
Neste
contexto biopsicossocioespiritual, o nosso
psíquico une-nos recursos internos afim de não sofremos
com as regras onipresentes, onipotentes e
oniscientes do social. Mas o autista para não adoecer, com a todo o universo,
comunica-se intensamente.
Este psíquico
(alma) tem por maior responsabilidade mostrar do que precisamos para evoluir, para
além do que o social nos faz medíocres. É na alma que espiritualmente unimo-nos à humanidade para além
das mazelas biopsicossociais, estas existem, porque na sociedade determinam nossos desejos e se não tomarmos conta de nosso destino continuaremos sofrendo.
Porém,
das mazelas vividas as jogamos ao inconsciente, temos nelas nosso melhor para evoluirmos,
porém, a sociedade mente dizendo o contrário. Fazemos
isso aos autistas por imaturidade. Ao recusarmos
peculiar condição dele, o condenamos ao adoecimento, quando, por exemplo, o sufocamos com
tantas intervenções, sentindo a invasão, eles ficam mais“em(si)mesmado”.E como o social nega às diversidades e as diferenças ficamos
presos a nossas fraquezas e delas não conseguimos evoluir por não as conhecer.
Platão,
psicologicamente, no Mito da Caverna, ensina-me a existência da mentira do
ideal, onde poucos saem da caverna do desconhecimento, a maioria fica escrava do
desejo que o filho fosse ideal “normal”
e esquecem que no real, ninguém de perto é normal e, assim não transformam
conhecimento em liberdade.
E por
isso, a maioria das pessoas escraviza o filho, crentes que ao sair da caverna a
luz (conhecimento) ferirá sua visão e do filho, pois sentem-o impotente, como tratam todos os autistas. Parece que precisam deles infantilizados, parecendo usá-los
como razão para viverem sonhos perdidos. Ambos, escravos do autismo.
Até
quando haverá a necessidade de fuga do princípio da realidade e ser consumado pelo princípio do prazer, a caminho à morte viva?
A
realidade é que nós nos negamos em nome de um ideal de nossos pais, do desejo destes.
Aqueles que achamos e, erroneamente, culpamos-os buscando a quem responsabilizar por nossa sobrevida: Deus,
Estado, família, pais e etc. Fugas que impedem nossa liberdade de
sermos mais que o desejo de nossos pais.
Tem que
ter, portanto, uma necessidade de parricídio
psicológico para desenhar nossa biografia. Um desatar da relação que impede ir além do crescer para desenvolver-nos.
Precisamos cortar o cordão umbilical dos nossos pais que, também, projetamos carências em nossos filhos. Mas a natureza
psicológica tende ao equilíbrio, que nos leva ao social livre do medo limitador de nossa evolução. Ou
seja, fortalecer nossa inteligência emocional para sairmos dos desejos dos
nossos pais a
nossa essência íntima, a ser, por cada um, descoberta. E assim, evoluir com os autistas.
Repito,
eles sabem disso e vivem intensamente, apenas não entendemos a linguagem deles e projetamos inconscientemente neles nossos medos, não há culpas,
portanto, a mudanças a ser atuadas.
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