos frustrados com o autismo, mas também, os pais revivem
suas faltas de quando filhos.
Ainda segundo Moreno, “Antes e
imediatamente após o nascimento, o bebê vive num universo indiferenciado (...)
a matriz da identidade (...) lócus donde
surgem, os papeis”. Papéis dados pelos pais, imersos em sonhos compensadores de
suas faltas revividas diante do autismo, que diante dele não conseguimos deixar
de ter sentimentos complexos e, nessa confusão somos levados a sentimentos que
não sabemos nomear.
Geralmente essa falta de nome deriva
de dúvidas de medo, culpa raiva, impotência etc. e assim podemos perceber o
autismo, no plano social, como doença. Mas, sabe-se
que todo filho é o ponto fraco dos pais, pois denunciam as mazelas intimas
do casal.
Assim, temos que ver o nome que
damos ao “autismo”, que como qualquer outra realidade psicossocial, temos os dilemas
para desenvolver nossas potencialidades em viver amando o que estamos sendo,
uns autistas, outros esquizofrênicos, usuários de drogas, violentos, ou depressivos(...),
enfim todos temos os dilemas a evoluir, pois tudo são possibilidades de exercitar
nossa vitalidade. Temos que lembrar dos nossos limites, que precisamos um do
outro amparados e amados.
Para concluir o social, temos que
nomear o autismo, pois os pais desejam se eternizarem nos filhos. Então, é indispensável
que atentemos para não os colocar no lugar de nosso sofrimento, este que se
alimenta dos preconceitos e discriminações sociais. Sobretudo, porque se eles inconscientemente, lembram nossos limites, devíamos agradecê-los,
pois sempre temos a evoluir.
Se
evolui percebendo como ele está sendo, no mundo dele, assim ele pode
aceitar o nosso. Assim, temos que nos apresentar sem nossos limites, porque o
autista vive verdadeiramente, mas o social não está preparado para a verdade, dela
os pais têm quer serem mensageiros, ela expressa o amor incondicional à
diversidade humana.
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