
Meu nome é Juliana, tenho
34 anos e sou Pedagoga e especialista em Psicopedagogia.Tenho um filho de sete
anos, o seu nome significa Vitorioso!
A gestação desde
o início mostrou características atípicas a uma gravidez normal; ameaça de
aborto, em seguida parto prematuro e placentite aguda aos 6 meses.
Vitorioso
nasceu aos 8 meses, com baixo peso, mas com
todas as funções vitais completamente normais; não sendo necessário a
ida à UTI.
Seu desenvolvimento
ocorreu de forma natural e absolutamente sem intercorrências. A não ser pelo
fato de ele ser uma criança altamente birrenta.
Porém como toda mãe,
achei que fosse uma questão de personalidade forte!
E assim nossa vida foi
seguindo normalmente, até que aos 2 anos comecei a perceber comportamentos fora
dos padrões comuns de uma criança. Ou seja, aos dois anos meu filho não falava
absolutamente nada! Nem sequer um simples “mamã”!
Fazendo um comparativo
com as crianças nas quais eu convivia na escola, percebi que algo estava
errado. E deixei de lado meu olhar mãe para dar lugar ao olhar Pedagoga. E nesse contexto percebi um olhar distante,
birras e alguns movimentos que se repetiam sempre, principalmente em momentos
de ansiedade, e mais pra frente descobri que eram os chamados movimentos
estereotipados.
Com o sexto sentido
avisando que algo não estava funcionando bem procurei uma Fonoaudióloga que fez
uma avaliação e me sugeriu pesquisar sobre Autismo.
Oi? Au o que? Essa foi
minha reação!
Bom, de fato pesquisei e
saí lendo e conversando com todas as pessoas da área. E em cada conversa eu
recebia um diagnóstico. TGD( Transtorno Global do Desenvolvimento) , TEA ( Transtorno do Espectro Autista), ASPERGER... Enfim, muitos doutores para
muitas dúvidas!
Fomos fazer o correto
então, procurar uma NEUROPEDIATRA, que de início deu seu diagnóstico:
NADA! Meu filho não tinha NADA!
Inconformados iniciamos
uma verdadeira batalha em busca de uma resposta. E essa resposta demorou muitos
anos para chegar.
Mas, chegou e junto com
ele, meu marido e eu vivenciamos o
momento de luto, aquele momento em que você mata as expectativas criadas
naquele bebê perfeito, o tal sonhado bebê “Johnson”. Quando você recebe uma notícia
como esta é como se aquele bebezinho que você idealizou tivesse morrido. É um
luto muito sofrido. A aceitação é muito difícil.
Nenhuma mãe, no mundo, engravida
pensando em ter um filho especial. Essa possibilidade nunca é cogitada, na
maioria dos casos. Mas você tem, aí, um novo bebezinho, meio desconhecido, é
verdade. Mas que também vai te dar muitas alegrias
É importante
enfatizar que toda mãe deve sim viver esse momento de luto, porque é a partir
deste momento de negação, dor e perda que nasce a vontade de ajudar, de abraçar
seu novo filho e encaminhar para uma vida normal.
Mas, voltando ao
termo AUTISMO, muitas questões se falam a respeito e o mais simplificado é que autismo é um transtorno global do desenvolvimento que
afeta a parte da comunicação, da socialização e do comportamento da criança e
ponto! Sem mais. E diante desta tríade
nós pais devemos procurar entender e montar uma equipe que se encaixa melhor na
necessidade da criança, pois as crianças não são iguais e cada uma tem uma
necessidade diferente de profissionais.
Ante
ao fato deve-se levar em consideração que se seu filho tem TEA, ele tem um transtorno
e não uma doença! Que sim, ele pode precisar de medicação, mas continua a ser
uma criança normal que traz consigo um transtorno que irá acompanhá-lo para o
resto de sua vida, mas que sendo bem assistido tem total condição de seguir o
ritmo normal da vida.
Em
todos esses anos de busca passamos por várias terapias, vários profissionais
que contribuíram para seu crescimento intelectual, porém como toda terapia, o
prazo de validade se expirava e tínhamos sempre que recomeçar. E iniciar outra
terapia e buscar outro profissional que estivesse mais especializado e tivesse
uma abordagem melhor.
Hoje
meu filho é um menino altamente socializado no meio em que vive independente
carinhoso e convive normalmente como uma criança comum.
Possui
sim dificuldades nas quais busco todos os dias contribuir para que ele supere
todas as barreiras impostas.
Acredito
fielmente que nada é por acaso e Vitorioso veio
a este mundo para contribuir com sua enorme capacidade de mostrar as pessoas
que somos fruto daquilo que acreditamos daquilo que fazemos e daquilo que
aprendemos.
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