segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Quem acusa Freud de culpar aos pais, o traduz erradamente: Do Biopsicossocioespiritual, o Psíquico!

Se no biológico, expressamos no corpo, somaticamente, nosso sofrer devido à falta de amor a diversidade que o autista representa, por exemplo; isso devido ao social, onde aprendemos a negar a verdade que somos todos atípicos, e com essa negação, de tanto sofrer adoecermos e sem querer, contaminamos o filho psicologicamente, e, assim a espiritualidade, que nos integra conosco e com o mundo, também adoece.
Neste contexto  biopsicossocioespiritual, o nosso psíquico une-nos recursos internos afim de não sofremos com as regras onipresentes, onipotentes e oniscientes do social. Mas o autista para não adoecer, com a todo o universo, comunica-se intensamente.
Este psíquico (alma) tem por maior responsabilidade mostrar do que precisamos para evoluir, para além do que o social nos faz medíocres. É na alma que espiritualmente unimo-nos à humanidade para além das mazelas biopsicossociais, estas existem, porque na sociedade determinam nossos desejos e se não tomarmos conta de nosso destino continuaremos sofrendo.
Porém, das mazelas vividas as jogamos ao inconsciente, temos nelas nosso melhor para evoluirmos, porém, a sociedade mente dizendo o contrário. Fazemos isso aos autistas por imaturidade. Ao recusarmos peculiar condição dele, o condenamos ao adoecimento, quando, por exemplo, o sufocamos com tantas intervenções, sentindo a invasão, eles ficam mais“em(si)mesmado”.E como o social nega às diversidades e as diferenças ficamos presos a nossas fraquezas e delas não conseguimos evoluir por não as conhecer.
Platão, psicologicamente, no Mito da Caverna, ensina-me a existência da mentira do ideal, onde poucos saem da caverna do desconhecimento, a maioria fica escrava do desejo que o filho fosse ideal “normal” e esquecem que no real, ninguém de perto é normal e, assim não transformam conhecimento em liberdade.
E por isso, a maioria das pessoas escraviza o filho, crentes que ao sair da caverna a luz (conhecimento) ferirá sua visão e do filho, pois sentem-o impotente, como tratam todos os autistas. Parece que precisam deles infantilizados, parecendo usá-los como razão para viverem sonhos perdidos. Ambos, escravos do autismo.
Até quando haverá a necessidade de fuga do princípio da realidade e ser consumado pelo princípio do prazer, a caminho à morte viva?
A realidade é que nós nos negamos em nome de um ideal de nossos pais, do desejo destes. Aqueles que achamos e, erroneamente, culpamos-os buscando a quem responsabilizar por nossa sobrevida: Deus, Estado, família, pais e etc. Fugas   que impedem nossa liberdade de sermos mais que o desejo de nossos pais.
Tem que ter, portanto, uma necessidade de parricídio psicológico para desenhar nossa biografia. Um desatar da relação que impede ir além do crescer para desenvolver-nos. Precisamos cortar o cordão umbilical dos nossos pais que, também, projetamos carências em nossos filhos. Mas a natureza psicológica tende ao equilíbrio, que nos leva ao social livre do medo limitador de nossa evolução. Ou seja, fortalecer nossa inteligência emocional para sairmos dos desejos dos nossos pais a nossa essência íntima, a ser, por cada um, descoberta.  E assim, evoluir com os autistas.
Repito, eles sabem disso e vivem intensamente, apenas não entendemos a linguagem deles e projetamos inconscientemente neles nossos medos, não há culpas, portanto, a mudanças a ser atuadas.



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