
Dissemos anteriormente que a
mentira social da racionalidade mergulha a sociedade em disfarçadas negações da
realidade, fazendo-nos “ensimesmados”, dessa forma, mesmo
acompanhados sentimo-nos sós; sem nada a partilhar,
decaídos: Na pós modernidade a sociedade em breve chegará a um quarto da
população avassalada pelo vazio crônico do mal do século.
Os
50% restante da população, devido à
racionalidade capitalista vivem com o mínimo de prazer e viciados, são massa de
manobra para a manutenção do consumismo predatório: Um discurso marxista diante
dessa sociedade adoentada vivendo como se a renda fosse os libertar. Assim alimentarmos
ora o corpo, ora o cérebro, buscará prazer sem levar em contas os impactos
emocionais, sociais e espirituais.
É a maturidade da inteligência emocional
precarizada, chegando até a alma, nos afastando de nossa dimensão divina, tanto
que tememos a morte e, assim desejamos nos eternizar nas vidas dos nossos
dependentes, onde confundimos amor com sexo; liberdade com dependência; e
proteção ao filho - comum ou autista - ao nosso desejo.
Serei mais explícito: As
pesquisas dizem que no lar pratica-se progressiva
agressividade. No pós-modernismo, a violência é maior ameaça com crimes de
proximidades, onde CVLI- Crime Violento Letal Intencional praticada nas
relações de confiança, frutos da desigualdade de poder.
Todavia, a violência silenciosa é
a mais perversa, porque não atentamos a ela, pois se relaciona com nossos medos
e frustrações. Muitos pais não percebem tal
violência confundindo ela com certa
necessidade de proteção, que, se em nome de segurança praticamos atos vis quando não percebemos o ser integralmente
(biopsicossocioespirtual), inevitavelmente, violentam os seus dependentes.
Pois, se não somos todos
passionais, fazem-nos crianças birrentas frustradas por não vermos humor na
vida?
Digo isso porque o mundo tira-nos
da alegria infantil; adoecem a adolescência levando-nos a perceber nas
fraquezas de nossos pais meios de negá-los como pessoas em evolução; desenvolvemos
inconscientemente as mesmas falhas dos adultos ao viver para trabalhar, e crescemos
vendemo-nos como mão de obra boa e barata; chegando assim, na fase adulta uns para continuarem no seu humilde
desenvolvimento sem medo disso, outros mentindo para si em estereotipias, como
o machismo, onde muitos morrem cedo, ou se viciam no trabalho ou a outras drogas;
e quando chegam à fase idosa, poucos serão sábios, os demais temem a
velhice, pois morreram e não sabem.
Nesse processo biológico, nos
autistas provocamos sofrimentos quando os ensinamos nossas perdas e medos. Assim ocorrem
violências silenciosas que precisam ser trabalhados pelos filhos, pais,
cuidadores e profissionais. Pois, os autistas expressam (bio)comportamentalmente a violência internalizada,
entretanto, não entendemos seus clamores, mas eles precisam extravasar
sentimentos, todavia, o ideal é ajudá-los a nomear tais sofrimentos, para isso não crerem ser regra na relação
social e se excluir ainda mais a relacionar com o mundo.
Portanto,
no biológico eles expressam vivências em códigos a serem estudados no
universo particular de cada corpo como linguagem: O comportamento no social,
são almas unindo-se espiritualmente, exibindo afetos apreendidos e a serem compreendidos pelo o mundo, a começar na família.
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