quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Descartes decapitado: As mentiras sociais impregnadas em nossos corpos!

Através do filósofo Descartes, os pensadores levaram a sociedade a separar o corpo da nossa porção libertária, o cérebro. Talvez por isso, até hoje, poucos alcançam a inteligência emocional. Mas somos mais que biológico, somos biopsicossocioespiritual, que até aqui dividimos pedagogicamente, em biológico/psíquico/social e espiritual, para melhor refletirmos.
Dissemos anteriormente que a mentira social da racionalidade mergulha a sociedade em disfarçadas negações da realidade, fazendo-nos “ensimesmados”, dessa forma, mesmo acompanhados sentimo-nos sós; sem nada a partilhar, decaídos: Na pós modernidade a sociedade em breve chegará a um quarto da população avassalada pelo vazio crônico do mal do século.
Os 50% restante da população, devido à racionalidade capitalista vivem com o mínimo de prazer e viciados, são massa de manobra para a manutenção do consumismo predatório: Um discurso marxista diante dessa sociedade adoentada vivendo como se a renda fosse os libertar. Assim alimentarmos ora o corpo, ora o cérebro, buscará prazer sem levar em contas os impactos emocionais, sociais e espirituais.
É a maturidade da inteligência emocional precarizada, chegando até a alma, nos afastando de nossa dimensão divina, tanto que tememos a morte e, assim desejamos nos eternizar nas vidas dos nossos dependentes, onde confundimos amor com sexo; liberdade com dependência; e proteção ao filho - comum ou autista - ao nosso desejo.
Serei mais explícito: As pesquisas dizem que no lar pratica-se progressiva agressividade. No pós-modernismo, a violência é maior ameaça com crimes de proximidades, onde CVLI- Crime Violento Letal Intencional praticada nas relações de confiança, frutos da desigualdade de poder.
Todavia, a violência silenciosa é a mais perversa, porque não atentamos a ela, pois se relaciona com nossos medos e frustrações. Muitos pais não percebem tal violência confundindo ela com certa necessidade de proteção, que, se em nome de segurança praticamos atos vis quando não percebemos o ser integralmente (biopsicossocioespirtual), inevitavelmente, violentam os seus dependentes.
Pois, se não somos todos passionais, fazem-nos crianças birrentas frustradas por não vermos humor na vida?
Digo isso porque o mundo tira-nos da alegria infantil; adoecem a adolescência levando-nos a perceber nas fraquezas de nossos pais meios de negá-los como pessoas em evolução; desenvolvemos inconscientemente as mesmas falhas dos adultos ao viver para trabalhar, e crescemos vendemo-nos como mão de obra boa e barata; chegando assim, na fase adulta uns para continuarem no seu humilde desenvolvimento sem medo disso, outros mentindo para si em estereotipias, como o machismo, onde muitos morrem cedo, ou se viciam no trabalho ou a outras drogas; e quando chegam à fase idosa, poucos serão sábios, os demais temem a velhice, pois morreram e não sabem.
Nesse processo biológico, nos autistas provocamos sofrimentos quando os ensinamos nossas perdas e medos. Assim ocorrem violências silenciosas que precisam ser trabalhados pelos filhos, pais, cuidadores e profissionais. Pois, os autistas expressam (bio)comportamentalmente a violência internalizada, entretanto, não entendemos seus clamores, mas eles precisam extravasar sentimentos, todavia, o ideal é ajudá-los a nomear tais sofrimentos, para isso não crerem ser regra na relação social e se excluir ainda mais a relacionar com o mundo.
Portanto, no biológico eles expressam vivências em códigos a serem estudados no universo particular de cada corpo como linguagem: O comportamento no social, são almas unindo-se espiritualmente, exibindo afetos apreendidos e a serem compreendidos pelo o mundo, a começar na família.

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